Paciente sem acompanhante fica sem assistência e cheio de moscas em hospital de Granma.

Esse homem estava na sala de emergência do hospital, cheia de moscas. Ele tinha comido e não foram capazes de tirar a bandeja dele. Ninguém quer trabalhar", denunciou um morador da região.

Paciente desatendido en el hospital de Manzanillo © Facebook / Yosmany Mayeta Labrada
Paciente desatendido no hospital de Manzanillo.Foto © Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

Um homem internado no hospital Celia Sánchez Manduley, em Manzanillo, Granma, ficou sem assistência e cheio de moscas, sem que a equipe de saúde tenha se preocupado com sua situação, pois ele não tinha acompanhante.

Assim foi exposto nas suas redes sociais pelo jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada, que recebeu uma denúncia cidadã e imagens do estado de abandono em que o paciente se encontrava.

Captura de tela do Facebook / Yosmany Mayeta Labrada

"Esse homem estava na Sala de Emergência do Hospital, cheia de moscas. Ele havia comido e não conseguiam tirar a bandeja dele. Ninguém quer trabalhar", disse a pessoa que enviou as imagens ao jornalista.

Mayeta Labrada indicou que a denúncia colocou o foco no pessoal da Saúde Pública no município de Manzanillo e sua "indolência" em lidar com as necessidades de "pacientes internados que não têm família".

"Estas fotos lamentáveis foram tiradas no Corpo de Guarda do Hospital Docente Provincial Celia Sánchez Manduley", informou o entrevistador solicitando a colaboração dos cidadãos para identificar o paciente e seu estado de saúde.

O caso lembra o de uma idosa que, no final de fevereiro, causou comoção nas redes sociais ao serem publicadas imagens que revelaram o estado de abandono que muitas pessoas idosas sofrem no país.

O jornalista Ernesto Morales foi quem publicou as fotos da idosa que chegou ao Hospital Clínico Cirúrgico "La Dependiente", em Havana, cheia de formigas e vermes, e meia hora depois faleceu.

Após a agitação causada pela denúncia, as autoridades cubanas foram obrigadas a responder e informaram que a idosa morreu de sarna norueguesa (uma variante grave da sarna comum, conhecida como sarna costrosa).

Segundo Morales, mais dois senhores tinham chegado ao hospital em situação idêntica e também haviam falecido. Os pacientes vieram todos do Lar dos Idosos 28 de janeiro, localizado na rua Dolores entre 10 e 11, Lawton, município Dez de Outubro.

Na sua publicação, ela compartilhou um vídeo no qual o rosto da mulher estava totalmente coberto por vermes e alguns insetos pretos que pareciam formigas, os quais também estavam sobre o lençol que a cobria do pescoço para baixo. Nas imagens, podia-se claramente ver como os animais caminhavam sobre a idosa.

O deterioro dos serviços públicos de saúde é uma dura realidade que cada vez mais cubanos estão enfrentando. A falta de investimentos, a contratação massiva de médicos para missões no exterior e a crise migratória, entre outras razões, têm provocado o colapso do sistema de saúde na ilha.

À falta de medicamentos e insumos médicos, soma-se o deterioro dos hospitais e infraestruturas do Ministério da Saúde Pública (MINSAP) e a perda de valores entre profissionais cuja formação tem diminuído em qualidade nos últimos tempos.

Em março, uma mãe cubana denunciou nas redes sociais os maus-tratos que recebeu em um hospital de Havana, onde quase perdeu uma mão. A usuária Yanet Iglecias Díaz relatou as dificuldades que enfrentou no Hospital Miguel Enríquez, conhecido como "La Benéfica", e afirmou que saiu do estabelecimento insultada.

"Cheguei às três da tarde, me mantiveram até às 11 da noite para fazer um raio-X em mim. Depois, a técnica de Raio-X não queria me dar o exame", disse.

A denunciante afirma que o gesso que colocaram não estava bem e que "três dias depois minha mão estava completamente verde e mais inchada do que já estava. Parecia que minha mão e parte do braço iam apodrecer".

A meados de fevereiro, uma idosa cubana foi vítima de maus-tratos no Hospital Calixto García, em Havana, depois de chegar com uma fratura no quadril que não foi bem tratada. A idosa foi colocada em uma maca sem colchão, em cima da estrutura de molas.

Olá família, a negligência e o ódio para com o povo atingiram o seu limite. A ditadura esqueceu-se do seu povo, das suas crianças e dos seus idosos há mais de 65 anos. Isto aconteceu antes de ontem no Hospital Calixto García”, denunciou uma ativista com fotografias do lamentável ocorrido.

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