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E agora, o que?

As novas emendas do Departamento do Tesouro dos EUA prometem impulsionar os empreendedores cubanos, mas realmente mudarão a vida do cubano médio? A importação de produtos não cria riqueza e sem uma abertura econômica real, essas medidas apenas beneficiarão alguns poucos. É hora de o regime cubano se mexer para uma mudança.

Niño cubano viendo vidriera de tienda © CiberCuba
Menino cubano olhando a vitrine da lojaFoto © CiberCuba

A administração de Joe Biden acaba de fazer um presente aos empreendedores cubanos. A implementação de novas emendas pelo Departamento do Tesouro dos EUA para apoiá-los é apresentada como uma tentativa de impulsionar a economia da ilha. No entanto, devemos ser claros: essas medidas, embora bem-intencionadas, não são suficientes para gerar uma mudança significativa na vida do cubano médio.

A importação de frango não gera riqueza.

A importação de produtos básicos, como o frango, não é uma solução sustentável. Não gera riqueza nem promove o desenvolvimento econômico interno. É apenas um passo inicial importante, mas por si só não aborda as raízes da crise econômica cubana. O caso das políticas de Obama deixou claro que a abertura limitada não resultou em uma mudança real para o povo. Vimos uma proliferação de casas particulares, restaurantes e alguns negócios de conta própria, cruzeiros, desfiles da Chanel e filmagens de Hollywood, mas para a maioria dos cubanos, especialmente aqueles sem acesso a remessas do exterior, a vida continuou sendo uma luta diária.

Mais negócios para importadores, mas pouca mudança real.

As novas emendas permitirão que alguns importem mais produtos e talvez abram contas bancárias nos Estados Unidos. Isso pode beneficiar um pequeno grupo de importadores e empreendedores, mas e os cubanos comuns que não recebem remessas? Para eles, a vida na ilha continuará extremamente difícil. Veremos mais carros de luxo e supermercados bem abastecidos nas principais cidades, mas milhões de cubanos não terão acesso a esses produtos. Os sinais de aparente prosperidade não se traduzirão em melhorias reais para a população em geral.

Que fique claro, esta medida trará resultados importantes para os cubanos. Apenas o fato de centenas de micro, pequenas e médias empresas começarem a competir para vender seus produtos fará com que os preços tendam a baixar, mas isso tem um limite. Os comerciantes só poderão competir com sua margem de lucro, uma vez que o custo dos produtos no mercado internacional e sua importação não poderão ser evitados. Os produtos importados dos EUA, Europa ou Panamá nunca serão baratos para o cubano que vive com um salário.

A necessidade de uma abertura econômica real

O governo dos EUA não é o responsável pela pobreza na ilha, e também não é a solução.

O governo dos EUA não é a causa da pobreza na ilha, nem é a solução. O regime cubano deve entender que a economia não pode se sustentar apenas com importações e remessas. É necessária uma abertura econômica genuína que permita a criação de riqueza interna. As medidas atuais apenas perpetuam a dependência de remessas e do comércio exterior controlado pelo Estado. Sem uma reforma econômica abrangente que inclua a liberalização do mercado e a eliminação das barreiras burocráticas, as novas emendas serão insuficientes.

Um apelo ao regime.

A bola está no campo do regime. É sua responsabilidade tomar uma atitude e aproveitar esta oportunidade para implementar mudanças profundas que beneficiem verdadeiramente toda a população. Se não houver uma abertura econômica significativa como contrapartida a essas medidas, o efeito será mínimo e, em última instância, veremos um retorno a políticas mais rigorosas com a chegada de administrações menos favoráveis nos Estados Unidos. Já vimos isso com a chegada de Trump e agora o segundo mandato de Trump está ao virar da esquina.

Esperamos que o regime não cometa o mesmo erro duas vezes. É imperativo que medidas concretas sejam tomadas para liberar o potencial econômico do povo cubano. Sem uma verdadeira reforma econômica, qualquer melhoria será superficial e temporária. Os cubanos merecem mais do que simples paliativos; merecemos a oportunidade de prosperar em nossa própria terra.

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Artigo de opinião: As declarações e opiniões expressas neste artigo são de exclusiva responsabilidade de seu autor e não necessariamente representam o ponto de vista de CiberCuba.

Luis Flores

CEO e cofundador do CiberCuba.com. Quando tenho tempo, escrevo artigos de opinião sobre a realidade cubana vista da perspectiva de um emigrante.


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