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Protestos em Cienfuegos após mais de 12 horas de apagão.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma multidão de cienfuegueros nas ruas manifestando-se contra o governo e exigindo a restauração do serviço elétrico.


No meio da noite desta terça-feira, marcada por cortes de energia intensos em Cienfuegos, dezenas de moradores dessa cidade saíram às ruas para protestar, fazendo barulho com panelas e cantando com gritos de "liberdade".

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram uma multidão de cienfuegueros nas ruas manifestando-se contra o governo e exigindo a restauração do serviço elétrico.

Gritos de “liberdade” e “liguem a eletricidade” foram ouvidos durante a protesto, enquanto outros improvisavam uma conga com sons de panelas e cantavam “ei, polícia pin…”.

As primeiras manifestações pacíficas foram relatadas em Juraguá, uma comunidade localizada perto das ruínas da Central Electronuclear (CEN) em Cienfuegos. Esta área está muito afastada do centro da cidade, mas imediatamente o governo enviou numerosos agentes de boina preta para conter a manifestação.

Naquela mesma noite ocorreram panelaços em outros bairros do centro urbano de Cienfuegos, como no bairro Tulipán e em Reina.

A organização não governamental Justiça 11J denunciou a detenção de seis pessoas durante os protestos em Cienfuegos. Pediram ajuda à população para identificar os detidos.

Captura de tela do Facebook / Saúl Manuel

"Devido aos altos níveis de afetações devido à falta de capacidade de geração no Sistema Electroenergético Nacional, levando em consideração que temos uma afetação de 60 MW na província e que o prognóstico nas próximas horas é de aumento, é necessário afetar aproximadamente 11 horas a partir do momento em que o serviço elétrico é interrompido", indicou a Empresa Eléctrica de Cienfuegos em suas redes sociais.

Captura de tela do Facebook / Empresa Elétrica de Cienfuegos.

Esta terça-feira, a União Elétrica (UNE) de Cuba anunciou um recorde de 1.440 MW de afetações no fornecimento de eletricidade, durante o horário de pico. No dia anterior, de acordo com informações da empresa estatal socialista, a afetação atingiu 1.356 MW, excedendo em 316 MW a previsão inicial.

O sistema eletroenergético nacional (SEN) tem semanas em que não consegue satisfazer a demanda elétrica ao longo do dia, o que se traduz em longas e frequentes interrupções em todo o território nacional, com regiões mais ou menos favorecidas pelo despacho elétrico.

Com temperaturas recorde para a época do ano e previsões oficiais de que a situação continuará sendo "complexa" durante o mês de junho, devido à quantidade de unidades termoelétricas danificadas e em manutenção planeada, os cubanos começam a demonstrar um crescente desconforto que se manifesta no espaço virtual, mas que também começa a se refletir na praça pública.

"Fechem todas as instituições de ensino e de trabalho, porque ninguém pode render sem descanso, é impossível. Estão pedindo demais deste povo e a qualquer momento esta panela vai explodir porque não aguenta mais. Nos deixaram sem nada e a única coisa que sabem fazer é incutir medo, e devemos temer tudo isso que estamos vivendo. Sou mulher e prefiro morrer lutando por uma vida melhor, do que viver neste inferno que parece um campo de concentração. Pátria e Vida", expressou uma cubana nos comentários à publicação da Empresa Elétrica de Cienfuegos.

Como ela, quase trezentos cubanos deixaram seus comentários expressando sua indignação e cansaço diante de uma situação que o regime cubano vem prometendo resolver há anos e que, longe de conseguir isso, torna-se cada vez mais evidente o colapso do SEN e o deterioro do nível de vida dos cubanos, milhões dos quais estão enfrentando até 18 horas de apagão por dia.

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