Confirmam 19 feminicídios em Cuba em 2024

Com o assassinato em Santiago de Cuba de María Emilia Savigne Borjas, de 38 anos e mãe de três filhos, o número de feminicídios confirmados em Cuba subiu para 19 em 2024.


O assassinato de María Emilia Savigne Borjas, de 38 anos, mãe de três filhos e residente em Santiago de Cuba, pelas mãos de seu ex-parceiro, elevou para 19 o número de feminicídios confirmados em Cuba até agora em 2024.

Plataformas feministas independentes verificaram o ocorrido, que aconteceu em via pública na manhã do dia 23 de maio, e que foi inicialmente reportado pelo comunicador Yosmany Mayeta nas redes sociais.

Captura do Facebook/YoSíTeCreo em Cuba

Os observatórios de gênero YoSíTeCreo em Cuba e Alas Tensas lamentaram o crime e transmitir suas condolências aos três filhos que Savigne deixou, além de outros familiares e amigos.

A vítima foi esfaqueada pela sua ex-parceira Yoel Menéndez Rivera, enquanto aguardava um transporte do seu local de trabalho, acompanhada por um de seus filhos e pela sua atual companheira, informou Mayeta no mesmo dia do ocorrido.

Savigne sobreviveu ao ataque graças à intervenção de várias pessoas e foi internada no Hospital Militar Joaquín Castillo Duany, onde passou por uma cirurgia. No entanto, infelizmente, faleceu no dia seguinte devido à gravidade dos ferimentos.

A mulher, que tinha um filho em comum com o agressor, já havia prestado queixa à polícia, aparentemente devido a ameaças anteriores que tinha recebido de Menéndez, "mas as autoridades não tomaram nenhuma providência a respeito", afirmou Mayeta.

As plataformas YoSíTeCreo em Cuba e Alas Tensas também informaram nesta segunda-feira sobre um novo caso que necessita de acesso à investigação policial.

De janeiro até agora, o subregisto mantido pela OGAT e pela YSTCC inclui três tentativas de feminicídio e um total de seis casos que necessitam de acesso à investigação policial. Trata-se das mortes de uma mulher idosa em Esperança, Villa Clara; de outra identificada como Irma; de Teresa Moliner Bosa, ambas em Havana; de Tania Reyes e Samantha (Sami) Heredia Odrens, em Santiago de Cuba, e de Laura Castillo Zulueta, também na capital cubana.

Em 2023, foi registrada a maior cifra de feminicídios em um ano em Cuba - 89 no total -, de acordo com o sub-registro de casos conduzido por essas organizações desde 2019.

Entre esses dois anos, os observatórios confirmaram 220 feminicídios no país.

Apesar do aumento dos casos fatais de violência contra a mulher, o regime cubano não incluiu a figura do feminicídio no Código Penal que aprovou em maio de 2022.

Cinco cubanos foram condenados à pena de prisão perpétua por assassinatos de mulheres em 2023, conforme informaram funcionárias do Tribunal Supremo e da Procuradoria Geral no programa de televisão "Hacemos Cuba", apresentado pelo porta-voz do regime Humberto López.

No ano anterior, o sistema judicial cubano também condenou outros dois feminicidas a 40 anos de prisão e mais de 70% dos acusados a penas entre 25 e 30 anos de privação de liberdade.

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