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Desportistas cubanos que abandonaram equipas de hóquei no Chile contam como é a sua vida nesse país.

Os cubanos conversaram com o jornal chileno La Tercera.

Lázaro Tolón y Yunia Milanés © Facebook/Yunia Milanés
Lázaro Tolón e Yunia MilanésFoto © Facebook/Yunia Milanés

Os cubanos Lázaro Tolón e Yunia Milanés, um casal na vida e ambos membros das seleções nacionais de hóquei, fugiram das delegações que participavam em eventos desportivos no Chile no ano passado e agora podem contar como é a sua vida nesse país.

Este casal narrou suas experiências ao jornal chileno La Tercera, onde falaram sobre a prática do esporte em Cuba, sua fuga dos eventos esportivos que frequentavam e a vida que levam no Chile.

Lázaro Tolón, de Sancti Spíritus, deixou a delegação cubana que viajou para o Chile para um treino de preparação visando os Jogos Centro-Americanos e do Caribe de San Salvador 2023. Ele fez isso antes de seus colegas Yuri Brown, de Havana, e Yordanqui Méndez, de Las Tunas, também deixarem a equipe no evento.

O guarda-redes da seleção nacional, Tolón, contou ao La Tercera que abandonou a equipa a 19 de maio, depois de um último treino e do almoço.

Quinze minutos antes do fim do intervalo, o atleta disse ao seu treinador que iria até a recepção do clube para se conectar ao wifi e falar com sua família. Ele caminhou determinado em direção à porta e, uma vez lá, decidiu correr," conta o referido meio.

Quando cheguei ao Chile, o que mais me impressionou foram os equipamentos, os campos, o fato de todos os rapazes de 18 anos irem treinar no seu próprio carro e depois voltarem para casa sem problema. Esse tipo de coisas ainda me choca até hoje", disse o espirituanense.

Por sua vez, Yunia Milanés, a namorada de Tolón, fugiu da delegação cubana nos Jogos Pan-americanos de Santiago.

"Desde Cuba eu já tinha pensado no que iria fazer... Eu deixei tudo, tudo, tudo", disse Yunia, que atuava como capitã da seleção nacional.

No dia de sua fuga, Tolón, com capuz, a esperava do lado de fora do hotel. Ao vê-la, correu em sua direção. Naquele dia, o casal se reuniu após seis meses de distância.

Ambos, atualmente, retomaram suas vidas em profissões que os afastaram de seu esporte habitual. No entanto, uma luz parece estar se abrindo para retomar o caminho do hóquei.

Segundo o La Tercera, os dois jogadores se aproximaram de Diego Amoroso, treinador da seleção chilena de hóquei e treinador principal da equipe da Universidade Católica, que os viu jogar e notou sua qualidade.

"Lázaro parece ser uma pessoa muito ambiciosa, com muita clareza e maturidade sobre o que veio buscar, e isso foi uma das coisas que mais gostei nele. Seu nível é realmente surpreendente na posição em que joga, como goleiro", disse Amoroso.

No entanto, o seu nível merece uma convicção maior por parte do técnico. "Acredito que do ponto de vista desportivo tem todas as ferramentas para jogar na seleção chilena, mas acho muito difícil defender outras cores que não sejam as do seu país de origem. É uma decisão muito difícil para qualquer desportista", afirmou.

O primeiro jogo de hóquei jogado por Tolón, depois de quase um ano desde sua chegada ao Chile, foi em 2 de abril de 2024. Lá, sua equipe venceu o Club Manquehue. "Essa sensação não tem preço", definiu.

Lázaro e sua nova equipe no Chile. Foto tirada do seu perfil no Facebook.

Atualmente, Lázaro Tolón e Yunia Milanés vivem em uma comuna (município) da capital chilena chamada Estação Central. Lá, juntamente com outros dois jogadores de hóquei que escaparam com eles, compartilham um apartamento (Lismaris Gonzales e Yordankis Méndez). Todos solicitaram refúgio ao Estado chileno e estão aguardando uma resposta. No entanto, eles sabem que são processos longos, confirma La Tercera.

Enquanto isso, eles continuam com seus projetos de vida, nos quais se dedicam à prática esportiva e à reunificação familiar.

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