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A imprensa oficialista considera "normal" as paralisações de serviço das termoelétricas após trabalhos de manutenção.

"É normal que seja necessário retirar a máquina em algum momento para corrigir qualquer parâmetro que não esteja apresentando um comportamento satisfatório de acordo com o planejado. Isso não acontece apenas em Cuba, mas em qualquer país do mundo", explicou um diretor da UNE.


O jornalista Bernardo Espinosa, responsável por transmitir aos cubanos as más notícias sobre os apagões diários causados pela União Elétrica de Cuba (UNE), fez alusão ao ocorrido com a Unidade 6 da usina termelétrica de Nuevitas, sem mencionar especificamente essa instalação.

Desconectada na terça-feira passada do sistema eletroenergético nacional (SEN) sem que a imprensa oficialista explicasse as causas da saída - ocorrida em menos de 24 horas após a sua sincronização - a Unidade 6 de Nuevitas voltou a ser restabelecida em meio a um vácuo informativo especialmente prejudicial em meio ao sombrio panorama de apagões que a população cubana enfrenta.

Espinosa, que cobriu a sincronização do SEN da termelétrica camagüeyana, destacando os "procedimentos de alta complexidade e alta precisão" realizados em uma parada técnica planejada de 77 dias, não fez referência à sua saída do sistema no dia seguinte, omitindo informações ao público cubano durante seu relatório diário da UNE.

Esta terça-feira, o veterano jornalista do Noticiero de la Televisión Cubana reportou a sincronização de unidades térmicas de Mariel e Nuevitas ao SEN. Num esforço para cobrir as aparências e fornecer a informação que antes sonegou ao público cubano, Espinosa entrevistou o engenheiro Roberto Manuel Pigueiras Fernández, diretor geral da termelétrica de Mariel, que considerou "normal" o que aconteceu com a Unidade 6 de Nuevitas nos últimos dias.

"É normal que seja necessário retirar a máquina em algum momento para corrigir qualquer parâmetro que não esteja apresentando um comportamento satisfatório de acordo com o planejado. Isso acontece não apenas em Cuba, mas em qualquer país do mundo; os processos de assimilação das máquinas de geração térmica são normais e são planejados", explicou o diretor.

O relatório indicou que a Unidade 8 da usina termelétrica de Mariel já concluiu sua manutenção e sincronizou com o SEN com uma potência de 85 MW. No momento da sua saída, a máquina gerava 50 MW, explicou Pigueiras Fernández. As tarefas de manutenção às quais foi submetida proporcionaram ao SEN um ganho um pouco superior a 30 MW.

"Temos previstas intervenções nas demais unidades, tentando fazer uma limpeza", disse o engenheiro Edier Guzmán Pacheco, diretor de geração térmica da UNE, precisando que para isso estão planejadas "intervenções curtas de cerca de cinco a sete dias em cada um desses blocos, de forma escalonada, não simultânea, para que em julho possamos ter alguma estabilidade".

De acordo com o diretor de geração térmica da UNE, as ações empreendidas não são "a solução" para os problemas enfrentados pela obsoleta infraestrutura da SEN.

Foi explicado que não é a solução. É preciso prever que os blocos irão sujar e sua potência será limitada. No entanto, isso está previsto no plano de garantia do verão, tentando minimizar ao máximo o impacto para o público", concluiu Guzmán Pacheco.

O que acontece no SEN está "previsto" e é "normal", e supostamente acontece "em qualquer país do mundo". O que não é "normal" é a submissão e servilismo da imprensa oficialista aos ditames do poder do regime totalitário cubano.

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