O regime cubano afirma que, sem o embargo dos EUA, o PIB teria crescido 9,2%

Bruno Rodríguez assegurou que o embargo americano causou perdas de 7.556 milhões de USD em 2024, embora o próprio governo admita a contração do PIB e reconheça que "o que entra não é suficiente".

Bruno RodriguezFoto © X / MINREX

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O chanceler cubano, Bruno Rodríguez Parrilla, denunciou nesta terça-feira perante o Corpo Diplomático acreditado na ilha que o embargo dos Estados Unidos causou ao país danos avaliados em 7,556 bilhões de dólares em 2024, segundo cálculos oficiais.

Recorrendo o velho discurso de culpar o embargo pelos males do país, Rodríguez afirmou que, se essa política não existisse, o Produto Interno Bruto (PIB) a preços correntes teria crescido 9,2% no ano passado.

“Dos meses de bloqueio causam danos de 1,6 bilhões de dólares, o equivalente ao custo do combustível necessário para atender à demanda elétrica normal do país”, publicou na rede social X (anteriormente Twitter), sem explicar como são calculadas essas supostas perdas.

Ele acrescentou que apenas 12 dias de embargo representariam perdas de 250 milhões de dólares, o mesmo que custa manter anualmente o Sistema Electroenergético Nacional.

No entanto, os números contrastam com os reconhecimentos anteriores do próprio governo, que admitiu que a economia cubana se contraiu em 1,1% em 2024 e que não conseguiu cumprir com o crescimento projetado de 3% para o PIB.

O ministro da Economia e Planejamento, Joaquín Alonso Vázquez, reconheceu em julho que “o que hoje ingressa no país não é suficiente” nem para cobrir os recursos básicos como alimentos, combustível ou a manutenção do sistema elétrico.

O estancamento produtivo, a queda nas exportações e o colapso energético expuseram uma crise sistêmica que afeta diretamente os lares cubanos.

O economista Pedro Monreal apontou que a reconhecida inflação oficial subestima a perda de poder aquisitivo e que a redução do fundo salarial estatal confirma que a população tem carregado o peso do ajuste econômico.

Embora o governo insista em atribuir a crise ao embargo estadunidense, economistas independentes destacam que o deterioro também se explica pela baixa produtividade, o crescente déficit fiscal, a falta de investimento estrangeiro e um modelo centralizado incapaz de gerar divisas de forma sustentável.

Isso sem contar a corrupção atribuída ao regime: uma investigação recente revelou que a GAESA, conglomerado militar cubano, acumula mais de 18 bilhões de dólares enquanto a população enfrenta escassez.

A contradição entre o discurso oficial e a realidade econômica tem acentuado o descontentamento da população, em meio a apagões, inflação desenfreada e um mercado cambial fragmentado que erosiona ainda mais o poder de compra da população.

Perguntas frequentes sobre o impacto do embargo na economia cubana

Qual é o impacto do embargo dos EUA na economia cubana segundo o governo?

O governo cubano afirma que o embargo estadunidense causou danos avaliados em 7,556 bilhões de dólares em 2024, e assegura que, sem essa política, o PIB poderia ter crescido 9,2%. No entanto, economistas independentes destacam que fatores internos, como a baixa produtividade e o modelo centralizado, também contribuem para o deterioro econômico.

Quais outras causas internas afetam a economia cubana?

Economistas independentes apontam que a baixa produtividade, o aumento do déficit fiscal, a falta de investimento estrangeiro e um modelo centralizado incapaz de gerar divisas de forma sustentável são fatores internos que agravam a crise econômica em Cuba. Além disso, a corrupção e a má gestão agravam a situação.

Como a crise afetou a vida cotidiana dos cubanos?

A crise econômica resultou em apagões frequentes, inflação descontrolada e escassez de produtos básicos, afetando gravemente o poder de compra da população e sua qualidade de vida. Os cubanos enfrentam dificuldades para atender necessidades básicas como alimentos, combustíveis e medicamentos.

Que resposta o governo cubano deu diante da crise econômica?

O governo cubano tem repetidamente culpado o embargo americano pelos problemas econômicos, mas também reconheceu erros internos e a necessidade de reformas. No entanto, as medidas implementadas até agora não conseguiram reverter a crise nem satisfazer as necessidades da população.

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