A apresentadora de Con Filo lança desafio desde a Espanha: "Provem que mentimos"

A jornalista disse que em Cuba a criticam, mas apenas na Internet. Na Espanha, afirmou que a perseguiram e ameaçaram. "Estiveram me perseguindo por todas as cidades".


Gabriela Fernández Álvarez, rosto do programa oficialista cubano Con Filo, continua sua turnê de propaganda pela Espanha entre protestos, controvérsias... e mentiras.

Durante uma apresentação na cidade de Málaga, em um evento organizado pelo sindicato espanhol Comisiones Obreras -de viés socialista e comunista-, Gabriela defendeu seu trabalho diante das múltiplas críticas que recebeu tanto em Cuba quanto no exterior.

Ante a acusação constante de que Con Filo propaga desinformação e distorce a realidade cubana, lançou um desafio: "É um programa com o qual você pode estar mais ou menos de acordo, porque no final é de opinião e análise política, mas mentir, jamais mentimos".

Buscando legitimar a linha editorial do programa, no qual se ataca dissidentes, ativistas e jornalistas críticos do regime, insistiu que as acusações não foram sustentadas com provas.

Segundo ela, tanto ela quanto seus colegas sempre desafiam essas pessoas a que os informem sobre qualquer mentira que tenham dito, mas até agora ninguém conseguiu provar nada.

Facebook / Arturo De Armas Lago

Embora tenha reconhecido que em Cuba é alvo de críticas, Fernández afirmou que essas não ultrapassam o âmbito virtual. "A intoxicação que geralmente se vê nas redes, que chega a ser extremamente violenta, em Cuba, por geral não ultrapassa a tela", destacou.

Facebook / Arturo De Armas Lago

Em contraste, afirmou que na Espanha foi vítima de assédio mais direto: "Parece que já se cansaram, mas me estiveram perseguindo por todas as cidades...".

Em outro momento de sua intervenção, comparou a situação em Cuba com o que se vive agora em solo europeu: "Eles ainda não chegaram ao nível de violência daqui", observou, sem mencionar que em Cuba ações similares por parte da cidadania poderiam acarretar consequências penais.

Em uma tentativa de mostrar proximidade com o público cubano, afirmou que os apresentadores do programa convivem com o povo que os assiste na televisão e que estão abertos ao diálogo direto.

"Podem conversar conosco e nunca chega a esse nível de violência que chegaram aqui, de ameaçar, tentando intimidar", insistiu.

A despeito da sua tentativa de mostrar popularidade, a turnê de Gabriela Fernández por cidades espanholas não tem estado isenta de confrontos. Exilados cubanos tentaram participar de seus eventos, mas tiveram a entrada proibida.

O passado 5 de maio, em Madrid, protagonizou um momento tenso ao sair para provocar com beijos e zombarias os emigrantes que protestavam pacificamente em frente à sede da Associação de Amizade Hispano-Cubana Bartolomé de las Casas, onde ministrava uma palestra.

"Isso nunca nos tinha acontecido", disse, referindo-se ao nível de confronto vivido nas ruas espanholas.

A gira de Gabriela Fernández Álvarez por 15 cidades europeias, sob o patrocínio do Movimento Estatal de Solidariedade com Cuba (MESC), foi classificada por ativistas do exílio como uma campanha de lavagem ideológica do regime.

O tour busca projetar uma imagem positiva do sistema cubano e defender posturas oficiais sobre o embargo, a juventude revolucionária e a resistência às sanções dos Estados Unidos, excluindo ativamente vozes dissidentes.

Em redes sociais, ativistas como Magdiel Jorge Castro denunciaram que Fernández foi flagrada "zombando dos cubanos livres", ao mesmo tempo em que destacaram o despliegue policial e o apoio de grupos comunistas locais nos eventos.

A aparição de Fernández no cenário internacional parece confirmar uma estratégia de propaganda externa por parte do regime cubano, que busca posicionar sua narrativa em espaços receptivos ao seu discurso, ao mesmo tempo em que ignora as graves violações dos direitos humanos dentro do país.

Perguntas frequentes sobre a turnê de Gabriela Fernández Álvarez e seu impacto

Qual é o objetivo da turnê de Gabriela Fernández Álvarez pela Espanha?

O objetivo da turnê de Gabriela Fernández Álvarez pela Espanha é defender o discurso oficial do regime cubano perante públicos europeus e projetar uma imagem positiva do sistema cubano. A turnê é apoiada pelo Movimento Estatal de Solidariedade com Cuba (MESC) e busca abordar temas como o embargo americano e a resistência cubana às sanções dos Estados Unidos, enquanto exclui ativamente vozes dissidentes.

Por que Gabriela Fernández Álvarez foi criticada durante sua turnê?

Gabriela Fernández Álvarez tem sido criticada durante sua turnê por seu papel como porta-voz do regime cubano e por participar do que é considerado uma campanha de propaganda para limpar a imagem do regime. Exilados cubanos protestaram contra ela, acusando-a de zombar dos cubanos livres e de ignorar as violações de direitos humanos em Cuba. Além disso, foi destacada por sua atitude provocativa em relação aos manifestantes na Espanha.

Quais controvérsias Gabriela Fernández Álvarez enfrentou na Espanha?

Gabriela Fernández Álvarez enfrentou controvérsias na Espanha devido às protestas de exilados cubanos que a acusam de ser um instrumento do regime cubano para difundir propaganda. Além disso, tem sido alvo de assédio por parte desses grupos, que denunciam o uso de plataformas europeias para expandir a narrativa oficial, excluindo vozes críticas e dissidentes.

Como Gabriela Fernández Álvarez reagiu às críticas recebidas?

Gabriela Fernández Álvarez defendeu seu trabalho e o do programa "Con Filo", afirmando que nunca mentiram e que as acusações de desinformação não foram sustentadas com provas. Ela lançou um desafio aos seus críticos para que provem qualquer mentira que tenha dito. Além disso, afirmou que as críticas em Cuba não ultrapassam o âmbito virtual, ao contrário do que vivenciou na Espanha.

Arquivado em:

Equipe Editorial da CiberCuba

Uma equipe de jornalistas comprometidos em informar sobre a atualidade cubana e temas de interesse global. No CiberCuba, trabalhamos para oferecer notícias verídicas e análises críticas.