Cierre da Rádio e TV Martí gera fortes reações de políticos, opositores e organizações

O fechamento da Radio y TV Martí provoca rejeição entre políticos, ativistas e organizações, que alertam que favorece o regime cubano, enfraquecendo a liberdade de informação e a luta contra a censura.

Estúdio de Rádio e TV Martí (Imagem de referência)Foto © OCB

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Após o início, neste domingo, das demissões de todos os contratados na Radio y TV Martí, em decorrência da ordem da administração de Donald Trump de implementar um corte massivo na Agência dos Estados Unidos para os Meios Globais (USAGM), numerosos políticos, opositores e organizações reagiram ao fechamento desses meios, considerados uma fonte-chave de informação para os cubanos dentro e fora da ilha.

O fechamento dessas plataformas gerou um intenso debate sobre seu impacto e efetividade; enquanto alguns defendem seu papel na luta contra a censura do regime cubano, outros analisam o contexto em que essa decisão ocorre e suas consequências na comunidade do exílio e na oposição em Cuba.

Entre aqueles que reagiram ao fechamento de Radio y TV Martí está a Fundação Nacional Cubano Americana (FNCA), que a través do X instou o presidente Donald Trump a restaurar os fundos necessários para que essas plataformas continuem operando.

"Em nome da FNCA e de todos aqueles que lutam pela liberdade de Cuba, exortamos o presidente Trump a restaurar os fundos necessários para que Radio Martí continue sua importante missão. O povo cubano precisa, hoje mais do que nunca, do apoio e da solidariedade dos Estados Unidos", declarou a organização em sua mensagem.

A onda de reações contou com a participação da congressista María Elvira Salazar, que expressou sua rejeição ao fechamento da Radio y TV Martí, destacando seu papel fundamental na luta contra a propaganda do regime cubano.

"Radio Martí tem sido essencial para contrabalançar a propaganda do regime de Castro/Díaz-Canel", escreveu no X, reafirmando a importância dessas transmissões na difusão de informação livre para o povo cubano.

Da mesma forma, afirmou que continuará trabalhando para evitar que a censura se impõe sobre a imprensa direcionada a Cuba: "Enquanto os programas e as agências do Governo federal se reestruturam, continuarei trabalhando com o presidente Trump para garantir que o povo cubano tenha acesso às notícias sem censura que precisa e merece".

O líder da oposição José Daniel Ferrer enviou uma mensagem ao presidente Trump, instando-o a garantir a continuidade da Rádio e Televisão Martí, as quais considera fundamentais na luta pela liberdade e democracia em Cuba.

"Rádio e Televisão Martí são um símbolo necessário e inseparável da causa em favor da liberdade e da democracia em Cuba. Transcendem nossas fronteiras geográficas", escreveu Ferrer no X, destacando seu papel na oposição não violenta, no jornalismo independente e no apoio aos presos políticos.

Embora tenha reconhecido que uma reestruturação poderia ser necessária para melhorar sua eficácia, alertou que sua extinção beneficiaria exclusivamente o regime cubano e outros meios antidemocráticos como Rússia Today, CGTN (China), HispanTV (Irã) e Telesur (Venezuela).

"Pedimos encarecidamente ao presidente dos Estados Unidos que Radio y Televisión Martí continue dando voz ao nosso povo oprimido e silenciado por uma brutal tirania inimiga dos EUA e de todo o Ocidente", afirmou.

A ativista Omara Isabel Ruiz Urquiola qualificou o fechamento da Radio y TV Martí como um golpe efetivo contra a causa de uma Cuba livre, ressaltando o papel que esses meios de comunicação têm desempenhado na ruptura do monopólio informativo do regime.

Ruiz lembrou no Facebook que, através da Radio Martí, milhões de cubanos puderam conhecer a oposição dentro da ilha, incluindo fatos históricos como a Primavera Negra, o Projeto Varela, a massacre do Remolcador 13 de março e a repressão contra Hermanos al Rescate.

Captura Facebook / Omara Isabel Ruiz Urquiola

Asimismo, destacou o impacto do meio nas zonas rurais, onde escutar Radio Martí tem sido uma fonte de esperança e informação para prisioneiros políticos e camponeses, apesar das tentativas do regime de monitorar e controlar o acesso às suas transmissões.

Si bem reconheceu que houve erros e falta de profissionalização, insistiu que isso é aperfeiçoável e que seu fechamento beneficia unicamente a Inteligência castrista, que agora celebra a decisão: "É impossível contar o que aconteceu em Cuba desde 1985 até hoje sem recorrer a Radio Martí".

Por sua parte, o Conselho para a Transição Democrática em Cuba (CTDC) expressou sua profunda preocupação com a suspensão de fundos à Radio y Televisión Martí, alertando que essa medida representa um retrocesso significativo na luta pela liberdade em Cuba e um benefício direto para o regime cubano.

Captura do Facebook / Conselho para a Transição Democrática em Cuba

A organização recordou em Facebook que esses meios, criados com o apoio do ex-presidente Ronald Reagan em 1985, têm sido fundamentais na resistência pacífica, no jornalismo independente e na denúncia de violações de direitos humanos na ilha.

Além disso, alertou sobre o impacto que essa decisão teria a nível global, ao fortalecer a propaganda de regimes autoritários como Russia Today (RT), CGTN da China, HispanTV do Irã e Telesur da Venezuela, o que afetaria não apenas Cuba, mas também os interesses democráticos dos Estados Unidos e do Ocidente.

O CTDC instou o Departamento de Estado dos EUA a reconsiderar a suspensão de verbas e garantir a continuidade da Radio y TV Martí, meios que, segundo a organização, têm sido fundamentais para romper o monopólio informativo do regime e manter viva a esperança de um futuro democrático para Cuba e a região.

O ativista cubano Félix Llerena também reagiu ao fechamento da Radio Martí, expressando sua gratidão pelo impacto que teve em sua vida e na de muitos cubanos que encontraram em suas transmissões uma janela para a liberdade.

"Dedicado a todos os que fomos livres graças à Radio Martí. Àqueles que ouviam a emissora em Cuba, àqueles que arriscam nossa liberdade distribuindo rádios como no meu caso, como o de Lino e tantos outros. Eu sim te agradeço, Radio Martí!!", escreveu Llerena no X.

A administração de Donald Trump implementou um corte massivo na USAGM (United States Agency for Global Media, em português Agência dos Estados Unidos para os Meios Globais), em resposta à ordem executiva assinada em 14 de março de 2025, intitulada "Continuando a Redução da Burocracia Federal".

Esta medida busca diminuir drasticamente a estrutura de agências governamentais, eliminando funções consideradas desnecessárias.

Como parte desta decisão, a USAGM começou a desmantelar áreas e operações não essenciais, limitando sua equipe ao mínimo permitido pela lei.

Como consequência, uma grande quantidade de funcionários, incluindo suas filiais, foram colocados em licença administrativa com pagamento a partir do último sábado, sem uma data clara para retorno.

Desde este sábado, as transmissões da Radio e TV Martí, junto com outros meios operados pela agência, foram suspensas após o anúncio da ordem executiva.

No domingo, começaram os despedimentos na Radio y TV Martí, de acordo com o que informou nas redes sociais o jornalista Roberto Céspedes, ex-colaborador da USAGM.

Em sua publicação, detalhou que todos os contratantes do Escritório de Transmissões para Cuba receberam um e-mail notificando-os da suspensão imediata de suas funções.

Perguntas frequentes sobre o fechamento da Radio e TV Martí

Por que se decidiu fechar a Radio e TV Martí?

O fechamento da Radio e TV Martí é consequência de um corte massivo implementado pela administração de Donald Trump na Agência dos Estados Unidos para os Meios Globais (USAGM), com o objetivo de reduzir a estrutura de agências governamentais e eliminar funções consideradas desnecessárias.

Qual é o impacto do fechamento da Radio Martí para Cuba?

O fechamento da Radio Martí é visto como um golpe significativo contra a luta pela democracia em Cuba. Este meio tem sido fundamental para contrabalançar a propaganda do regime cubano e fornecer informações livres aos cubanos dentro e fora da ilha, de acordo com a Fundação Nacional Cubano Americana e líderes opositores como José Daniel Ferrer.

O que pensam os opositores e políticos sobre o fechamento da Radio Martí?

Numerosos políticos e opositores, como a congressista María Elvira Salazar e o líder opositor José Daniel Ferrer, expressaram seu desacordo com o fechamento da Rádio Martí. Consideram que este meio tem sido fundamental para a oposição pacífica e o jornalismo independente em Cuba e pedem ao presidente Trump que reconsidere a medida para não beneficiar o regime cubano.

Quais alternativas estão sendo propostas diante do fechamento da Radio Martí?

Está se solicitando ao presidente Trump que restaure os fundos necessários para que a Radio Martí continue operando. A Fundação Nacional Cubano Americana e outras organizações instam o governo dos Estados Unidos a garantir a continuidade desses meios em apoio à liberdade e à democracia em Cuba.

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