"Quando não é Juana, é a irmã": Anunciam cortes de água de 12 horas em Havana por "quebra imprevista"

A empresa Aguas de La Habana informou que o serviço de água potável será interrompido em vários municípios da capital nesta sexta-feira, 14 de março, devido a uma quebra imprevista na tubulação principal da fonte de abastecimento de Cuenca Sur. A suspensão, que se estenderá por 12 horas, das 6h às 18h, afetará os municípios Plaza de la Revolución, Cerro, Centro Habana, Habana Vieja, 10 de Outubro e Boyeros.

Segundo a entidade, os trabalhos de reparação são necessários para resolver a avaria e estabilizar o serviço, embora a recuperação ocorra de forma gradual. As autoridades aconselharam os moradores a tomarem medidas para minimizar o impacto da interrupção, em um contexto onde as interrupções no fornecimento de água têm sido constantes na cidade e em várias províncias do país.

O anúncio do corte de água gerou indignação entre os cidadãos, que denunciam que a crise hídrica em Havana é um problema persistente sem solução. "Bom, o Conselho Popular Malecón, Vedado, há muito tempo não tem água, isso não é novidade, mas consertem o que precisa ser consertado para ver se o líquido precioso retorna", pediu uma afetada. Outros lamentaram que as falhas nos serviços básicos se acumulam: "Não para de chover, uma coisa atrás da outra, ontem o dia todo sem eletricidade e hoje sem água. Vão nos deixar loucos, porque nem medicamento você pode tomar, também não há." De Luyanó, outra residente denunciou que "Luyanó Moderno está há 12 dias sem água e sem explicação ou solução." Enquanto isso, o descontentamento com a recorrência da situação também se fez notar: "Sempre é a mesma história quando chega o calor, quando não é Juana é a irmã."

A crise da água em Cuba gerou um crescente descontentamento entre a população. Em Ciego de Ávila, os ciclos de abastecimento foram reduzidos para uma vez a cada nove dias devido à seca e à deterioração do sistema de bombeamento. Em Santiago de Cuba, áreas como Punta Gorda Alta e Aguadores estão há mais de quatro meses sem acesso à água, o que afetou a higiene e a saúde pública de centenas de famílias. Além disso, circulam nas redes sociais denúncias de pessoas, como uma cubana em Villa Clara que relatou no TikTok que teve que ir ao campo buscar água para poder atender suas necessidades básicas após mais de 50 dias sem que a água chegasse ao povoado.

Os problemas com o abastecimento não só resultaram em desconforto, mas também em protestos. Em Río Cauto, Granma, o governo foi obrigado a instalar uma bomba de água após a pressão dos moradores, que saíram às ruas para exigir soluções. Em Havana, a situação é ainda mais crítica devido às constantes quedas de energia que afetam a bombeamento e distribuição de água, agravando o quadro de uma crise que não apresenta sinais de melhora.

Este novo corte de 12 horas na capital ocorre apenas uma semana depois que outro semelhante deixou milhares de habaneros sem serviço no dia 5 de março. Naquela ocasião, o corte coincidiu com falhas elétricas prolongadas, evidenciando a precariedade dos serviços básicos na cidade. Apesar da magnitude das afetações, o governo cubano não apresentou um plano de investimento que garanta a estabilidade do fornecimento, enquanto o deterioramento das infraestruturas e a crise energética continuam a afetar a vida cotidiana de milhões de cidadãos.

Perguntas Frequentes sobre a Crise da Água em Havana