Novos detalhes do assassinato de uma cubana em Camagüey por seu ex-parceiro, um preso que estava em saída temporária

"Primeiro ele a agrediu, o que a debilitou; depois a estrangulou e a estuprou após sua morte", relatou uma filha da vítima ao Martí Noticias.

Yoel Caballero e Marialedys Abad MorgadoFoto © Facebook / Irma Broek

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Saíram à luz novos detalhes sobre o assassinato de uma cubana em Camagüey no início do mês, cometido por seu ex-parceiro, um homem que cumpria uma pena e que aproveitou que estava em liberdade condicional para tirar a vida da sua ex-esposa.

A usuária de Facebook Irma Broek identificou a vítima como Marialedys Abad Morgado, de 55 anos.

Marialeydis Abad Morgado. Foto: Facebook / Lisbania Ortega

Segundo relatou, Marialedys foi brutalmente espancada, estrangulada e violada em sua própria casa, localizada no bairro Albaisa da cidade agramontina.

O autor do crime se chama Yoel Caballero. Após cometer o ato, ele fugiu do local, mas depois foi detido pela Polícia no município de Guáimaro.

Captura do Facebook / Irma Broek

Em declarações a Martí Notícias, Lisbania Ortega, a mais nova das duas filhas de Marialedys, denunciou que Caballero estava cumprindo pena em um centro de correção anexo à prisão de máxima segurança conhecida como Kilo 8, na província.

"Não sabemos por que ele estava fora, pois deveria estar trancado, mas parece que tinha influências lá dentro e saia a todo momento. Ela sabia que a qualquer momento ele ia lhe fazer mal", apontou.

A jovem detalhou que sua mãe e o agressor mantiveram um relacionamento sentimental por cerca de dois anos, mas ela o deixou e ele não aceitou.

"Ele a assediava muito, e não se agiu como deveria, porque ele precisava ter sido denunciado a tempo", disse.

"Ella não denunciou porque temia que ele tomasse represálias contra alguma de nós (as filhas), porque parece que ela tinha medo dele. Ele a ameaçou em duas ou três ocasiões...", acrescentou.

Lisbania detalhou que o assassino "a primeira coisa que fez foi dar-lhe golpes, que foi o que a debilitou; estrangulou-a e depois a violou após a morte".

"Há pouca proteção para as mulheres. É impossível que uma mulher consiga enfrentar um homem. Minha mãe era bastante forte. Tenho certeza de que se ele tivesse dado uma chance, ela teria lutado por sua vida. A todas as mulheres que passam por isso, que denunciem, que não tenham medo", enfatizou.

Perguntas frequentes sobre o feminicídio em Camagüey e a violência de gênero em Cuba

Quem foi Marialedys Abad Morgado e como ocorreu seu assassinato?

Marialedys Abad Morgado foi uma mulher de 55 anos assassinada pelo seu ex-parceiro em Camagüey. O crime ocorreu quando seu ex-parceiro, Yoel Caballero, que estava de licença enquanto cumpria pena, a atacou em sua casa. O agressor a espancou, estrangulou e violou em um ato de extrema violência. Foi detido posteriormente no município de Guáimaro.

Quais falhas são identificadas no sistema de justiça cubano em relação à proteção das mulheres?

O sistema de justiça cubano falhou em proteger as mulheres da violência de gênero. A falta de denúncias eficazes, a inação policial e a possibilidade de que agressores saiam da prisão com facilidade são problemas recorrentes. No caso de Marialedys, seu agressor tinha influências dentro da prisão, o que lhe permitiu sair em liberdade e cometer o crime.

Qual é a situação atual dos feminicídios em Cuba?

A situação dos feminicídios em Cuba é alarmante, com um aumento significativo nos últimos anos. Em 2024, foram registrados 53 feminicídios segundo plataformas independentes, refletindo uma grave crise de violência machista no país. A falta de reconhecimento do feminicídio como um crime específico no Código Penal cubano limita as ações legais e preventivas.

Quais medidas o governo cubano adotou diante do aumento da violência de gênero?

O governo cubano implementou um sistema nacional para o registro e acompanhamento da violência de gênero, mas sua efetividade é questionada. Embora tenham sido criados mecanismos para gerenciar os processos penais relacionados a esses delitos, as organizações feministas criticam a falta de ações concretas e a proteção insuficiente fornecida às mulheres em risco.

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