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O conselho municipal de Hialeah, condado de Miami Dade, apresentará nesta terça-feira uma resolução que permitirá ao prefeito Esteban Bovo Jr. assinar um acordo com o Departamento de Imigração e Controle de Alfândega (ICE) no âmbito do programa 287(g), concedendo poder à polícia local para interrogar, prender e executar ordens migratórias.
De acordo com El Nuevo Herald, os oficiais estarão autorizados a realizar esse tipo de ações contra aqueles que presuntivamente violarem a lei, em um contexto de pressão sobre os recursos locais, dado o crescente fluxo de imigrantes em uma cidade onde três quartos de seus 221.000 residentes nasceram no exterior.
Y é que Hialeah, historicamente reconhecida por acolher exilados cubanos, enfrenta agora a chegada massiva de novos imigrantes da ilha e de outras partes da América Latina e do mundo.
O prefeito Bovo, que em breve deixará seu cargo para assumir funções de lobby em Washington D.C., destacou que nos últimos dois anos chegaram até 80.000 cubanos, enquanto o fluxo migratório total desde aquele país supera os 420.000, comparando-o com um “Mariel em esteroides.”
Segundo o referido meio, esta colaboração se insere na política da administração Donald Trump, que promove a participação de agências locais na aplicação da lei de imigração. Na Flórida, vários departamentos de polícia já possuem acordos semelhantes, e Hialeah busca se unir a essa tendência para reforçar a segurança local.
No entanto, a medida gerou controvérsia: defensores dos direitos dos imigrantes alertam que essas associações podem erodir a confiança na polícia, dificultando a denúncia de crimes por parte de comunidades vulneráveis.
Com esta possível resolução, Hialeah se posiciona na vanguarda da aplicação de políticas migratórias rígidas, em um contexto em que a cidade já rejeitou anteriormente as “políticas de fronteiras abertas” e adotou medidas alinhadas com a administração federal.
Vale ressaltar que o programa 287(g), anunciado pelo governador Ron DeSantis, permite que as forças de segurança locais atuem como agentes federais de imigração, identificando, processando e detendo pessoas em situação irregular.
Há poucos dias, foi anunciado que as prisões do condado de Miami-Dade em breve poderão começar a emitir ordens de deportação para reclusos, com base em um acordo respaldado pela lei estadual da Flórida.
A Comissão de Miami-Dade aprovou essa resolução que permite uma maior colaboração entre as autoridades locais e os agentes do ICE. Esta medida também reforça a cooperação na detenção e deportação de imigrantes com antecedentes criminais.
Governador DeSantis e sua postura contra a imigração ilegal na Flórida
O governador Ron DeSantis manteve sua postura firme contra a imigração ilegal e isso foi reafirmado há uma semana durante seu discurso anual sobre o Estado da Flórida, pronunciado na Câmara dos Representantes no Capitólio estadual de Tallahassee.
Em sua intervenção, DeSantis deixou claro que a Flórida continuará sendo um estado com políticas migratórias rigorosas, e que não oferecerá abrigo a imigrantes indocumentados.
Além disso, a Patrulha de Estradas da Flórida (FHP) reforçou sua atuação na área da imigração após o acordo promovido por DeSantis.
Perguntas frequentes sobre a colaboração da polícia de Hialeah com o ICE
O que é o programa 287(g) e como ele afeta Hialeah?
O programa 287(g) permite que as forças de segurança locais atuem como agentes federais de imigração, identificando, processando e detendo pessoas em situação irregular. Em Hialeah, isso significa que a polícia local poderá colaborar diretamente com o ICE na aplicação das leis de imigração, o que poderá afetar a comunidade imigrante da cidade.
Por que Hialeah busca um acordo com o ICE?
Hialeah busca um acordo com o ICE como parte de uma política para reforçar a segurança local devido ao crescente fluxo de imigrantes. O prefeito Esteban Bovo Jr. destacou a chegada significativa de imigrantes, especialmente cubanos, como um fator que pressiona os recursos locais e justifica essa medida.
Quais são as críticas ao acordo entre a polícia de Hialeah e o ICE?
As críticas ao acordo destacam que ele pode erodir a confiança entre a comunidade imigrante e a polícia, dificultando a denúncia de crimes. Defensores dos direitos dos imigrantes alertam que essas associações podem fomentar o medo e a discriminação racial.
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