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A distribuição de arroz continua sendo um tema controverso em Cuba. O Governo assegurou que a entrega de 17 libras de arroz pendentes desde dezembro avança na província de Villa Clara, desmentindo os rumores sobre uma possível paralisação do processo devido à falta de combustível.
A informação foi divulgada pela emissora oficialista CMHW, que citou funcionários do Comércio na província. Segundo essas autoridades, todos os municípios já têm em seus armazéns parte do arroz da cesta básica, e a distribuição está em andamento, embora com atrasos.
As quotas correspondem aos meses de dezembro, janeiro e fevereiro, e até o momento somente foram entregues 10 libras na maioria dos territórios, exceto em Sagua la Grande e Corralillo, onde a distribuição começou nesta segunda-feira em algumas unidades de varejo.
Os funcionários insistiram que o transporte do arroz desde o porto de Cienfuegos não foi interrompido e que, desde o dia 5 de março, mais de 1.398 toneladas foram recebidas nos armazéns atacadistas de Villa Clara. Apenas neste domingo, afirmaram, foram transportadas 314 toneladas.
Apesar dessas declarações, a população continua enfrentando uma grave crise alimentar e dificuldades para acessar produtos básicos. As autoridades justificam a demora com problemas logísticos e apagões prolongados, enquanto os cidadãos denunciam que a falta de abastecimento continua afetando as famílias cubanas.
En meio da crise, o governo anunciou que duas das 17 libras de arroz por consumidor serão gratuitas, tratando-se de doações de países aliados. No entanto, para muitos cubanos, a chegada tardia desses alimentos não é suficiente para aliviar a precariedade em que vivem diariamente.
Um problema prolongado
A escassez de arroz em Cuba não é um fenômeno recente. Nos últimos anos, a produção nacional tem experimentado uma queda significativa, o que aumentou a dependência de importações e doações internacionais.
Por exemplo, em 2024, somente se alcançou 30 por cento do que foi colhido em 2018, de acordo com um relatório do jornal oficial Granma, exacerbando a crise alimentar na ilha.
Para paliar esta situação, países como China e Vietnã realizaram importantes doações de arroz. Em abril de 2024, a China enviou uma doação de 408 toneladas. Além disso, em março de 2023, o Vietnã doou 5.000 toneladas.
Apesar desses esforços, a distribuição interna do cereal demandado enfrentou múltiplos desafios. Em fevereiro de 2025, residentes de Matanzas receberam apenas duas libras de arroz com dois meses de atraso, evidenciando as dificuldades no sistema de abastecimento.
Além disso, a qualidade do arroz distribuído tem sido motivo de reclamações; em dezembro de 2024, cidadãos denunciaram que o arroz da bodega chegava atrasado, sujo e com gorgojos.
A crise alimentar em Cuba fez os preços do arroz dispararem no mercado informal. No final de fevereiro, o preço da libra de arroz alcançou 300 pesos cubanos (CUP), um valor que evidencia a profunda escassez e a deterioração do poder aquisitivo da população.
Segundo relatos de cidadãos em várias províncias, conseguir arroz através da caderneta de abastecimento se tornou uma tarefa quase impossível, o que obriga as famílias a recorrer ao mercado informal, onde os preços atingiram níveis exorbitantes.
Recientemente, o Ministério das Finanças e Preços (MFP) anunciou a regulação temporária dos preços máximos de coleta e varejo para o arroz e o feijão comum (preto, vermelho e branco) de produção nacional.
A medida foi estabelecida por meio do Acordo 10093, aprovado em 5 de março de 2025 e publicado na Gazeta Oficial No. 7 (extraordinária) de 7 de março.
De acordo com a normativa, os preços máximos aprovados para a produção nacional destes produtos serão os seguintes:
O preço máximo de varejo para vendas controladas e liberadas por libra será, no caso do arroz, de 155 pesos. Em relação ao preço de aquisição por tonelada, será de 239.000 pesos (arroz de consumo).
O governo justifica essa decisão como parte de seus esforços para conter a inflação, que tem se agravado nos últimos anos devido à crise econômica, à escassez de alimentos e ao aumento dos preços no mercado negro.
Perguntas Frequentes sobre a Distribuição de Arroz e a Crise Alimentar em Cuba
Por que está atrasando a entrega de arroz em Villa Clara?
A entrega de arroz em Villa Clara está sendo atrasada devido a problemas logísticos e prolongados apagões. As autoridades asseguraram que o transporte do arroz desde o porto de Cienfuegos não foi interrompido, mas a distribuição avança com lentidão. A falta de abastecimento e a crise alimentar generalizada em Cuba também afetam esse processo.
O que o governo cubano está fazendo para resolver a escassez de arroz?
Para enfrentar a escassez de arroz, o governo cubano tem dependido de importações e doações de países aliados como a China e o Vietnã. Também anunciaram a entrega de duas libras de arroz gratuitas por consumidor como parte dessas doações. No entanto, essas medidas não são suficientes para aliviar a precariedade alimentar que a população cubana enfrenta.
Como a crise econômica afetou a produção de arroz em Cuba?
A crise econômica em Cuba reduziu drasticamente a produção de arroz, alcançando apenas 30% do que foi colhido em 2018. A falta de insumos agrícolas, máquinas obsoletas e problemas logísticos limitam a produção nacional, aumentando a dependência de importações para satisfazer a demanda interna.
Qual é o impacto do preço do arroz no mercado informal cubano?
No mercado informal cubano, o preço da libra de arroz alcançou até 300 pesos cubanos (CUP), refletindo a profunda escassez e a deterioração do poder aquisitivo da população. A crise na produção e distribuição de arroz forçou muitas famílias a recorrer ao mercado informal, onde os preços são exorbitantes.
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