
Vídeos relacionados:
As autoridades de Matanzas intensificaram os operativos contra o que qualificam de "acaparação de combustível" na província, detectando vários casos em que cidadãos transportavam grandes quantidades de gasolina sem a devida documentação.
Um dos casos ocorreu na localidade de Corral Nuevo, onde Erisbel García Martínez foi surpreendido com 145 litros de gasolina em seu veículo particular, conforme informou no Facebook o perfil oficialista "Con todos la Victoria".
Em outro fato similar, Alexander del Toro Corona transportava 235 litros sem justificar sua procedência.
Na zona de Versalhes, Juan Carlos Olivera González e Roelvis Rivera Romero foram interceptados com 290 litros de combustível.
Em uma sala de operações a polícia apreendeu 200 litros de Ángel Luis Delgado de la Cruz, que também teria tentado subornar os agentes para evitar as sanções.
As autoridades indicaram que nenhum dos envolvidos possuía a documentação legal necessária para o transporte do combustível, sendo assim, terão que enfrentar as consequências legais de suas ações.
A fonte oficialista não especificou quais são essas consequências legais.
Essas operações fazem parte de um esforço maior para regular a distribuição e o acesso ao combustível em meio à grave crise de abastecimento que o país enfrenta.
No espaço dedicado aos comentários, alguns internautas questionaram as operações.
"Ahorita ter dois sacos de carvão é acaparramento e é com isso que se vai ter que cozinhar se Cuba está na época da pré-história. Por que não colocam todos os militares corruptos que tiveram que demitir para não prender em Matanzas?", questionou um comentarista.
"Está bem enfrentar os especuladores de combustível, mas como conseguiram essas quantidades de gasolina? Seria bom chegar à raiz do problema. Se possível, também liberar mais gasolina e petróleo na rede de postos de combustíveis; assim haveria menos margem para as ilegalidades," apontou outro.
Processam revendedores e coladores em servicentro de Havana
Em uma tentativa recente de demonstrar controle e responder ao descontentamento popular, as autoridades cubanas realizaram um "debate de bairro" no município Diez de Octubre, em Havana, para discutir a luta contra as ilegalidades e a corrupção na atividade de venda de combustível, um problema que o próprio governo tem fomentado com sua gestão econômica deficiente.
Segundo o relatório do jornal Tribuna, funcionários da Promotoria e da Polícia informaram sobre a recente detenção de um grupo de cidadãos que estavam acumulando e revendendo gasolina ou cobrando por turnos - os chamados "coleros" -, para acessar o servicentro Alameda, localizado na Santa Catalina e Poey.
O fiscal chefe do município afirmou que os envolvidos no mercado negro de combustíveis serão severamente punidos, uma vez que cometeram seus delitos em um momento em que o país enfrenta uma aguda crise energética, o que será uma circunstância agravante durante o julgamento.
No entanto, seu discurso ignorou as causas estruturais do problema, derivadas da má administração governamental, da corrupção dentro das empresas estatais e da falta de transparência na distribuição dos recursos.
No encontro, também foi informado sobre uma operação policial na qual foi desativado um depósito com uma quantidade considerável de gasolina destinada à revenda.
Por sua parte, a procuradora-chefe de Havana, Lisnay María Mederos Torres, anunciou que nos próximos dias serão realizados novos operativos em outros postos de gasolina, e que os responsáveis pelos delitos poderão enfrentar acusações por malversação e corrupção.
Também antecipou que funcionários da CUPET, CIMEX, do Ministério do Interior e do Governo intervirão nos programas de televisão "Buenos Días" e "Hacemos Cuba" para explicar as medidas organizacionais que serão adotadas para regular o fornecimento de combustível na cidade.
Os diretores que presidiam o debate no bairro insistiram com os moradores para que denunciassem esses delitos e colocaram à disposição os números de telefone do posto de comando da Polícia local.
Enquanto o governo endurece a punição contra os revendedores, a impunidade dos altos funcionários que gerenciam o combustível e outros produtos essenciais permanece, facilitando a corrupção dentro do próprio aparelho estatal.
Perguntas frequentes sobre a apreensão de combustível e a crise energética em Cuba
Por que foram apreendidos 850 litros de gasolina em Matanzas?
O confisco de 850 litros de gasolina em Matanzas ocorreu porque os cidadãos envolvidos transportavam grandes quantidades de combustível sem a devida documentação legal, o que é considerado um crime em Cuba. Essas ações fazem parte das operações do governo contra a acumulação e o mercado negro de combustível.
Qual é a situação da crise energética em Cuba?
Cuba enfrenta uma grave crise energética caracterizada pela escassez de combustível, o que levou o governo a intensificar as operações contra o mercado negro e o acúmulo. No entanto, essas medidas não abordam as causas estruturais do problema, como a má gestão governamental e a corrupção interna.
Quais são as consequências legais enfrentadas pelos envolvidos na apreensão de gasolina em Matanzas?
As autoridades não especificaram as consequências legais exatas, mas é provável que os implicados enfrentem acusações por atividade econômica ilícita devido à falta de documentação legal para transportar o combustível. A polícia destacou que esses delitos serão severamente punidos, especialmente no contexto da crise energética que o país enfrenta.
Como a população cubana tem reagido às operações contra o acúmulo de combustível?
A população cubana tem demonstrado frustração e descontentamento diante dessas operações, criticando a falta de soluções reais para a crise energética e a percepção de impunidade entre os altos funcionários do governo. Os cidadãos questionam por que não se aborda a raiz do problema, como a corrupção e a má administração estatal.
Arquivado em: