Instalam bomba de água em Río Cauto após protestos cidadãos: "Um esforço conjunto"

Após as protestas em Río Cauto, o governo cubano instala uma turbina para restabelecer o fornecimento de água, com o intuito de acalmar os residentes após as manifestações.

Instalação de bomba d'águaFoto © Facebook / Governo Municipal de Río Cauto

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O regime cubano afirmou que instalou neste domingo uma turbina para bombear água para várias localidades de Río Cauto, em Granma, onde na sexta-feira ocorreram protestos para exigir a libertação de uma mãe de três filhos detida após denunciar a escassez extrema e a fome em sua comunidade.

Uma breve nota publicada no perfil do Facebook do Governo Municipal de Rio Cauto considerou que se tratava de um "esforço conjunto" que ocorria após vários dias com interrupções no fornecimento do líquido vital.

A comunicação do regime destaca que os trabalhadores estão "há mais de uma semana em intenso trabalho" para instalar a turbina após uma quebra que afetou mais de 14.000 residentes em Cayamas, Río e Batey.

A instalação e os equipamentos são de responsabilidade da UEB Acueducto, Ferro Azúcar, da Empresa Açucareira Grito de Yara e da Mipyme Morequín, especializados em caldeiraria.

Facebook / Governo Municipal de Río Cauto

Os atores mencionados anteriormente "conseguiram" que em pouco mais de uma semana fosse restabelecida a bomba de água, agilitando os trabalhos após o surgimento de protestos na sede municipal nesta sexta-feira. As autoridades garantem que neste domingo o bombeio será reiniciado.

"Sem este esforço conjunto, a operação da turbina teria se atrasado três meses", defendeu o regime, exaltando que apesar das questões elétricas e da escassez de recursos, "a equipe está trabalhando a passos largos".

Após a mobilização em massa protagonizada por moradores em Río Cauto na última sexta-feira, exigindo a libertação de Mayelín Carrasco Álvarez, detida após denunciar a escassez extrema e a fome em sua comunidade, o regime recorreu a várias estratégias para tentar apaziguar os ânimos dos residentes.

Este sábado, o governo granmense organizou uma pequena feira agropecuária nesse município para vender bananas, arroz, ervilhas, farinha de milho e poucos produtos mais.

Esses atos têm como objetivo transmitir uma imagem de normalidade, enquanto se chantageia o povo com algumas das carências que mais afligem os cubanos: a comida e o abastecimento de água.

Na noite desta sexta-feira, além da manifestação cidadã, o governo mostrou imagens de ruas vazias em Rio Cauto e afirmou: "Recordemos que a paz e a tranquilidade são o reflexo da nossa força como povo".

Esse dia, os manifestantes, na sua maioria residentes locais, gritaram palavras de ordem como “Liberdade para Mayelín” e exibiram cartazes em apoio a ela, enquanto outros residentes batiam seus caldeirões.

A mulher, de 47 anos, havia denunciado publicamente a escassez de alimentos como leite e ovos, e a falta de recursos básicos para cozinhar. Além disso, se referiu à crise que atravessa a ilha.

A detenção da mãe cubana ocorreu na quinta-feira. O Governo de Río Cauto, por meio de um comunicado nas redes sociais, atacou-a e tentou desacreditá-la afirmando que ofereceram a Carrasco várias soluções para sua situação, entre elas uma moradia "temporária" de "madeira e zinc".

Perguntas frequentes sobre a protesto em Río Cauto e a situação de Mayelín Carrasco

Por que foram realizadas protestas em Río Cauto?

As manifestações em Río Cauto ocorreram devido à detenção de Mayelín Carrasco Álvarez, uma mãe de três filhos, que foi presa após denunciar a extrema escassez de alimentos e a fome em sua comunidade. Os manifestantes exigiam sua libertação e melhores condições de vida.

Que ações tomou o governo cubano após os protestos em Río Cauto?

Em resposta aos protestos, o governo cubano instalou uma turbina para restabelecer o fornecimento de água, organizou uma feira agropecuária para vender alimentos básicos e divulgou imagens de ruas vazias para transmitir uma imagem de normalidade. Essas ações são interpretadas como tentativas de apaziguar o descontentamento social.

O que Mayelín Carrasco denunciou antes de ser detida?

Mayelín Carrasco denunciou a escassez de alimentos básicos como leite e ovos, e a falta de recursos para cozinhar. Ela também criticou a crise econômica em Cuba, afirmando que "tudo desabou".

Qual foi a resposta do governo diante das críticas de Mayelín Carrasco?

O governo tentou desacreditar Mayelín Carrasco, afirmando que foram oferecidas a ela soluções para seus problemas, como uma habitação temporária e oportunidades de emprego, que ela supostamente rejeitou. No entanto, essas soluções foram consideradas insuficientes pela comunidade.

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