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O Governo de Granma organizou uma pequena feira agropecuária no município de Río Cauto após a mobilização maciça desta sexta-feira, quando centenas de pessoas tomaram as ruas para exigir a libertação de Mayelín Carrasco Álvarez, uma mãe de três filhos detida após denunciar a escassez extrema e a fome em sua comunidade.
"Desenvolve-se uma Feira Integral na área do Bosque de Río Cauto, onde as bases produtivas, as UEB de Comércio e Gastronomia, e Calisur, assim como o setor privado, oferecem uma variedade de produtos", escreveu em suas páginas de redes sociais o governo.
Nas imagens da "feira", observam-se caminhões com bananas, venda de arroz, ervilhas, farinha de milho e poucos outros produtos.
Se trata de uma estratégia à qual o regime costuma recorrer para tentar acalmar os ânimos dos cidadãos e transmitir uma imagem de normalidade, enquanto chantageia o povo com uma das carências que mais afligem os cubanos: a comida.
Nesse mesmo contexto, na noite desta sexta-feira, após a manifestação popular, o governo desse município exibiu imagens de ruas vazias e afirmou: "Lembremos que a paz e a tranquilidade são o reflexo de nossa força como povo".
Este viernes, manifestantes, na sua maioria residentes locais, corearam consignas como “Liberdade para Mayelín” e mostraram cartazes em seu apoio, enquanto outros residentes fizeram barulho com suas panelas.
Mayelín Carrasco, de 47 anos, havia sido detida na quinta-feira após denunciar publicamente a escassez de alimentos como leite e ovos, e a falta de recursos básicos para cozinhar.
As imagens divulgadas da protesto nesta sexta-feira mostraram os momentos de tensão vividos quando os moradores da localidade confrontaram diretamente as forças repressivas do regime.
Uma multidão exigiu explicações diante de um cordão policial que incluía altos oficiais do ministério do Interior (MININT) e da Polícia Nacional Revolucionária (PNR), além de repressões vestidas de civil que filmavam os manifestantes com seus celulares.
Em meio à agitação, a primeira secretária do Partido em Granma tentou apelar ao sacrifício coletivo enquanto justificava a repressão.
Yudelkis Ortiz Barceló disse aos manifestantes que a revolução não lhes tiraria nada do que lhes deu, e entre esses benefícios citou "a eletricidade".
A funcionária advertiu que não permitiria mais expressões de descontentamento na localidade. “Por isso não posso permitir aqui que ninguém se manifeste ou que converse com aqueles que não conhece”, afirmou a repressora.
Perguntas frequentes sobre a protesto em Río Cauto e a detenção de Mayelín Carrasco
Por que Mayelín Carrasco foi detida?
Mayelín Carrasco foi detida por protestar contra a escassez de alimentos e a miséria em sua comunidade de Rio Cauto. Ela denunciou publicamente a falta de comida para seus filhos e a crise econômica que afeta a população local. Sua detenção, realizada de forma violenta, desencadeou uma série de protestos na região.
Que ações o Governo cubano tomou após os protestos em Río Cauto?
Após os protestos, o Governo organizou uma feira agropecuária em Río Cauto como uma estratégia para acalmar os ânimos e transmitir uma imagem de normalidade. No entanto, essa ação foi vista como uma tentativa de desviar a atenção do mal-estar social e não como uma solução eficaz para os problemas de escassez.
Qual tem sido a resposta das autoridades locais às críticas sobre a detenção de Mayelín Carrasco?
As autoridades locais tentaram desacreditar Mayelín Carrasco afirmando que sua protesto foi inaceitável e alegando que lhe ofereceram soluções para sua situação, como uma moradia temporária e oportunidades de emprego, as quais ela rejeitou. Além disso, foi divulgado que ela estava "muito arrependida" por suas ações, em uma clara tentativa de deslegitimar seus motivos e justificar sua detenção.
Como a comunidade internacional reagiu à detenção de Mayelín Carrasco?
A comunidade internacional, especialmente grupos de direitos humanos, denunciou a detenção de Mayelín Carrasco como um ato repressivo do regime cubano para silenciar as vozes de protesto. Foi ressaltado que essas ações fazem parte de um padrão de repressão contra aqueles que exercem seu direito à liberdade de expressão em Cuba.
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