Um operativo policial realizado em um estabelecimento da Pequeña Habana, em Miami, resultou na apreensão de 56,5 libras de maconha, máquinas de jogo ilegais, uma arma de fogo e munições.
Como resultado da busca, foram presos Lisyane Flores - de 25 anos, gerente do local - e um adolescente de 15 anos acusado de posse de cannabis com intenção de venda perto de uma escola.
O operativo ocorreu no El Rincón Market & Smoke Shop, situado na avenida 35 com a rua 7, no noroeste de Miami.
A investigação começou meses atrás após um incidente de esfaqueamento nas proximidades do estabelecimento. Durante a intervenção policial posterior a esse incidente, os agentes notaram irregularidades que os levaram a aprofundar nas atividades do negócio.
Investigação e operação policial
Segundo explicou em declarações à America Tevé o porta-voz da Polícia de Miami, Mike Vega, as investigações levaram um agente encoberto a comprar maconha no local sem nenhum inconveniente.
"Todo isso começou há meses, quando houve um esfaqueamento na frente deste estabelecimento e, quando os oficiais foram, notaram coisas que não pareciam corretas", explicou Vega.
"Com a informação, conseguimos obter o mandado de busca e prisão. Quando fomos ontem, encontramos que eles tinham maconha e também havia um quarto fechado e, ao abrirmos, encontramos máquinas ilegais", acrescentou.
A equipe SWAT participou da operação, encontrando, além da maconha, balas e chocolates com infusão de cannabis.
Na sala secreta do local, foram encontrados vestígios de drogas já consumidas, uma arma de fogo, munições e garrafas vazias de bebidas alcoólicas.
"Neste estabelecimento não é permitido consumir bebidas alcoólicas, e prisonei a proprietária do estabelecimento e um menino de 15 anos que estava trabalhando e tem relação com o dono do estabelecimento", detalhou Vega.
Relação com menores e dúvidas sobre a legalidade do cannabis
Um dos aspectos que gerou maior preocupação entre as autoridades foi a localização do estabelecimento perto da escola secundária Green Springs, o que poderia ter facilitado a venda de cannabis a menores.
"A maioria das pessoas que estavam entrando no estabelecimento são crianças, que estavam indo para a escola. Não afirmamos que todos estavam comprando maconha, mas eles entram lá e estão observando o uso de maconha", explicou o porta-voz da polícia.
O diretor da escola confirmou que o adolescente de 15 anos detido é aluno da instituição e expressou sua preocupação em relação ao ocorrido, ao mesmo tempo em que agradeceu às forças de segurança locais pela rápida resposta.
Por sua parte, o advogado de Lisyane Flores, Lawrence Hashish, defendeu sua cliente -hispânica cuja nacionalidade de origem não foi revelada- argumentando que o cannabis encontrado na loja era legal.
"A cannabis que encontraram é THC-A, que é permitido por lei. Esta é uma loja de tabaco e eles têm tudo em exibição, tudo embalado, tudo com certificado de autenticidade.", afirmou.
No entanto, a polícia indicou que nem todos os produtos apreendidos estavam embalados comercialmente, pois também encontraram sacos selados a vácuo junto ao escritório na parte de trás da loja.
O detetive Matthew Martínez, da Polícia de Miami, revelou que de duas das compras encobertas obtiveram de um laboratório privado as leituras de THC para alguns dos produtos que compraram, e esses foram os mesmos produtos que foram apreendidos.
"Os níveis de THC foram mais altos. A quantidade foi de 7% e 22%", afirmou
Máquinas de jogo ilegais e fiança para os detidos
A investigação também evidenciou a existência de uma sala dos fundos oculta com seis máquinas de jogo, o que gerou acusações adicionais contra os responsáveis pelo estabelecimento.
"A mera posse de uma máquina de jogo. O PC não diz que alguém jogou, ganhou ou recebeu dinheiro", argumentou o advogado Hashish em defesa de sua cliente.
Tras sua comparecência em tribunal, Flores foi acusada de tráfico de cannabis, posse de um dispositivo de jogo e contribuição para a delinquência de um menor.
Um juiz estabeleceu uma fiança de 8.500 dólares para sua liberação. Enquanto isso, o adolescente de 15 anos enfrenta acusações de posse de cannabis com intenção de vender nas proximidades de uma escola.
As autoridades continuam investigando o caso e não descartam a possibilidade de mais prisões relacionadas à operação ilícita no estabelecimento.
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