A crise energética em Cuba continua a piorar, e na província de Holguín a situação se torna mais complexa. De acordo com informações da Empresa Elétrica de Holguín em seu perfil oficial no Facebook, o déficit na capacidade de geração obrigou a limitar o fornecimento de energia elétrica a ciclos não superiores a três horas. A entidade alertou que a situação se agravará nas próximas horas, com maior impacto no horário de pico noturno.
"Exorta-se a população a fazer um uso racional da energia e a tomar as medidas necessárias para garantir o cozimento de alimentos e outras tarefas essenciais no período em que o serviço for prestado", indicou o comunicado.
Em uma entrevista concedida à emissora estatal Radio Angulo, o diretor do despacho provincial de carga, Davielquis Cortina Cobas, explicou que a situação se deve à saída de várias unidades geradoras no país, entre elas a Unidade 3 da CTE Santa Cruz, a Unidade 5 da CTE 10 de Outubro, as Unidades 1 e 2 de Felton, além de falhas nas plantas de Cienfuegos e Renté, assim como a falta de combustível na Central Fuel Oil de Moa.
Cortina Cobas precisou que a disponibilidade energética para o dia foi estimada em 1.590 megawatts (MW), enquanto a demanda máxima atingiu os 3.200 MW, gerando um déficit de 1.680 MW. Essa diferença fez com que em Holguín praticamente todos os circuitos desligáveis estivessem fora de serviço desde a madrugada, impedindo a rotação do serviço elétrico.
"Estamos no máximo de apagões há dias, mas hoje acordamos com praticamente todo o sistema afetado", declarou o funcionário. Para mitigar a crise, foi priorizado o fornecimento de eletricidade a hospitais, estações de bombeamento de água e outros serviços essenciais com grupos geradores. No entanto, Cortina Cobas reconheceu que o panorama é grave e que, no horário de maior demanda, entre 18h e 19h, nem mesmo esses circuitos essenciais estarão isentos de interrupções.
Embora se espere uma leve melhoria com a entrada de fuel oil na Central de Moa nas próximas 24 horas, o funcionário avisou que o processo não é imediato e a situação energética continuará sendo instável.
Uma crise energética sem soluções imediatas
A situação energética em Cuba continua crítica em nível nacional, com apagões prolongados em várias províncias. O governo prometeu melhorias antes do final do ano, assegurando que incorporará 1.000 MW ao sistema elétrico em 2025, embora os especialistas e a população se mostrem céticos em relação a esses anúncios.
Enquanto isso, a União Elétrica (UNE) havia previsto para quarta-feira outra jornada de fortes apagões no país, com impactos que poderiam atingir 1.680 MW no horário de pico, afetando principalmente a região centro-oriental.
A esta crise se soma uma nova falha na Central Termoelétrica (CTE) 10 de Outubro de Nuevitas, em Camagüey, onde um vazamento na caldeira do bloco número 5 agravou a instabilidade do Sistema Elétrico Nacional. Atualmente, várias unidades geradoras continuam fora de serviço, e os reparos não têm sido eficazes nem duradouros, provocando um aumento das quedas de energia e do descontentamento da população.
A crise elétrica em Cuba continua se agravando, com longas interrupções no fornecimento de eletricidade que afetam a vida cotidiana da população e deixam milhares de famílias em condições precárias.
Perguntas frequentes sobre a crise energética e os apagões em Cuba
Qual é a principal causa do déficit elétrico em Holguín e em outras províncias de Cuba?
A principal causa do déficit elétrico em Holguín e em outras províncias de Cuba é a saída de serviço de várias unidades geradoras devido a falhas, manutenção e falta de combustível. Entre as unidades afetadas estão as das centrais termelétricas em Santa Cruz, Felton, Cienfuegos e Renté. Esta situação gerou um déficit significativo na capacidade de geração elétrica nacional.
Como a crise energética está afetando a vida cotidiana da população em Holguín e em outras regiões?
A crise energética está afetando gravemente a vida diária da população em Holguín e em outras regiões de Cuba. Os apagões prolongados impedem atividades essenciais, como a cozinhar alimentos e o uso de eletrodomésticos. Além disso, geram um clima de incerteza e mal-estar social devido à falta de soluções eficazes a curto prazo.
Quais medidas o governo cubano tomou para mitigar a crise energética?
O governo cubano priorizou o fornecimento de eletricidade para serviços essenciais como hospitais e estações de bombeamento de água por meio do uso de geradores. No entanto, essas medidas não foram suficientes para resolver o problema de fundo, o que gerou descontentamento e críticas entre a população devido à persistência dos apagões.
Qual é a previsão de apagões em Cuba para os próximos dias?
A projeção dos apagões em Cuba para os próximos dias é que continuarão a afetar o país de forma significativa. Espera-se que o déficit de geração elétrica siga superando os 1.000 MW durante o horário de pico, agravando a situação atual e mantendo a incerteza sobre quando a crise energética será resolvida.
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