Cuba na escuridão, mas a UNE celebra que "já se observam os painéis solares"

Cuba enfrenta uma grave crise energética com apagões prolongados, enquanto a UNE promove parques solares. Apenas 6 de 15 usinas termelétricas estão em funcionamento, e as energias renováveis representam menos de 5% da energia.

Trabalhador instala painéis solares em parque fotovoltaico em CubaFoto © Facebook / UNE

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Em meio a uma crise energética sem precedentes, a União Elétrica de Cuba (UNE) intensificou sua campanha midiática sobre a construção de parques solares e, em menos de 24 horas, sua página de Facebook publicou nove atualizações destacando avanços em projetos fotovoltaicos.

Um exemplo disso foi a publicação que anunciava os trabalhos realizados em um parque solar em Camagüey, que a empresa estatal acompanhou de fotografias e com a seguinte mensagem: “Já se observam os painéis solares no Parque Solar Fotovoltaico Luaces, que cumprirá seu compromisso de concluir este grande investimento em abril”.

Captura de tela Facebook / UNE

No entanto, enquanto esses desenvolvimentos são promovidos, a realidade cotidiana dos cubanos é sombria. A falta de investimento em infraestrutura elétrica e a dependência de combustíveis fósseis importados levaram o sistema energético ao limite do colapso.

Atualmente, apenas seis das 15 usinas termoelétricas estão operacionais, e a escassez de combustíveis impede o uso de geradores a diesel, o que agrava a situação. Essa crise obrigou o governo a fechar escolas e a pedir aos trabalhadores não essenciais que permaneçam em casa.

Apesar dos esforços para promover as energias renováveis, estas representam menos de 5% da matriz energética nacional.

O governo anunciou planos para construir 55 parques solares com uma capacidade total de 1.200 megawatts antes do final de 2025, mas a falta de investimento e a ineptidão do governo da "continuidade" liderado por Miguel Díaz-Canel levantam dúvidas sobre a viabilidade desses projetos.

Desde há uma década, as autoridades cubanas vêm proclamando .

Em 2014, foi aprovada uma política para o desenvolvimento de fontes renováveis e o uso eficiente da energia, com o objetivo inicial de alcançar 24% de geração elétrica a partir de energias renováveis até 2030, meta que posteriormente foi elevada para 37%.

No entanto, o progresso tem sido limitado, e a dependência de combustíveis fósseis continua sendo dominante.

Recientemente, em novembro de 2024, a empresa chinesa Hangzhou Duojia Technology expressou seu apoio ao plano cubano de aumentar significativamente a geração de energia solar, destacando a colaboração entre os dois países para aproveitar o potencial solar da ilha.

No entanto, especialistas apontam que, sem uma mudança radical no modelo econômico e uma gestão eficaz, o setor elétrico continuará enfrentando colapsos recorrentes.

Enquanto isso, a população continua enfrentando apagões prolongados que afetam todos os aspectos da vida diária, desde a conservação de alimentos até a atenção médica.

A percepção geral é que a promoção de projetos de energias renováveis serve mais como uma distração propagandística do que como uma solução tangível para a crise energética que afeta o país.

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