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O governo da Venezuela informou nesta segunda-feira que dois desertores da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) estavam entre os 190 migrantes deportados dos Estados Unidos para Caracas na semana passada.
O ministro do Interior daquela ditadura, Diosdado Cabello, assegurou que ambos receberam o “tratamento adequado” e foram respeitados seus direitos humanos, embora não tenha oferecido detalhes sobre suas identidades ou situação legal, de acordo com a agência EFE.
No entanto, o Código Orgânico de Justiça Militar da Venezuela estabelece que a deserção militar é punida com a expulsão da FANB e penas de até oito anos de prisão, com agravantes se o delito for cometido no exterior.
Durante a coletiva de imprensa transmitida pelo canal estatal VTV, Cabello reiterou que nenhum dos deportados pertence ao Tren de Aragua, desmentindo versões anteriores de Washington que indicavam a presença de pessoas ligadas à organização criminosa nos voos.
No obstante, indicou que, após uma revisão de antecedentes criminais, foi determinado que 17 dos repatriados têm pendências com a Justiça venezuelana por crimes cometidos entre 2010 e 2018.
Cabello afirmou que as autoridades, incluindo a Direção Geral de Contrainteligência Militar (Dgcim), estão lidando com os casos dos deportados com antecedentes.
O processo de deportações ocorre em meio a uma recente aproximação entre Caracas e Washington, após a reunião em janeiro entre Nicolás Maduro e o representante especial dos EUA, Richard Grenell, na qual se acertou a aceitação de migrantes deportados em troca da liberação de seis cidadãos americanos detidos na Venezuela.
Além disso, sabe-se que pelo menos 150 membros do Tren de Aragua foram deportados para a Base Naval de Guantánamo, localizada no leste de Cuba.
Estados Unidos e os voos de deportação para a Venezuela
Justamente na última segunda-feira, os Estados Unidos iniciaram os voos de deportação para a Venezuela, um fato que ocorreu muito mais rápido do que o esperado e confirmou o endurecimento das políticas migratórias sob a administração de Donald Trump.
Em paralelo, o governo do ditador Maduro respondeu com a reativação do Plano Volta à Pátria e enviou aviões para repatriar cidadãos venezuelanos do solo estadunidense.
Perguntas Frequentes sobre a Deportação de Migrantes dos EUA para a Venezuela
Quantos migrantes venezuelanos foram deportados dos EUA recentemente?
Um total de 190 migrantes venezuelanos foram deportados dos Estados Unidos para a Venezuela nos primeiros voos de repatriação. Estes voos fazem parte do acordo entre os governos de Donald Trump e Nicolás Maduro.
Quem são os dois desertores militares deportados para a Venezuela?
O governo da Venezuela informou que entre os deportados estão dois desertores da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB). No entanto, as autoridades não forneceram detalhes sobre suas identidades ou situação legal.
Quais são as implicações do acordo entre os EUA e a Venezuela sobre deportações?
O acordo entre os EUA e a Venezuela permite a repatriação de migrantes venezuelanos em troca da liberação de cidadãos estadounidenses detidos na Venezuela. Esse aproximamento entre os dois países ocorre apesar de os EUA não reconhecerem a legitimidade do governo de Nicolás Maduro. Além disso, o acordo pode influenciar futuras concessões políticas ou econômicas entre as nações.
Qual é a situação dos deportados venezuelanos em Guantánamo?
Alguns venezuelanos, considerados criminosos perigosos, foram deportados para a Base Naval de Guantánamo. Essa medida foi criticada por organizações de direitos humanos devido à falta de acesso a assessoria legal e a condições adequadas. No total, estão relatados 23 imigrantes ilegais em Guantánamo, embora não tenha sido confirmado que todos sejam venezuelanos.
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