Madre exige justiça pela morte de seu bebê no hospital de Sancti Spíritus: "Decidiram experimentar com ele"

O menor tinha uma condição chamada Acidúria Metilmalônica.

Ana Aloma com seu bebêFoto © Facebook/Ana Aloma

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Ana Aloma, a mãe do bebê falecido recentemente em Sancti Spíritus, levantou sua voz em busca de justiça para seu filho.

Captura do Facebook/Ana Aloma

Através de uma publicação emotiva, negou que a condição do pequeno fosse "incompatível com a vida", como indicaram as autoridades médicas após seu falecimento.

Segundo suas declarações, em Cuba existem pelo menos seis casos de Acidúria Metilmalônica, uma doença genética pouco comum, cujos pacientes levam "uma vida relativamente normal com o tratamento adequado".

Acusações de negligência médica

Sin embargo, denunciou que no caso de seu filho não foram seguidos os protocolos adequados, o que teria contribuído para um desfecho fatal.

A mãe afirma que seu filho foi submetido a um "experimento", ao receber a vacina pentavalente sem a realização prévia dos exames clínicos ou da pesquisa recomendada pelo Programa de Atenção Materno Infantil (PAMI) a nível provincial.

Além disso, questionou a dieta prescrita para o bebê, assegurando que era "muito pobre" em comparação com a de outras crianças que sofrem da mesma condição.

Apontou de forma direta para a doutora Magdalena Guirado Espinosa, a quem acusou de negligência e pediu sua expulsão do sistema de saúde, afirmando que possui provas que sustentam sua denúncia.

Segundo seu depoimento, a profissional de saúde nunca atendeu as chamadas urgentes feitas pela família para consultar sobre o estado do bebê.

Apesar de sua dor e frustração, a mãe agradeceu o esforço e a dedicação da equipe de Terapia Intensiva do Hospital Pediátrico de Sancti Spíritus, reconhecendo o trabalho dos profissionais que fizeram todo o possível para salvar seu filho.

Captura de Facebook/Ana Aloma

Um calvário de luta e necessidades

O falecimento do bebê evidenciou as dificuldades que as famílias cubanas enfrentam para acessar medicamentos e suprimentos essenciais.

No início de fevereiro, a mãe pediu desesperadamente sulfato de zinco para seu filho através das redes sociais, disposta a conseguir a qualquer preço.

Captura do Facebook/Ana Aloma

Dias antes, no dia 31 de janeiro, também solicitou ajuda para receber o alimento especial que seu filho precisava, o qual havia sido comprado pelos avós nos Estados Unidos, mas que não haviam conseguido encontrar uma forma de enviá-lo para o país e pedia que o país gerenciasse, através da Cruz Vermelha, o envio.

Em sua publicação, expressou também sua frustração ao ver como as instituições cubanas não ofereceram resposta a suas solicitações. Denunciou que entregou documentação médica ao Poder Popular para solicitar uma atribuição especial de gás que lhe permitisse atender seu filho, mas nunca recebeu resposta.

"Até quando isso vai durar? Estão brincando com a vida de um ser humano, por favor", reclamou naquela ocasião.

Captura do Facebook/Ana Aloma

No dia 10 de fevereiro, uma comovente publicação já relatava o agravamento da saúde do menor.

Captura de Facebook/Ana Aloma

Este 16 de fevereiro, outra publicação sentida relatava o desfecho fatal.

Captura de Facebook/Ana Aloma

Ser mãe do Neo: Uma batalha diária

Pouco depois de nascer seu bebê, Ana Aloma compartilhou em suas redes sociais um emocionante texto -que transcrevemos a seguir- no qual explicava o que significava ser "uma mamãe de Neo".

Ser uma "mamãe de Neo" refere-se a ser mãe de um bebê prematuro, que teve que passar tempo na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.

"Neo" é uma abreviatura de "neonatal", que se refere ao período que abrange desde o nascimento até os primeiros 28 dias de vida do bebê.

As mães de Neo são aquelas que você vê vagando pelo sanatório com uma pulseira no pulso, uma garrafa de água, uma mochila e a expressão de cansadas. São mães a quem o destino tirou a oportunidade de ter a sua hora sagrada ou o parto ideal com o qual tanto sonharam. São mães de bebês que já não podiam permanecer dentro de seus corpos, pois a urgência assim o exigia. Mães de GUERREIROS/AS incansáveis por viver, adaptando-se à selva e as melhores alunas em situações extremas

Na estadia em Neo, você aprende que um ser tão pequeno e frágil é apenas a aparência, porque na verdade SÃO LEÕES enjaulados. Dez gramas é o melhor presente que você leva no final do dia. Os alarmes no começo te enlouquecem, mas logo você entende que o importante é observá-los e ver se estão quentinhos, corados e com aparência normal.

Aprendes a trocar diminutos fraldinhas em formato de pinça, cuidando para não quebrar nenhum ossinho, a retirar e colocar o bebê da incubadora, procurando não puxar nenhum cabo ou tirar o cateter. Aprendes a lavar as mãos e a desinfetar-se como se tivesses um vírus mortal. Choras do lado de fora por medo e incerteza e, por dentro, de alegria e felicidade quando te colocam o bebê no peito.

Sabes o nome de cada bebê que está ali e te alegra com a conquista de cada um. Pedes a DEUS o dia todo, a toda hora, e agradeces por cada avanço do teu Leoncito. Sentes que te despedaças a cada noite ao ter que deixá-lo para ir "Dormir, Comer, Banhar-te e até recuperar forças" para o dia seguinte. O caminho das mamães de Neo é difícil, longo e angustiante, mas a força que se extrai é indescritível.

Você nunca mais será a mesma.

A empatia que você vai sentir por outra mãe é linda, porque ao olhá-la você vai perceber que ela está no mesmo campo de batalha que você enfrentou e que seu filho está sendo o GUERREIRO MAIS FORTE, lutando com todas as forças para que possam voltar juntos para casa.

"São as mulheres mais guerreiras que eu poderia ter conhecido...!"

Captura de Facebook/Ana Aloma

Lamentavelmente, neste caso, a batalha terminou em tragédia.

Agora, esta mãe cubana pede justiça para seu filho, na esperança de que nenhuma outra mãe na ilha tenha que enfrentar o que ela viveu.

Perguntas frequentes sobre a negligência médica em Cuba

O que aconteceu com o bebê de Ana Aloma no hospital de Sancti Spíritus?

O bebê de Ana Aloma faleceu no Hospital Pediátrico de Sancti Spíritus, e sua mãe denuncia que seu filho foi vítima de negligência médica. Segundo Aloma, o hospital administrou a vacina pentavalente sem realizar os exames clínicos prévios necessários, o que ela considera um "experimento" que contribuiu para o desfecho fatal.

O que é a Acidúria Metilmalônica e como afeta os pacientes?

A Aciduria Metilmalônica é um distúrbio metabólico raro causado por mutações genéticas que afetam certas enzimas. Esta doença pode ser controlada com um tratamento adequado, mas exige uma dieta rigorosa e suplementos específicos. No entanto, o prognóstico é grave em casos de início neonatal.

Como a falta de recursos médicos afeta as famílias cubanas?

A falta de recursos médicos em Cuba complica significativamente a atenção aos pacientes, causando situações críticas em emergências e a falta de tratamentos adequados para doenças graves. As famílias enfrentam sérias dificuldades para acessar medicamentos e equipamentos essenciais, o que coloca em risco a saúde de seus membros mais vulneráveis.

Queixas sobre negligência médica têm sido feitas em Cuba?

Em Cuba, foram denunciados múltiplos casos de negligência médica, especialmente no contexto do atendimento a crianças e recém-nascidos. Esses casos ressaltaram deficiências no sistema de saúde, como a falta de especialistas, recursos e a adequada atenção médica, o que gerou um crescente descontentamento entre a população.

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