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O agravamento da crise energética em Cuba, onde as horas com eletricidade são cada vez mais escassas e as termoelétricas apresentam falhas dia sim, dia não, mantém a população em um estado de angústia e pessimismo em relação ao futuro próximo.
A termoleétrica Felton acaba de sair de serviço durante pelo menos 20 dias, e as recentes quebras da Guiteras, que sofre um avançado deterioro após décadas de falta de manutenção, fazem prever um panorama elétrico nada alentador.
São muitos os que temem outro apagão geral, como os que ocorreram desde outubro passado. A indignação, desesperança e ceticismo reinam entre os cubanos, que só encontram alívio nas redes sociais.
"Os únicos números e a situação me dizem que estamos à beira de um novo apagão geral. 1800 MW de déficit, isso diz tudo, e com a situação atual da geração, passaremos pelo menos uma semana sem eletricidade. Vergonha e abuso com o povo", disse um arquiteto na conta da União Eléctrica em Facebook.
"Não se surpreendam se a qualquer momento o sistema elétrico nacional cair, isso é um desastre, nem mesmo no verão tivemos tanto déficit, sem combustível e as unidades saindo uma atrás da outra. Não deem tantos dias de manutenção, afinal, passam o ano todo fazendo manutenções programadas e quando chega a hora, ou têm dificuldade, ou quando entram não duram nem uma semana. O sistema elétrico deste país é um desastre total, a cada dia são mais horas sem energia, agora a energia será por núcleo e uma vez por mês, se tanto", disse uma matancera.
"Inumano tudo isso, não se leva em conta o que está acontecendo. Crianças, idosos sem comer, sem poder fechar os olhos esperando a energia para fazer um bocadinho de comida e nada. Degradante," comentou uma pinareña.
Um residente em Granma comentou a previsão da União Elétrica para esta quarta-feira, de quase 1800 MW de afetación. "Preparémonos para outro colapso do SEN. Já a afetación é mais da metade da demanda que o país necessita, viver para suportar essas desgraças que enfrentamos diariamente".
"Por Deus, a província de Matanzas já não aguenta mais, há idosos, crianças, é preciso dar uma solução e rápido, porque estão nos matando pouco a pouco", expressou uma moradora do município de Pedro Betancourt.
Em alguns territórios, os cortes de eletricidade estão durando o dia todo.
"24 horas sem energia em Cienfuegos, um desastre total o que está acontecendo nesta província, nenhum dirigente diz nada", criticou uma mãe de família.
"Já isso que estamos vivendo não é vida, não. Um dia inteiro sem eletricidade literal e ligam em plena madrugada para que os escravos se levantem a essa hora para lavar e cozinhar. Coloquem-se a trabalhar corretamente e façam um planejamento para que vejam que não é necessário massacrar o povo," apontou uma bayamesa.
"Já isso é desumano. Como é possível que você tenha um lugar 24 horas sem eletricidade? Quem vai pagar pelos alimentos dessas pessoas que estão estragando? E o mais estranho é que as duas maiores do país estão em Miner, a Felton e a Guiteras", afirmou um cienfueguero.
Vários usuários expressaram sua insatisfação pelo fato de Havana estar tendo menos horas de cortes de energia do que o resto das províncias.
"Se vocês fizessem um planejamento compartilhado de forma igualitária para toda a ilha, com certeza o sofrimento seria menor, mas infelizmente a capital e outros lugares não são tocados nem de dia, e muito menos à noite. É desumano o que estamos vivendo. E não quero que ninguém me diga mais que é por causa do bloqueio recrudescido (...). Podem haver dificuldades, mas também falta de um bom planejamento em todos os sentidos da palavra", exigiu uma idosa.
"Todas as províncias com mais de 12 horas, 18 horas, 20 horas. E Havana, para quando? Não é justo que Havana tenha apenas quatro horas, sem palavras", questionou um holguinense.
"Para que alugam patanas se não colocam combustível? Para que têm 57 locais parados por falta de combustíveis? Hoje há mais de 500 MW afetados por essa razão. Nem no período especial, quando aconteceu o desmerengamento, se viu tanta disparidade entre regiões, entre setores e entre as pessoas", assegurou um trabalhador do turismo.
Perguntas Frequentes sobre a Crise Energética em Cuba
Qual é a principal causa do aumento de apagões em Cuba?
O aumento de apagões em Cuba deve-se principalmente à falta de manutenção e investimento nas termelétricas, como a Central Termoelétrica Antonio Guiteras, que sofre um avançado deterioramento. Além disso, a escassez de combustível e uma má planejamento contribuem para o déficit de geração elétrica.
Como a crise energética afeta o dia a dia dos cubanos?
A crise energética afeta gravemente a qualidade de vida dos cubanos, pois os apagões prolongados limitam o acesso a serviços básicos como alimentos, água e atendimento médico. Isso tem aumentado o mal-estar social, afetando a saúde física e emocional da população, especialmente de crianças e idosos.
Que medidas está tomando o governo cubano para enfrentar a crise energética?
O governo cubano prometeu trabalhar incansavelmente para resolver a crise energética, mas as soluções têm sido insuficientes. Tentativas como a implementação de "microssistemas" e a compra de combustíveis e insumos não conseguiram estabilizar o fornecimento elétrico, e a falta de uma estratégia clara é evidente.
O que pensam os cubanos sobre a gestão do governo em relação à crise energética?
Os cubanos criticam o governo por sua ineficiência e falta de soluções reais diante da crise energética. Exigem respostas concretas e menos discursos vazios, e muitos pedem a renúncia dos atuais dirigentes devido à situação insustentável. A população está cansada das constantes justificativas e clama por uma mudança de sistema.
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