Bukele oferece prisões salvadorenhas para criminosos americanos e residentes legais

O presidente de El Salvador ofereceu aos EUA a possibilidade de terceirizar parte de seu sistema penitenciário, aceitando criminosos condenados. O secretário de Estado dos Estados Unidos classificou a proposta como “extraordinária”.

Marco Rubio e Nayib BukeleFoto © Collage X / Nayib Bukele

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O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, anunciou nesta terça-feira que seu governo ofereceu aos Estados Unidos a possibilidade de externalizar parte de seu sistema penitenciário, aceitando criminosos condenados, incluindo cidadãos americanos, no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT), em troca de uma taxa.

Em sua conta no X, Bukele detalhou a proposta: “Oferecemos aos Estados Unidos da América a oportunidade de externalizar parte de seu sistema penitenciário. Estamos dispostos a admitir apenas criminosos condenados (incluindo cidadãos americanos condenados) em nossa mega prisão (CECOT) em troca de uma taxa”.

Além disso, explicou que “a tarifa seria relativamente baixa para os Estados Unidos, mas significativa para nós e tornaria todo o nosso sistema penitenciário sustentável”.

A rede de televisão CNN informou em seu perfil no X que obteve acesso exclusivo e raro ao interior da prisão Cecot em El Salvador, onde estão detidos alguns dos gângsteres mais notórios do país.

Em seu reportagens, o jornalista David Culver percorreu a controversa instalação de alta segurança ao lado de funcionários da prisão e captou depoimentos de primeira mão dos detentos.

Rubio destaca o impacto na segurança dos EUA.

Por sua vez, o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, qualificou a reunião com Bukele como “muito produtiva” e destacou a relevância de sua proposta.

Rubio expressou em sua conta no X: “Reunião muito produtiva com o presidente salvadorenho. Seu compromisso de aceitar e encarcerar criminosos de qualquer país, incluindo os de gangues violentas como MS-13 e Tren de Aragua, tornará os Estados Unidos um país mais seguro”.

“Em um gesto extraordinário nunca antes oferecido por nenhum país, o presidente Bukele se ofereceu para abrigar em suas prisões criminosos americanos perigosos, incluindo cidadãos americanos e residentes legais”, enfatizou Rubio, quem visitou El Salvador durante sua turnê por várias nações na América Latina.

Além de abordar temas de segurança, Rubio também anunciou a assinatura de um memorando de entendimento sobre cooperação nuclear civil estratégica com a ministra das Relações Exteriores de El Salvador, Alexandra Hill Tinoco.

A través de X, Rubio destacou: “Durante minha estadia em El Salvador, assinei um memorando de entendimento sobre cooperação nuclear civil estratégica com a Ministra de Relações Exteriores Alexandra Hill Tinoco. Este memorando fortalece a relação bilateral entre os Estados Unidos e El Salvador e ajuda a promover a prosperidade econômica mútua e a defender nossos interesses compartilhados, incluindo a segurança energética.”

“Estamos ansiosos para ampliar a cooperação nuclear civil com outros parceiros do hemisfério ocidental”, concluiu o secretário de Estado.

No entanto, Rubio reconheceu na terça-feira que é necessário revisar a legalidade desta oferta, mas afirmou que valia a pena considerar a proposta, reportou El Nuevo Herald.

“Obviamente, teremos que estudá-lo da nossa parte. Há questões legais a considerar”, apontou Rubio à imprensa na Costa Rica, ao se referir à proposta feita na segunda-feira pelo presidente salvadorenho.

O chefe da diplomacia americana, após uma reunião com o presidente costarriquenho Rodrigo Chaves, destacou: “Temos uma Constituição, temos todo tipo de coisas, mas é uma oferta muito generosa”.

Rubio demonstrou alinhar-se com a política do presidente Donald Trump, que nesta terça-feira afirmou que, se a legislação permitir, enviaria cidadãos americanos condenados por crimes graves para prisões em outros países.

“Se tivéssemos o direito legal para fazê-lo, eu o faria sem hesitar”, declarou Trump à imprensa na Casa Branca, reportou Infobae.

Recentemente, os Estados Unidos anunciaram que em 30 dias iniciariam as deportações de imigrantes para a Base Naval de Guantánamo, em Cuba.

No entanto, Kristi Noem, Secretária de Segurança Nacional dos Estados Unidos, publicou nesta terça-feira na rede social X as primeiras imagens das deportações.

“El presidente Donald Trump foi muito claro: a baía de Guantánamo abrigará os piores dos piores. Isso começa hoje”, ressaltou.

Perguntas frequentes sobre a proposta de Nayib Bukele para encarcerar criminosos americanos

O que Nayib Bukele propõe aos Estados Unidos em relação aos criminosos condenados?

Nayib Bukele ofereceu aos Estados Unidos a possibilidade de externalizar parte de seu sistema penitenciário, aceitando criminosos condenados, incluindo cidadãos americanos, no Centro de Confinamento do Terrorismo (CECOT) em El Salvador em troca de uma taxa.

Qual é o objetivo de Bukele ao oferecer encarcelar delinquentes americanos?

O objetivo de Bukele é tornar sustentável o sistema penitenciário salvadorenho ao receber uma tarifa por cada prisioneiro americano, o que seria significativo para El Salvador, enquanto para os Estados Unidos representaria um custo relativamente baixo.

O que pensa o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, sobre a proposta de Bukele?

Marco Rubio qualificou a reunião com Bukele como "muito produtiva" e ressaltou que a proposta de Bukele poderia fazer dos Estados Unidos um país mais seguro. Rubio considera a oferta como um gesto extraordinário nunca antes oferecido por nenhum país.

Quais outros acordos foram assinados entre El Salvador e os Estados Unidos?

Além do acordo sobre a externalização do sistema penitenciário, foi assinado um Memorando de Entendimento sobre Cooperação Nuclear Civil Estratégica, que busca fortalecer a relação bilateral entre ambos os países e promover a prosperidade econômica mútua e a segurança energética.

Quais desafios legais a proposta de Bukele enfrenta para encarcerar criminosos americanos?

A proposta de Bukele enfrenta desafios legais, pois precisa ser revisada para garantir sua compatibilidade com a Constituição dos Estados Unidos e outras regulamentações legais pertinentes. Marco Rubio destacou que é necessário estudar os aspectos legais antes de considerar a proposta.

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