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A tragédia aérea ocorrida na noite desta quarta-feira em Washington D.C. abalou o mundo da patinação artística, já que entre as vítimas estavam esportistas reconhecidos, incluindo os campeões mundiais de origem russa Evgenia Shishkova e Vadím Naumov.
O voo 5342 da American Airlines, que transportava um grupo de patinadores, treinadores e familiares, caiu no rio Potomac após uma colisão no ar com um helicóptero militar Sikorsky H-60 durante sua aproximação ao Aeroporto Nacional Ronald Reagan.
Uma perda irreparável para a patinagem artística
Entre os passageiros estavam pelo menos oito patinadores: Spencer Lane, Gina Khan, Edward Zhou, as irmãs Everly e Alydia Livingston, Franco Aparicio, Sean Kay e Angela Yang; junto com quatro treinadores, incluindo Shishkova, Naumov e Inna Volyanskaya, medalhista de bronze no Campeonato Russo de Patinação em Pares de 1980.
O agente esportivo Ari Zakarián foi um dos primeiros a confirmar a presença de Shishkova e Naumov no voo, informação que pouco depois foi ratificada pelo Kremlin
Lamentamos muito a perda de nossos concidadãos falecidos no acidente aéreo e enviamos nossas condolências às famílias e amigos.
A dupla Shishkova e Naumov teve uma trajetória destacada no patinagem artística na década de 1990. Eles ganharam o campeonato mundial em 1994, além de conquistar uma medalha de prata em 1995 e uma de bronze em 1993.
Também foram quatro vezes medalhistas europeus e alcançaram o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Lillehammer 1994. Em 1998, ambos se estabeleceram nos Estados Unidos, onde se dedicaram ao ensino da patinação.
Jon Maravilla: O patinador que evitou a tragédia
Em meio à dor, surgiu uma história de sorte: o patinador Jon Maravilla, que tinha passagem para o voo, mas não embarcou porque a companhia aérea não permitiu que seu cachorro viajasse com ele.
O jovem atleta, de origem mexicana, decidiu fazer o trajeto de 14 horas de carro para não se separar do seu animal de estimação.
Horas depois, soube do acidente. "Não consigo acreditar no que aconteceu. Estou devastado pelos meus colegas", expressou nas redes sociais.
Comunidade do patins em choque
A União Internacional de Patinação Artística (ISU) expressou seu pesar pela tragédia:
"Nos parte o coração saber que entre as pessoas a bordo estão patinadores artísticos, junto com suas famílias, amigos e treinadores. O patinagem artística é mais do que um esporte: é uma família muito unida e nos mantemos juntos nesses momentos difíceis."
Por sua parte, a US Figure Skating confirmou em um comunicado a presença de atletas no avião: "Esses atletas, treinadores e familiares estavam voltando para casa do Campo Nacional de Desenvolvimento em Wichita. Estamos devastados por esta tragédia indescritível e temos as famílias das vítimas muito em nossos corações".
O acidente: Colisão em pleno voo e queda no rio Potomac
O avião regional Bombardier CRJ700 da PSA Airlines, que operava um voo da American Airlines, transportava 64 passageiros e 4 tripulantes quando colidiu no ar com um helicóptero militar Sikorsky H-60.
O helicóptero realizava um voo de treinamento rotineiro, e a bordo estavam três militares. A colisão ocorreu por volta das 21:00, horário local, nesta quarta-feira, enquanto a aeronave se aproximava da pista 33 do Aeroporto Nacional Ronald Reagan.
O impacto fez com que a aeronave se partissem em duas e caísse no rio Potomac. Equipes de emergência iniciaram uma operação de busca e resgate, conseguindo recuperar mais de 30 corpos nas primeiras horas. Não foram reportados sobreviventes.
Segundo a rede CNN, após 90 minutos de busca, as autoridades confirmaram que não havia sinais de vida entre os passageiros.
Investigação em andamento
O Departamento de Defesa dos EUA confirmou que o helicóptero participava de um treinamento de rotina de voos noturnos, embora o secretário de Defesa, Pete Hegseth, tenha admitido que "um erro foi cometido" durante a manobra.
"Não há desculpas. Vamos chegar ao fundo disso. Os militares fazem coisas perigosas regularmente, mas ontem à noite ocorreu um erro trágico.", declarou da Casa Branca.
A Junta Nacional de Segurança dos Transportes (NTSB) lidera a investigação, enquanto especialistas em aviação alertam que ainda é prematuro especular sobre as causas.
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