México anuncia repatriação de migrantes afetados pelas políticas de Trump, incluindo cubanos

As deportações afetarão principalmente migrantes latino-americanos, incluindo cubanos, que ficaram presos no país devido às políticas migratórias do novo presidente dos Estados Unidos.


A presidenta do México, Claudia Sheinbaum, anunciou nesta terça-feira que seu governo começará a repatriação de migrantes retidos em território mexicano como resultado das novas restrições migratórias impostas pela administração do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Esta medida afetará principalmente os migrantes latino-americanos, incluindo os cubanos, que ficaram presos no país após as políticas migratórias do novo mandatário americano.

Em sua coletiva de imprensa, Sheinbaum detalhou que o Governo mexicano firmou acordos com vários países da América Central, assim como com Cuba, para facilitar o retorno desses migrantes aos seus países de origem.

“Buscaríamos os mecanismos através da política migratória e da política externa para garantir o seu retorno. Há acordos com a Guatemala, com praticamente todos os países centro-americanos, e houve uma reunião na semana passada para isso. Também há acordo com Cuba”, expressou a mandatária.

Além disso, destacou que o México oferecerá "atendimento humanitário" aos migrantes, especialmente àqueles que não puderem continuar sua jornada em direção aos Estados Unidos devido às novas restrições migratórias.

No entanto, Sheinbaum fez um apelo ao novo governo dos Estados Unidos para que assuma a responsabilidade de deportar diretamente os migrantes indocumentados para seus países de origem, em vez de enviá-los ao México.

O anúncio ocorre no contexto do recente restabelecimento dos Protocolos de Proteção a Migrantes (MPP, na sigla em inglês), também conhecidos como “Permaneça no México”, que obriga os solicitantes de asilo nos Estados Unidos a esperar em território mexicano enquanto seus casos são resolvidos.

Este programa, que foi suspenso pela administração de Joe Biden e depois reinstaurado na segunda-feira por Trump, tem feito com que milhares de migrantes fiquem presos em cidades fronteiriças mexicanas, como Tijuana e Ciudad Juárez, vivendo em condições precárias.

Sheinbaum garantiu que o México não pode se responsabilizar por esses migrantes a longo prazo, por isso buscará o retorno deles aos seus países de origem dentro do marco de sua política migratória.

"Se estão em território mexicano, os atendemos por razões humanitárias, mas nosso objetivo é, dentro da nossa política migratória, facilitar o seu retorno", afirmou.

Além disso, a mandatária lembrou que os migrantes que estão no México como resultado do cancelamento do aplicativo ‘CBP One’ para solicitar asilo nos Estados Unidos também serão informados sobre as novas restrições.

"É importante que os migrantes saibam que, como explicamos desde outubro, não poderão entrar nos Estados Unidos", acrescentou.

O anúncio de Sheinbaum tem grandes implicações tanto para o fluxo migratório no México quanto para a relação bilateral entre os dois países.

O México, que é o principal país de origem dos migrantes indocumentados nos Estados Unidos, pode enfrentar um aumento nas deportações em massa, o que afetaria principalmente as remessas, que representam quase 4% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

A mandatária indicou que, embora as repatriações sejam voluntárias, o governo mexicano está disposto a continuar com sua política humanitária integral para atender os migrantes enquanto facilita seu retorno.

"Em alguns casos, se não desejarem retornar, os migrantes poderão optar por uma repatriação voluntária", afirmou Sheinbaum.

México está em conversações com o Governo dos Estados Unidos para definir os mecanismos de cooperação nesta nova fase de repatriações e assistência humanitária.

Embora Sheinbaum não tenha esclarecido se o Governo mexicano assumiria os custos das repatriações ou se será os Estados Unidos quem financiará esse processo, deixou claro que estão sendo realizadas as gestões necessárias para enfrentar o desafio da migração de maneira conjunta.

Na véspera, Trump cancelou o aplicativo CBP One que permitia aos migrantes

Milhares de indocumentados ficaram parados e devastados com a notícia na fronteira.

Além disso, assinou 10 decretos, entre eles a declaração de Emergência Nacional para mobilizar efetivos do Departamento de Defesa e da Guarda Nacional para reforçar o controle da fronteira com o México.

Também foi aprovado o restabelecimento do programa Fique no México, política implementada pela primeira vez em 2019 que obriga os solicitantes de asilo a aguardar em território mexicano enquanto seus casos de asilo são processados nos Estados Unidos.

Outro programa que chegou ao fim após a posse de Donald Trump foi o parole humanitário que beneficiava cubanos, venezuelanos, haitianos e nicaraguenses.

Perguntas frequentes sobre a repatriação de migrantes no México sob as políticas de Trump

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O México decidiu repatriar os migrantes devido às novas restrições migratórias impostas pela administração de Donald Trump que fizeram com que muitos migrantes ficassem presos no país. A presidente Claudia Sheinbaum busca facilitar seu retorno aos países de origem em coordenação com as nações afetadas.

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