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Donald Trump reiterou sua intenção de realizar deportações em massa de imigrantes indocumentados, afirmando que planeja utilizar tropas militares dos Estados Unidos para isso.
No entanto, os detalhes sobre como a Guarda Nacional será empregada neste plano ainda não estão claros.
Um total de 26 governadores republicanos, entre eles os do Texas, Flórida, Geórgia, Nevada, Utah e Virgínia, manifestaram seu apoio ao plano de deportações em massa.
Em uma declaração conjunta, afirmaram estar dispostos a "utilizar todas as ferramentas à nossa disposição, seja por meio da polícia estadual ou da Guarda Nacional, para apoiar o presidente Trump nesta missão vital”.
“Isso mostra certa unidade e apoio dos governadores em relação às deportações. Obviamente, os governadores podem dispor da Guarda Nacional e isso possibilita a ampliação desta política de deportações que o presidente (eleito) Trump possui”, disse o professor de Ciências Políticas, Gerónimo Cortina, em declarações coletadas por Noticias Telemundo.
Por outro lado, alguns governadores democratas manifestaram estar dispostos a cooperar na deportação de criminosos, mas rejeitam o uso da Guarda Nacional para realizar operações em massa, informou The Associated Press.
Possíveis desafios legais
O uso da Guarda Nacional pode enfrentar batalhas legais devido à Lei Posse Comitatus, que proíbe as tropas militares de participar na aplicação de leis civis.
No entanto, o Centro Brennan para Justiça explica que esta lei raramente se aplica à Guarda Nacional, já que normalmente depende do governador de cada estado.
Somente em casos excepcionais, como sob a Lei de Insurreição, o presidente pode federalizar essas forças para utilizá-las junto com tropas em serviço ativo.
Em seu site, o Comando Norte dos Estados Unidos destacou que o Departamento de Defesa tem um longo histórico de apoio às agências de aplicação da lei em atividades de segurança fronteiriça, incluindo a detecção, o monitoramento e a logística.
Segundo esta entidade, até 4.000 militares estariam autorizados a apoiar ao longo da fronteira sudoeste.
As implicações humanitárias
Entre os signatários da declaração de apoio a Trump está o governador do Texas, Greg Abbott, que não descartou a possibilidade de separação de famílias no processo.
Abbott afirmou: “Se uma família for detida junta, poderá ser deportada junta. Será uma decisão deles se desejam ser separados. Será uma decisão da família.”
O professor Cortina destacou que as deportações não são exclusivas dos republicanos.
“Nós só temos as estatísticas de (Joe) Biden, que quebrou quase todos os recordes de deportações. É uma tendência que temos visto desde (Barack) Obama. Não é um fato inaudito, não é apenas dos republicanos, mas também os democratas, quando ocuparam a Casa Branca, deportaram milhões de pessoas também”, afirmou.
Em novembro de 2024, Trump utilizou sua conta no Truth Social para reafirmar sua posição em relação às deportações em massa. Respondeu "VERDADE!!!" a uma publicação de um líder conservador que afirmava que o governo que assumiria "declararia uma emergência nacional e usaria elementos militares" como parte desse plano.
O uso da Guarda Nacional no plano de deportações em massa de Trump continua sendo um tema controverso e cercado de incertezas.
Enquanto alguns governadores republicanos apoiam a medida, as implicações legais e humanitárias continuam sendo objeto de intenso debate.
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