Vídeos relacionados:
Um novo caso de participação de cidadãos cubanos no conflito bélico entre Rússia e Ucrânia chocou a comunidade desde domingo, após a divulgação do falecimento de um dos participantes na guerra.
O jornalista independente Yosmany Mayeta Labrada confirmou através de sua conta no Facebook o falecimento de Michael Valido, um jovem cubano de 31 anos, enquanto lutava ao lado das tropas russas na guerra contra a Ucrânia.
Valido, que residia em San Miguel del Padrón, em Havana, foi recrutado em julho de 2023 por uma oficial identificada como Dayana.
De acordo com os detalhes compartilhados, sua viagem foi organizada a partir de Varadero, em Matanzas, com um contrato de um ano para participar da guerra. Inicialmente, ele foi designado para tarefas na segunda linha de combate, principalmente para a remoção de escombros e cadáveres.
O jovem tinha planos de vida que incluíam retornar a Cuba após cumprir seu contrato em junho de 2024, para posteriormente emigrar para o Brasil ou a Nicarágua com a intenção de chegar aos Estados Unidos. No entanto, esses sonhos foram interrompidos com a notícia de sua morte, comunicada a seus familiares no sábado passado.
Michael Valido deixa seus pais, María Cristina Oropeza e Ricardo Fernández, assim como seu filho e sua irmã Amanda.
De acordo com a publicação, sua participação no conflito estava motivada por promessas econômicas, que incluíam um pagamento de aproximadamente 4.000 dólares ao final do contrato.
Durante a guerra que a Rússia trava contra a Ucrânia, foram relatadas várias mortes de cubanos que foram recrutados para lutar ao lado das forças russas.
Em agosto de 2024, Jolius Bernal perdeu a vida em circunstâncias semelhantes, movido também por promessas econômicas.
Em maio do mesmo ano, Eduardo Montero Martínez foi outra vítima, deixando sua família em estado de choque.
Em janeiro de 2024, foram registradas as mortes de Raibel Palacio Herrera e Yansiel Morejón, sendo este último um boxeador recrutado como mercenário.
Todos compartilhavam um denominador comum: a busca por um futuro melhor diante da falta de oportunidades em Cuba.
A invasão russa à Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022, evoluiu para um conflito de grande escala que redefiniu as dinâmicas geopolíticas globais.
A Rússia, sob a liderança de Vladimir Putin, justificou a ofensiva alegando a necessidade de "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, argumentos que têm sido amplamente contestados pela comunidade internacional.
Ao longo de 2024, o conflito passou por uma notável intensificação. Em dezembro, a Rússia lançou um ataque com mísseis contra Kiev, resultando em vítimas civis e danos significativos em infraestruturas essenciais.
Nesse contexto, a participação de cidadãos estrangeiros, incluindo cubanos, tem sido um aspecto controverso. À medida que a guerra se prolonga, as implicações humanitárias e geopolíticas continuam a se expandir, afetando não apenas as nações envolvidas, mas também terceiros países cujos cidadãos se veem imersos no conflito.
Perguntas frequentes sobre a participação de cubanos na guerra da Rússia contra a Ucrânia
Por que cidadãos cubanos participam na guerra da Rússia contra a Ucrânia?
Os cidadãos cubanos participam na guerra devido a promessas econômicas e melhorias migratórias. Muitos são recrutados sob a promessa de salários elevados e oportunidades de migração, mas frequentemente enfrentam condições muito diferentes das prometidas e, infelizmente, alguns perderam a vida no conflito.
Como é o processo de recrutamento de cubanos para a guerra na Ucrânia?
O recrutamento é realizado com enganos, prometendo empregos na construção e salários altos. Ao chegarem à Rússia, os cubanos são submetidos a um breve treinamento militar e enviados para a linha de frente. Esse processo tem sido denunciado pelos próprios recrutados e por organizações internacionais.
Qual impacto teve a participação de cubanos na guerra na percepção internacional de Cuba?
A participação de cubanos na guerra gerou críticas e questionamentos sobre a cumplicidade do regime cubano. Apesar das negações oficiais, existem acusações de colaboração entre Cuba e Rússia nesses processos, o que afetou a imagem internacional do país e destacou a desesperança econômica que leva os cubanos a se envolverem no conflito.
O que dizem os familiares dos cubanos falecidos na guerra?
Os familiares expressam comoção e dor pela perda de seus entes queridos. Muitos dos jovens que participaram o fizeram com a esperança de melhorar suas condições de vida, mas seus sonhos foram interrompidos pela morte no conflito. As famílias lamentam a perda e questionam as promessas que levaram seus parentes a um destino tão perigoso.
Arquivado em: