Sacerdote Alberto Reyes: Uma coisa é exercer controle sobre um povo e outra é vê-lo sofrer enquanto tudo desmorona

Reyes afirmou que o desejo de protagonismo de Fidel Castro o levou a cercar-se de incondicionais, e ele nem ouvia nem dialogava. "Implacável com todos aqueles que tentaram despertá-lo para o mundo real".

Sacerdote cubano Alberto Reyes © Facebook
Sacerdote cubano Alberto ReyesFoto © Facebook

O sacerdote Alberto Reyes, um forte crítico do regime castrista, comentou em suas redes sociais como a influência do ditador Fidel Castro se manteve após sua morte, tornando a vida dos cubanos infeliz.

Reyes refletiu sobre a figura de Fidel e sobre como sua gigantesca necessidade de protagonismo o levou a se cercar de incondicionais, em vez de colaboradores. Ao não ouvi-los nem dialogar com eles, tornou-se cego à adulação falsa e foi implacável com todos aqueles que tentaram despertá-lo para o mundo real.

O pároco da diocese de Camagüey acusou os sucessores de Fidel de fingir que nada acontece, de mentir e de pedir cada vez mais ao povo que vê sofrer e lutar para sobreviver enquanto o país se desmorona.

A seguir, CiberCuba compartilha o texto completo da publicação.

"Tenho refletido... (XCV) por Alberto Reyes Pías"

Tenho refletido sobre a necessária libertação do libertador.

Moisés é um dos grandes personagens da Bíblia. Poderíamos pensar que sua grandeza está em seu papel de libertador do povo hebreu da escravidão no Egito, mas sua verdadeira grandeza não está aí, e sim em sua fidelidade contínua ao plano de Deus, pois foi a partir dessa fidelidade que ele conseguiu se abrir para a sua própria libertação. A primeira, a de seus medos e inseguranças; a segunda, a de se manter como servidor, evitando se ver como proprietário de seu povo, o que o teria transformado em seu ditador.

Uma pessoa que não tenha passado por um processo de libertação interior não pode assumir o papel de libertador, pois suas próprias escravidões farão com que transforme o outro em um refém.

Captura do Facebook / Alberto Reyes

Uma psicóloga amiga me ensinou a metáfora do cachorro com a patinha presa. A metáfora fala de um pedestre que, ao se aproximar de um cachorro, percebeu que ele estava rosnando de forma agressiva. No entanto, ao se aproximar mais, o pedestre viu que o cachorro tinha uma patinha presa em uma armadilha. Seus rosnados eram a expressão de sua dor.

Todos temos uma patinha presa e, às vezes, mais de uma. Todos carregamos feridas, complexos, rupturas internas, todos trazemos dentro de nós uma dose de dor, mas o problema não está aí, e sim em ignorá-lo, em negá-lo, em nos convencermos de que não precisamos curar nada e achar que, por isso, estamos em perfeitas condições para nos colocarmos como libertadores dos outros.

E assim, alheios aos nossos próprios demônios, cegos para nossas próprias feridas, só veremos em nós mensageiros da luz, e trataremos os outros como seres inferiores, feitos para obedecer, para se submeter e para servir a essa suposta 'luz'.

Quanto mais medito sobre a vida de Fidel Castro, mais pena sinto por ele. Fidel era um homem profundamente ferido, com uma gigantesca necessidade de atenção e protagonismo, que o levou a se voltar para si mesmo, cercando-se não de colaboradores, mas de incondicionais. Incapaz de ouvir, incapaz de dialogar, tornou-se cego ao desastre evidente, ao rejeição progressiva, à adulação falsa. E se tornou implacável com todos aqueles que tentaram despertá-lo para o mundo real.

No entanto, o que me parece mais preocupante é que seu feitiço sobreviveu, e aqueles que hoje herdaram o título de 'libertadores' parecem incapazes de compreender a realidade. Porque uma coisa é exercer um controle rigoroso sobre um povo, de forma que seja difícil para ele se rebelar, e outra bem diferente é ver esse povo morrer, sofrer, e apenas sobreviver enquanto tudo desmorona, fingindo que nada acontece, mentindo sem pudor, prometendo o que nunca chegou e nunca chegará, e pedindo cada vez mais a um povo agonizante.

São chamados de libertadores, mas não souberam se libertar a si mesmos. O peso de seus medos, de seus fracassos, de suas frustrações, lhes rouba a sabedoria necessária para libertar este povo. Por isso, devemos pedir a Deus por todos eles, para que despertem e tenham a coragem de fazer o que é certo.

"E por isso precisamos encontrar maneiras de nos libertar das correntes, não vá que os 'libertadores' pensem que estamos confortáveis com elas."

Perguntas frequentes sobre as críticas do sacerdote Alberto Reyes ao regime cubano.

Por que o sacerdote Alberto Reyes é crítico do regime cubano?

Alberto Reyes critica o regime cubano devido à falta de liberdades e direitos fundamentais impostos pelo governo ao seu povo. Ele aponta a repressão, a manipulação e a miséria como consequências de um sistema que mantém o controle por meio do medo e da mentira, impedindo que os cubanos vivam em um ambiente de liberdade e prosperidade.

O que propõe Alberto Reyes para mudar a situação em Cuba?

Alberto Reyes propõe lutar por uma mudança definitiva que não depende apenas do tempo, mas sim da ação dos cidadãos. Sugere promover um ambiente de honestidade, expressar a verdade e não participar em atos que apoiem o regime. Além disso, defende a justiça e a liberdade como pilares para um futuro melhor em Cuba.

Qual é a posição de Alberto Reyes sobre o legado de Fidel Castro?

Reyes vê o legado de Fidel Castro como negativo, afirmando que sua necessidade de protagonismo e controle criou um ambiente de adulação falsa e repressão. Critica que a influência de Castro ainda está presente, afetando a realidade cubana ao manter um regime incapaz de reconhecer e resolver os problemas do país.

Como Alberto Reyes descreve a situação atual em Cuba?

Alberto Reyes descreve a situação em Cuba como terminal, com graves problemas econômicos e sociais, como a escassez de alimentos e medicamentos. Ele destaca o desespero da população, que vive sob um regime que perdeu o apoio do povo e que responde com repressão a qualquer manifestação de mudança.

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