O boxeador cubano Yordenis Ugás, ex campeão mundial e um crítico ativo do regime cubano, utilizou novamente suas redes sociais para fazer um apelo à unidade dos cubanos em apoio aos prisioneiros políticos da Ilha e contra a ditadura vigente.
Em uma mensagem publicada no X (anteriormente Twitter), o atleta questionou as prioridades da diáspora cubana nos Estados Unidos e exortou à organização para dar visibilidade à luta pelos direitos humanos em Cuba.
Em sua publicação, Ugás destacou que, enquanto se aguarda a assistência maciça a dois concertos de reguetoneros cubanos em Miami no próximo dia 28 de dezembro (a dupla Kimiko e Yordi e Oniel Bebeshito), não foram realizadas mobilizações significativas para apoiar os presos políticos na Ilha.
“Quando os cubanos, republicanos e democratas, todos cubanos, vamos nos vestir de branco e encher os estádios ou a Calle 8 de uma ponta à outra para sermos sérios e continuar chamando a atenção e dando apoio moral, forças aos nossos presos políticos e continuar pedindo pela sua liberdade?”, questionou o lutador.
O atleta reconheceu o sucesso esperado dos artistas mencionados, mas utilizou essa comparação para instar a comunidade cubana exilada a ser mais ativa em sua luta política e humanitária.
Um ativista no ringue da política
Ugás, natural de Santiago de Cuba e exilado nos Estados Unidos desde 2010, tem mantido uma postura firme contra a ditadura cubana, utilizando sua plataforma como atleta reconhecido para criticar figuras públicas alinhadas com o regime.
Há apenas uma semana, criticou a atriz Ana de Armas após a divulgação de seu relacionamento com Manuel Anido Cuesta, enteado do ditador cubano Miguel Díaz-Canel. Ugás classificou a conduta da atriz como uma falta de empatia em relação ao sofrimento do povo cubano.
Da mesma forma, o boxeador tem sido crítico em relação a outros atletas que mantêm vínculos ideológicos com o regime, como o lutador Mijaín López.
Em agosto passado, Ugás questionou publicamente a participação de López no programa oficialista Mesa Redonda. “Se a política não tem nada a ver com o esporte, o que você está fazendo nesse programa, que mais político e desinformativo não pode ser?”, respondeu o boxeador.
Unidade para uma mudança
O apelo de Ugás busca gerar consciência entre os cubanos exilados, destacando a importância da unidade e da mobilização para dar visibilidade ao sofrimento dos presos políticos e do povo cubano.
Sua mensagem reflete um clamor por um esforço coletivo que supere as divisões ideológicas e se concentre na luta pela liberdade de Cuba. "Quando se trata de Cuba, somos todos cubanos. Vestir-se de branco e unir-se não é uma questão de partidos, mas de humanidade", enfatizou.
Em fevereiro de 2024, Ugás condenou o regime cubano por se recusar a conceder anistia a mais de mil presos políticos detidos por sua participação nos protestos de 11 de julho de 2021.
Em novembro de 2021, ele instou os cubanos a se rebelarem contra a ditadura, afirmando que, se não o fizessem, "seriam escravos por toda a vida". Além disso, em dezembro de 2022, lembrou os presos políticos durante o Natal, chamando-os de "nossos heróis".
Ugás tem enfatizado repetidamente a importância da unidade entre os cubanos para enfrentar o regime e lutar pela liberdade dos detidos por motivos políticos.
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