O ex-presidente do Uruguai, José (Pepe) Mujica, expressou de forma contundente sua opinião sobre os regimes de Cuba, Venezuela e Nicarágua, concluindo que "isso não serve", ao se referir à política e à democracia nesses países.
Em uma entrevista recente ao El País, Mujica criticou de forma contundente as estruturas de poder que, em sua opinião, "brincam com a democracia" sem respeitar seus princípios fundamentais.
Sobre o regime cubano, o ex-presidente uruguaio destacou que o caso de Cuba é diferente ao das outras duas nações mencionadas, uma vez que, há 70 anos, definiu a ditadura do proletariado e o partido único.
"Não serve, não serve isso. Não serve, mas as definiu", sentenciou.
No entanto, foi ainda mais rigoroso ao se referir aos outros dois modelos autoritários que se mantiveram por décadas na América Latina.
Sobre a situação política na Venezuela e na Nicarágua, indicou que o que mais o incomoda é quando esses governos realizam eleições "e, de acordo com o resultado, alteram, cometem fraudes ou manipulam".
"Isso me irrita profundamente quando brincam de democracia, quando fazem eleições e, dependendo do resultado, eu faço uma besteira, mudo o resultado ou cometo fraude. Isso não faz sentido", afirmou com veemência.
O ex-presidente uruguaio, que manteve vínculos com o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez, também destacou a diferença entre os dois líderes. "Uma coisa era Chávez e outra coisa é Maduro", disse Mujica.
Com suas declarações, Mujica reafirmou sua posição crítica em relação aos regimes autoritários que, em sua opinião, não respeitam os princípios democráticos e manipulam os processos eleitorais em seu favor.
O político, de 91 anos, disse em 2019 que Nicolás Maduro "revirou o chavismo" e o descreveu como um ditador.
Para quem foi um dos governantes mais populares da região, a Venezuela é uma ditadura que castiga os povos, um argumento que ele havia apresentado anos atrás ao falar sobre esse país.
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