A ex-fiscal cubana Rosabel Roca Sampedro, conhecida por condenar manifestantes do 11 de julho de 2021 em Camagüey, está nos Estados Unidos após ingressar por meio de um agendamento do CBP One.
O jornalista Mario J. Pentón informou sobre este caso em um detalhado reportagem na Martí Noticias. A entrada de Roca nos Estados Unidos ocorreu em 15 de julho de 2024 e gerou controvérsia, pois vários legisladores cubano-americanos haviam solicitado que lhe fosse negada a permissão devido à sua implicação na repressão dos manifestantes em Cuba.
Roca foi responsável pelas condenações de quatro manifestantes do 11J, a quem impôs penas de prisão que variam entre três anos e seis meses a quatro anos e quatro meses.
Sua intervenção foi chave na repressão dos protestos pacíficos que ocorreram em Cuba em julho de 2021, onde mais de 1.000 pessoas foram encarceradas pelo regime.
Apesar de toda a informação sobre ela, esta mulher cubana conseguiu entrar nos Estados Unidos. Atualmente, reside em Houston, Texas, e possui uma autorização de trabalho. Ao completar um ano no país, poderá solicitar a residência permanente, acolhendo-se à Lei de Ajuste Cubano.
Entre os congressistas cubano-americanos que pressionaram para que seu pedido de asilo fosse recusado está Carlos Giménez. Ele é um dos signatários da carta endereçada ao Departamento de Segurança Nacional e assegurou que as autoridades americanas procederiam com a deportação da ex-procuradora, mas não foi assim.
O histórico de Roca em Cuba é marcado por seu firme apoio ao regime castrista e sua participação em causas que resultaram na condenação de opositores e manifestantes pacíficos.
Entre os casos mais notáveis em que interviu está o do opositor camagüeyano Bárbaro de Céspedes, a quem impôs uma condenação de um ano e seis meses de prisão por sua participação nas protestas de 11 de julho.
A chegada de Roca Sampedro aos Estados Unidos faz parte de um padrão mais amplo que viu a entrada no país de vários ex-funcionários cubanos implicados na repressão na ilha.
Entre esses exdirigentes políticos e representantes do regime estão Manuel Menéndez Castellanos, ex-chefe do Partido Comunista em Cienfuegos, e a juíza Melody González Pedraza, que espera defender seu caso de asilo nos Estados Unidos e agora se pronuncia a favor da libertação daqueles que ela mesma julgou.
A comunidade cubana no exílio pede que esses indivíduos sejam julgados por sua participação na repressão em Cuba antes de conceder-lhes asilo nos Estados Unidos.
Em agosto, a Fundação para os Direitos Humanos em Cuba (FHRC) identificou 117 repressores cubanos que entraram nos Estados Unidos no último ano. Tony Costa, diretor da ONG, assegurou que muitos deles conseguiram isso mentindo para as autoridades americanas.
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