Cubadebate sai em defesa de “El Micha”: "Explodiu diante do tradicional assédio"

O cantor tem estado no centro da polêmica e não apenas pelos já frequentes viagens à ilha, mas também pelas posturas que assumiu em grande medida, virando as costas ao exílio cubano em Miami.

"El Micha" © "El Micha"/Instagram
"El Micha"Foto © "El Micha"/Instagram

O meio oficialista Cubadebate publicou nesta quarta-feira um artigo em defesa do popular reguetonero cubano Michael Fernando Sierra Miranda, conhecido artisticamente como “El Micha”, que protagonizou há alguns dias um momento polêmico em um programa de televisão em Miami.

O artista, que divide sua carreira entre Havana e Flórida, teve uma forte reação quando foi perguntado sobre suas frequentes viagens à ilha em uma edição do “El Toro Loco Show”. Diante da pergunta, o cantor se levantou da cadeira e deixou o set: “Vou e venho porque quero”.

O texto no site digital mencionado, que reúne as ideias analisadas pela jornalista Arleen Rodríguez em seu podcast, abordou o incidente e defendeu a posição do reguetonero, indicando que El Micha explodiu diante do “assédio tradicional” ao qual muitos artistas cubanos são submetidos quando se exige uma condenação explícita ao governo da Ilha como uma espécie de “pedágio político”.

Segundo o artigo, essa exigência é uma condição implícita para evitar que suas apresentações e concertos no estado da Flórida sejam boicotados.

Assim, faz referência às palavras da também jornalista Bárbara Betancourt, que ressaltou que essas pressões não são novas e que vários artistas foram forçados a se posicionar contra o governo cubano para poder trabalhar em Miami.

O artigo enfatiza que, em vez de falar sobre sua música ou sua carreira, o programa onde foi convidado “El Micha” se concentrou em fazer perguntas sobre sua postura política, uma prática que, segundo o Cubadebate, é comum em meios vinculados aos “grupos anticubanos” na Flórida.

Finalmente, conclui com uma defesa firme do artista, elogiando sua coragem ao não ceder à pressão e se posicionar com o que, segundo o Cubadebate, foram "verdades que cabem em menos de dois minutos".

Rodríguez e Betancourt não foram as únicas a oferecer apoio ao nascido em Havana, pois o ex-espião Gerardo Hernández Nordelo também saiu em sua defesa na rede social X: "Em Miami há inquisidores que dizem ter ido 'buscando liberdade', e agora não só têm medo de sair da fila, mas querem incinerar quem sair", disse o também coordenador nacional dos Comitês de Defesa da Revolução (CDR) ao se referir, em uma publicação de X, às críticas contra o cantor.

O tema repercute e se espalha, já que o cantor tem estado no centro da polêmica não apenas pelos já frequentes viajes a Cuba para cantar, mas também pelas posturas que assumiu em grande medida, virando as costas ao exílio cubano em Miami.

Em uma recente entrevista para Tony Dandrades, o reguetonero deixou claro que tem intenções de continuar morando em Miami e viajando a Cuba para cantar para seu público, especialmente depois de seu último disco, para o qual gravou vários videoclipes na ilha.

O reguetonero explicou por que sua postura em relação a Cuba mudou: “Percebi quem eu sou, de onde venho, quando você olha para trás, tem que se dar conta de tudo o que alcançou por si mesmo”.

Sem dúvidas, “El Micha” não está em muito bons termos com os meios de comunicação nem com os influenciadores. Depois da polêmica que sua entrevista no “El Toro Loco Show” suscitou, ele não está disposto a falar com ninguém.

Há algumas horas, o reguetonero estava em uma barbearia em Miami quando o influenciador Carnota se aproximou para fazer uma pergunta, e ele aparentemente reagiu irritado e exaltado mais uma vez.

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