A história do Cuba Libre é fascinante e está profundamente ligada à história de Cuba e sua luta pela independência. Este icônico coquetel cubano, feito com rum, Coca-Cola e um toque de limão, tem suas origens no início do século XX, logo após a Guerra Hispano-Americana.
Segundo a lenda mais popular, o Cuba Libre foi criado em Havana, no balcão do American Bar, por volta de 1900. Naquela época, Cuba havia acabado de conquistar sua independência da Espanha com a ajuda dos Estados Unidos. Um jovem mensageiro que estava presente recordou que, em uma tarde, um grupo de soldados americanos fora de serviço se reuniu nesse bar da Havana Velha, onde o capitão Russell do Corpo de Sinais do Exército dos Estados pediu rum Bacardí (ouro) com Coca-Cola e gelo. A mistura resultou tão saborosa que o barman a preparou para todos. Em uma das rodadas, um dos soldados do grupo propôs um brinde gritando "¡Por Cuba Libre!" em referência ao recente fim do domínio colonial espanhol. O nome ficou associado à bebida desde então.
Este coquetel se tornou um símbolo da independência cubana e da influência dos Estados Unidos na ilha durante esse tempo. O Cuba Libre continua sendo uma das bebidas mais populares em todo o mundo, combinando a cultura cubana com a expansão global de marcas como o rum cubano e a Coca-Cola.
No México, chama-se "cuba", enquanto na Espanha utiliza-se mais o termo "cubata". No Chile, essa bebida é conhecida como "roncola".
A receita tradicional consiste em colocar gelo em um copo largo, adicionar 10 ml de rum dourado ou envelhecido (o rum branco não segue a receita clássica de Bacardi Oro e aporta menos sabor), e depois completar o copo com refrigerante de cola. Para finalizar, adicionam-se algumas gotas de lima, de preferência, embora se não estiver disponível, possa-se usar limão e decora-se com uma roda do cítrico utilizado.
Nos anos 90, em decorrência do Período Especial e das maciças ondas de cubanos que emigravam de balsa para os Estados Unidos, popularizou-se uma forma clandestina de chamar o Cuba Livre por meio de dois gestos. Com a mão sobre o queixo, imitava-se para baixo uma hipotética barba, fazendo alusão clara a Fidel Castro e depois, com a mesma mão, rapidamente percorria-se o pescoço com o polegar para fora de um extremo ao outro, forma usada na cultura cubana para se referir à morte. Aproveitando a ambiguidade do nome da famosa bebida, transmitia-se a mensagem de que a liberdade de Cuba só seria possível com a morte de Fidel Castro.
As palavras CUBA LIBRE sempre tiveram um significado político muito especial para todos os cubanos.
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