O pai de Amanda Lemus Ortiz, a menina que foi submetida a um transplante de fígado na Espanha em março, explodiu contra a ETECSA pelos problemas que enfrenta para se comunicar com sua família em Cuba.
Emmanuel Lemus, que está em Madrid há seis meses com sua filha e sua esposa, criticou o péssimo serviço da empresa, que praticamente o mantém impossibilitado de falar com os seus em Sancti Spíritus.
"Não posso falar com minha família. Uns não têm internet, outros não têm celular e os demais não têm eletricidade para manter a comunicação. (...), o serviço que mais se paga de fora de Cuba apesar de ser muito caro, ETECSA oferece o pior que pode", disse em seu Facebook.
"Não gosto de estar escrevendo exatamente o que todo mundo sabe, mas estou cansado de perder tempo tentando saber se 'estão bem' por meio de uma conversa truncada que aumenta a pressão de qualquer hipotenso e que no final sempre fica em um 'depois te ligo'", ressaltou.
O jovem e abnegado pai, que não hesitou em doar uma porção de seu fígado para transplantá-lo à sua filhinha, afirma que já está cansado de sempre ficar em silêncio esperando que as coisas melhorem, sem perceber que seu silêncio é o primeiro culpado pelos males da sua família.
"Passa que você já provou a liberdade, que já sabe como é bom se sentir", comentou na publicação um cubano que reside nos Estados Unidos.
"Já sabes que em um país onde não há ditadura se te respeita e se te valoriza, e você pode viver honradamente com seu trabalho, seja melhor ou pior, mas você vive e come. Mas também acontece que agora você vive a frustração de querer fazer entender aos que ficaram para trás, que só se vive uma vez, e que não há por que suportar tudo isso", apontou.
Emmanuel celebrou seu aniversário no passado dia 29 de agosto com a alegria de ver sua pequena recuperada e levando uma vida normal após ser operada na Espanha, depois de ter sido praticamente abandonada a sua sorte pelo sistema de saúde cubano.
A ativista Lara Crofs, que liderou uma campanha de conscientização em torno do caso, descreveu o sacrifício que fez como pai.
"Cozinhava, lavava, organizava, ia até três vezes ao hospital. Tremendo pai e esposo, vi-o sofrer, cheio de ira pelas respostas evasivas e vazias que nos davam neste país. Sua menina balançava entre a vida e a morte e ele fazia o que fosse necessário para salvá-la, até arriscar sua própria vida", detalhou.
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