Os médicos cubanos em São Vicente e Granadinas (SVG) estão recebendo duras críticas nas redes sociais por não falarem inglês, o que prejudica a comunicação efetiva entre os profissionais de saúde e seus pacientes e gera um sério problema no sistema de saúde do país.
A barreira idiomática entre os residentes e os médicos estrangeiros, na sua maioria cubanos, gerou uma onda de denúncias de doentes e profissionais de saúde locais, que afirmam que a falta de compreensão coloca em risco a segurança e o bem-estar dos pacientes.
O Dr. C. Malcolm Grant, um reconhecido médico de família em SVG, destacou esse problema em uma carta pública, detalhando sua experiência pessoal com a barreira do idioma desde seu retorno ao país há quatro anos.
Em um dos casos mais alarmantes, relatou como uma paciente grávida foi encaminhada a um centro médico para um ultrassom, mas o relatório do médico, que não falava inglês, era incompreensível e não útil para o diagnóstico.
O Dr. Grant expressou sua preocupação com a falta de tradutores nas consultas, apesar de as autoridades de saúde garantirem que sempre deveria haver um presente.
Sua experiência e a de outros pacientes indicam que, na maioria dos casos, os médicos não falantes de inglês atendem os pacientes sem apoio linguístico, o que leva a diagnósticos errôneos, tratamentos inadequados e até mesmo um maior risco de morte.
Médicos cubanos sem formação em idioma, em SVG
Grant argumenta que uma comunicação efetiva entre médico e paciente é essencial para garantir diagnósticos e tratamentos adequados.
A barreira do idioma pode resultar em diagnósticos incorretos, atrasos críticos em tratamentos e procedimentos, e na subutilização ou desperdício de recursos limitados, agravando o sofrimento dos pacientes.
Além disso, a falta de entendimento entre médicos e pacientes poderia levar a um aumento nas demandas por negligência, o que afetaria ainda mais a confiança pública no sistema de saúde de SVG.
Chamado a reformas urgentes que envolvem os médicos cubanos
O Dr. Grant insta as autoridades de saúde de SVG a seguir o exemplo de países vizinhos como Barbados e Trinidad e Tobago, que exigem que todos os médicos que não falam inglês certifiquem sua competência no idioma por meio do exame da Junta de Avaliação Profissional e Linguística (PLAB) antes de exercer.
Além disso, propõe que todos os médicos não anglófonos que já trabalham em SVG e que não tenham mais de seis anos no país apresentem evidências de terem aprovado o exame PLAB antes de 1º de janeiro de 2025, e que seja obrigatória a utilização de tradutores nas consultas médicas.
Antecedentes do contingente cubano em SVG
Em 2020, um grupo de médicos cubanos foi enviado a SVG como parte do contingente internacional Henry Reeve para apoiar na luta contra o COVID-19.
Estes profissionais da saúde foram fundamentais em tempos de crise, mas alguns moradores apontam que a barreira do idioma complicou o atendimento médico.
Além disso, foi relatado que vários médicos cubanos foram alvo de ataques durante sua estadia em SVG, o que reflete a crescente tensão em torno de sua presença e desempenho no país.
O governo cubano, que retém uma parte significativa dos salários desses profissionais, tem sido criticado por não garantir a segurança nem condições de trabalho justas aos médicos.
Apesar disso, as autoridades da ilha continuam fechando contratos sem dar importância a detalhes chave, como o domínio do idioma do país em que os médicos atuarão.
Em 2022, o governante cubano Miguel Díaz-Canel fez uma turnê por vários países do Caribe, e um dos primeiros destinos foi São Vicente e Granadinas. Ele visitou um centro médico onde trabalham uma vintena de doutores, enfermeiros e técnicos cubanos.
Essa visita de Diaz-Canel gerou uma onda de comentários de risadas e zombarias nas redes sociais por sua má pronúncia do inglês.
"São Vicente e Granadinas sempre poderão contar com Cuba com a solidariedade e o afeto do povo cubano. Como disse José Martí: 'O amor se paga com amor', era o desafio idiomático que Díaz-Canel superou com louvor e até hoje o perseguem os memes por não saber falar inglês."
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