María Corina Machado publica atas de votação em poder da oposição venezuelana.

“Venezuelano, através deste link você poderá ver como, com seu voto e sua vontade, mudou a história da Venezuela. Aqui você encontrará as atas que até este momento processamos e totalizamos, e que confirmam nossa extraordinária vitória”, destacou em um tuíte Maria Corina Machado.

María Corina Machado en el colegio electoral donde votó © X / @MariaCorinaYA
María Corina Machado na escola eleitoral onde votouFoto © X / @MariaCorinaYA

A disputa pelo poder na Venezuela não terminou após o resultado apresentado pelas autoridades chavistas, que proclamaram Nicolás Maduro como presidente reeleito em meio às denúncias de fraude da coalizão oposicionista que, para demonstrar isso, publicou as atas de votação que conseguiram salvaguardar das escolas eleitorais.

“Venezuelano, através deste link você poderá ver como, com seu voto e sua vontade, mudou a história da Venezuela. Aqui você encontrará as atas que até este momento processamos e totalizamos, e que confirmam nosso extraordinário triunfo”, apontou em um tweet a líder opositora María Corina Machado.

Sua publicação foi acompanhada de um link para uma página com os dados das mesas eleitorais coletados pela oposição em meio às inúmeras dificuldades e artimanhas do regime para evitar a transparência na hora de oferecer os resultados.

De acordo com as informações coletadas nesta base de dados, neste domingo na Venezuela ocorreu um fraude massivo. Enquanto os dados oficiais concederam 51,2% dos votos a Maduro, em contraste com 44,2% de Edmundo González, a contagem realizada pela oposição revela que 73,25% das atas confirmam a vitória de Edmundo González Urrutia por 4 milhões de votos de vantagem.

“Já temos como provar a verdade do que aconteceu nas urnas. A diferença foi avassaladora, ganhamos em todos os estados”, disse Machado na véspera em coletiva de imprensa ao lado de González.

A contagem dos opositores resultou em uma votação de 2.759.256 a favor de Nicolás Maduro contra 6.275.182 apoios nas urnas para o candidato opositor.

“Alguns se perguntam por que a oposição insiste na questão das atas e não lança apenas um apelo à rebelião. Essas atas são as que permitirão alegar que são os verdadeiros vencedores diante da crescente quantidade de países que aguardam os dados da apuração antes de reconhecer, ou não, Maduro (o que inclui todos os países mais relevantes do Ocidente e a maioria da América Latina). Nem tudo é testosterona, também há sinapses”, explicou em suas redes sociais Ignacio Montes De Oca, jornalista argentino, escritor e analista de política internacional.

A jogada, qualificada de mestre por observadores internacionais, permitirá à oposição exigir ao regime de Maduro que respeite a soberania nacional e exercerá ainda mais pressão sobre a instituição armada venezuelana, que terá que decidir se mantém a União Cívica-Militar criada pela ditadura com assessoria de Havana, ou se retoma o caminho democrático e acata a supremacia civil sobre o militar própria desses sistemas.

“O regime dormiu muito preocupado e nós não dormimos porque estávamos muito ocupados coletando provas. (...) Quero dizer-lhes que temos 73,3% das atas neste momento e com esse resultado nosso presidente eleito é Edmundo González Urrutia”, afirmou Machado nesta segunda-feira do Comando Con Venezuela, sede política da coalizão de opositores.

A líder opositora apontou que, com esse resultado, Nicolás Maduro não teria como alcançar o líder opositor. “Embora o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) lhe entregue 100% dos votos que faltam”, enfatizou.

Os líderes políticos asseguraram que a totalidade das atas recuperadas estaria disponível a partir de segunda-feira à noite e hospedada em uma página da web com alta segurança, e que qualquer pessoa com um documento venezuelano poderia acessar o site para verificar a autenticidade do que foi expresso.

Além disso, valorizando as manifestações espontâneas que surgiram em rejeição ao aparente fraude, María Corina Machado convocou uma manifestação pacífica para esta terça-feira, 30 de julho, às 11:00 da manhã (horário da Venezuela).

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