O governante Miguel Díaz-Canel escreveu uma mensagem de condolências pela morte do presidente do Irã, a quem descreveu como um "político admirável e querido por seu povo".
Após a confirmação da morte de Ebrahim Raisi no domingo, quando o helicóptero em que viajava sofreu um acidente, Díaz-Canel escreveu em sua conta do Twitter que o Partido e o povo de Cuba "lamentam profundamente a perda de um grande amigo".
Internautas cubanos reagiram com indignação à publicação e exigiram que não falasse em nome deles.
"O povo de Cuba? Perguntaste por ele? A verdade é que não acredito de forma alguma que lamente este acidente. Pelo contrário: eles percebem que há algo chamado justiça de Deus. Você, compadre, também vai conhecê-la", previu um homem.
"Político admirável que matou mais de cinco mil prisioneiros nos anos 80 e que dirigiu um país onde as mulheres não têm direitos… esses são os referenciais da Cuba comunista", lembrou o ativista pela democracia Mag Jorge Castro.
A esse assassino terrorista nem mesmo a sua mãe o queria. Empolga-te e dá uma voltinha pelo mesmo lugar de helicóptero, eu pago a viagem", afirmou uma médica.
"Tu makes us Cubans out of your shady business, that's first. Second, the barbarian was so beloved by his people that last night they were celebrating with fireworks. You have a nerve to celebrate misogynistic, homophobic, and terrorist men, but well, there's a reason he was your little friend," said a blogger.
Por sua vez, Lis Cuesta compartilhou o tweet do governante e enviou condolências à esposa e à filha do presidente iraniano, e ao povo do Irã.
"Também preciso de condolências, porque tenho passado semanas dormindo sem eletricidade, com mosquitos, e com uma criança sofrendo essas atrocidades da vida", respondeu um jovem pai.
"Você é uma cibervigilante que tanto vai a uma manifestação em favor dos homossexuais quanto envia condolências a um assassino de mulheres e homossexuais. Você tem menos inteligência que uma ameba", disse um usuário do Twitter.
Vários usuários lembraram-lhe que no Irã os direitos das mulheres são violados todos os dias.
"E por que não demonstra solidariedade com as mulheres que ele mandou matar por não usarem véu?", perguntou um homem.
"Condolências para todas as mulheres no Irã cujos direitos são violados diariamente", enfatizou um internauta.
"Mas se ele era um assassino de extrema-direita que ordenava enforcar as mulheres por serem estupradas, por permitirem ser estupradas! A revolução cubana está tão ruim assim? É nisso que ela acabou?", apontou um internauta.
O povo iraniano está comemorando ao som de fogos de artifício! Assim será em Cuba quando vocês caírem, será um dia de festa nacional - afirmou uma jovem.
O presidente da República Islâmica do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu juntamente com vários altos funcionários que estavam com ele no helicóptero, como o ministro das Relações Exteriores, o governador da província de Azerbaijão Oriental e o principal imã da região.
O regime dos aiatolás é um aliado próximo da ditadura castrista.
Raisi recebeu Díaz-Canel em dezembro passado em Teerã, durante sua turnê pelos países do Oriente Médio.
O líder cubano então falou sobre sua intenção de fortalecer os laços com o país islâmico e fazer dele um importante ator econômico para ajudar Cuba a sair da crise.
Como parte da comitiva oficial que acompanhou Díaz-Canel estava sua esposa, que se mostrou "encantada" em fazer turismo no Irã, onde visitou museus do complexo cultural histórico de Saad Abad e foi vista muito animada tirando fotos com seu celular.
O presidente iraniano viajou em junho para Havana, onde se reuniu com Díaz-Canel e Raúl Castro.
No ato oficial de recepção, o líder cubano destacou a "unidade entre aqueles que foram condenados por querer construir sociedades diferentes daquelas que o paradigma yankee quer impor e, por isso, temos sido submetidos a bloqueios, a sanções injustas, desumanas, injustificadas".
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