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Díaz-Canel: "Continuo acreditando no heroísmo deste povo e na resistência criativa"

O presidente cubano continua a pedir resistência em meio à crise.

Miguel Díaz-Canel © X / Presidencia Cuba
Miguel Díaz-CanelFoto © X / Presidência de Cuba

O presidente cubano Miguel Díaz-Canel afirmou durante uma entrevista com o jornalista franco-espanhol Ignacio Ramonet que continua "acreditando no heroísmo deste povo e na resistência criativa", em meio à crise generalizada e ao descontentamento popular na ilha.

Durante a conversa de quase duas horas, que ocorreu no Salão Portocarrero do Palácio da Revolução, o governante voltou a recorrer ao antigo discurso da "asfixia econômica" imposta a Cuba pelos Estados Unidos "para fazer o povo sofrer".

Assinalou que "em 60 anos não nos conseguiram dobrar, e têm recrudescido para nos dobrar".

"Eu continuo acreditando na capacidade de resposta, no heroísmo deste povo e na resistência criativa", destacou Díaz-Canel, em um novo apelo à população cubana para que enfrente a situação atual, que ele mesmo descreveu como "apagões prolongados, problemas no transporte, escassez de produtos básicos, dificuldades na vida, problemas para garantir a cesta básica, dificuldades com alimentos, problemas com medicamentos" e escassez de água, sem protestar.

Em determinado momento, ocorreram protestos em alguns lugares também, com certa participação, eu diria, em maior número, mais massiva nos eventos de 11 de julho; menos massiva no dia 17 de março", admitiu.

No entanto, como é habitual no discurso oficial cubano, tentou minimizar a amplitude destas protestas antigovernamentais e atribuiu sua ressonância aos meios de comunicação independentes.

Os meios de comunicação apresentaram-na como muito massiva como parte do outro componente desta política agressiva em relação a Cuba de máxima pressão, que consiste, por um lado, no asfixiar econômico com o recrudescimento do bloqueio, e por outro, na intoxicação midiática onde tentam desacreditar a Revolução Cubana, e onde há uma Cuba virtual e uma Cuba real. Então, ocorreram, em diversos locais, reclamações populares", afirmou.

Disse que "a maior parte dessas reclamações ocorreu em um contexto de protesto pacífico, onde a maioria da população que foi reivindicar o que pediu está buscando uma explicação".

Segundo Díaz-Canel, "não são demandas de ruptura com a Revolução"; e assegura que "as pessoas têm ido às instituições do Governo ou às instituições do Partido" pedir essas explicações.

Estas declarações surgem apesar das denúncias de várias mães cubanas que se plantaram com seus filhos em frente à casa do governante, no Governo municipal de Marianao e no Governo provincial de Pinar del Río, pedindo moradia, alimentos e água, e não foram ouvidas.

"Não atenderam a nenhuma das nossas reivindicações", disse uma das mães que, após 12 horas de protesto em Marianao, foi atendida no saguão do prédio. Nem sequer lhes permitiram passar.

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