Fabré pede liberdade para músico preso de sua orquestra e apela ao "conceito de Revolução" de Fidel Castro



Desde hace meses, Fabré vem denunciando o que considera uma detenção injusta.

O músico cubano Cándido FabréFoto © Captura do Facebook/Cándido Fabré

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Cándido Fabré voltou a utilizar seu perfil nas redes sociais para pedir a liberdade de Juan Ramiro Arzuága - integrante de sua orquestra conhecido como “El Moro” - que, segundo ele, está preso injustamente, embora continue sem explicar do que é acusado.

Nesta ocasião, o músico acompanhou seu pedido até mesmo com um apelo direto ao legado de Fidel Castro e à sua definição de Revolução.

Em sua mensagem, Fabré fundiu a dor pessoal, a crítica contida e sua inquebrantável fidelidade ideológica, exigindo que sejam cumpridos "os valores" que uma vez proclamou o maior dos Castro.

"O garoto está limpo, não queiram sujá-lo."

Desde há meses, Fabré vem denunciando o que considera uma detenção injusta: seu colega de trabalho permanece encarcerado na prisão de San José, Mayabeque, sem que - segundo suas palavras - existam provas ou acusações que justifiquem isso.

“Me dói muito pensar que ainda mantém injustamente na prisão um dos meus colegas de trabalho, Juan Ramiro Arzuaga, para nós, El Moro. Que Deus queira que ele possa estar em liberdade até o fim do ano e, junto ao seu filho e família, possa abraçar o novo ano. No centenário do nosso Fidel", escreveu o músico.

A continuação, Fabré esclareceu que ele não pede apenas a liberdade de seu preso, mas pede "justiça para todos que a mereçam".

"Espero não ter que levantar a voz em cada palanque pela liberdade de Juan Ramiro Arzuaga, o Moro da minha banda. Quando considerarão o conceito de 'Revolução' do Comandante em Chefe? O gato tem quatro patas, não busquem a quinta", acrescentou na parte mais singular do seu apelo, apelando ao ideário fidelista, mas sem esclarecer o porquê.

"O rapaz está limpo, não queiram sujá-lo", concluiu de forma enigmática. 

Não se conhecem as acusações nem há informações oficiais sobre o caso

Apesar da exposição pública do tema, até o momento não foi divulgado oficialmente do que se acusa Juan Ramiro Arzuaga.

Cándido Fabré afirmou que seu companheiro está preso “sem delito”, e reiterou que “em todos os registros, está limpo”.

No entanto, a ausência de detalhes concretos gerou tanto solidariedade quanto questionamentos.

Alguns seguidores do músico pediram que ele explique o motivo da prisão, enquanto outros apoiam suas palavras sem hesitar: “Se você o defende, é porque algo de errado eles estão fazendo”.

“Quando vão considerar o conceito de Revolução de El Comandante em Chefe?”

O eixo central da nova mensagem de Fabré está em uma pergunta carregada de simbolismo: “Quando levarão em conta o conceito Revolução de El Comandante en Jefe?”

Com isso, o músico faz um apelo direto ao famoso discurso pronunciado por Fidel Castro em 1º de maio de 2000, onde definiu a Revolução como o ato de “mudar tudo o que deve ser mudado”.

Ao invocar essa definição, Fabré não rompe com sua fidelidade ao sistema, mas sugere que o próprio Estado está violando os valores que diz defender.

“O gato tem quatro patas, não procurem a quinta”, advertiu em outra parte do texto.

Uma mistura de apoio, questionamentos e chamados para aumentar a reivindicação

A sua publicação gerou uma intensa resposta do público.

A maioria o apoiou e pediu a libertação do Moro, mas também houve quem pedisse mais transparência: “O que ele fez exatamente?”, “Queremos saber o que você está defendendo”.

Outros o convidaram a levantar a voz por causas mais amplas: “Fale também pelos presos do 11J”, “Com seu palanque e sua voz, você pode pedir justiça para todos os que estão sofrendo repressão”, opinaram dois internautas.

Incluso entre seus seguidores mais fiéis, a fidelidade ideológica ao legado de Fidel gerou desconforto.

Várias mensagens destacaram a contradição entre essa lealdade e a realidade atual do país.

A frase “Quando terão em conta o conceito Revolução de El Comandante em Chefe?” resume o lugar incómodo em que se encontra Fabré: não como dissidente, mas como crente em um ideal traído.

Seu reclamo é mais ético do que político, mais emocional do que jurídico, mas também mais desconfortável por vir de dentro.

E embora o caso de Juan Ramiro Arzuaga permaneça sem esclarecimento público, a demanda de Fabré ressoa em um país onde cada vez mais vozes pedem explicações, clareza e justiça.

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