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Um inspetor da Empresa Elétrica de Camagüey cortou arbitrariamente o fornecimento de energia na residência da família do jornalista independente José Luis Tan Estrada, apesar de se tratar de uma suposta dívida mínima e da situação médica de sua família.
Según relatou Tan Estrada nesta sexta-feira, em uma publicação na sua conta de Facebook, o fato ocorreu quando um inspetor identificado como Guillermo, cobrador do Reparto La Mosca, apresentou-se em sua residência para suspender o serviço de eletricidade, alegando uma dívida de 25 pesos com apenas 15 dias de atraso, sem mostrar qualquer comprovante.
O jornalista denunciou que o funcionário agiu com maltrato verbal e prepotência contra sua mãe, que ainda apresenta sequelas de uma doença viral e naquele momento cuidava de um menor com febre.
De acordo com o testemunho, a mulher tentou explicar que não existe um dia fixo para o pagamento e solicitou tempo até a tarde para esclarecer ou resolver a situação, mas o inspetor se negou e procedeu com a suspensão do serviço.
Tan Estrada afirmou que o inspetor expressou que não estava ali para "ler correntes", que não dispunha de aparelho digital e que sua função não era restabelecer a eletricidade, mas cortá-la, tratando-a "como se fosse uma delinquir".
Apesar do pagamento realizado horas depois, o fornecimento não havia sido restabelecido, o que o denunciante qualificou como negligência e desprezo institucional.
O jornalista assegurou que não é a primeira vez que o mesmo inspetor age de maneira semelhante em sua casa e responsabilizou publicamente a Empresa Elétrica de Camagüey por qualquer dano que sua mãe ou seu irmão mais novo possam sofrer como consequência do estresse e da falta de eletricidade.
Nos comentários sobre a denúncia, vários usuários destacaram que práticas como essa são recorrentes e denunciaram abusos semelhantes por parte da empresa estatal.
Outros se referiram à possível mão oculta da Segurança do Estado para tentar intimidar o repórter, reconhecido por liderar campanhas de ajuda humanitária, assim como denúncias sobre negligências, más práticas e abusos por parte de instituições estatais.
Antes de se exilar no México, Tan Estrada denunciou a constante repressão do governo, evidenciada em cortes de internet, vigilância, perseguição e convites, o que o obrigou a abandonar seu país.
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