A crise energética cubana se agrava: Déficit de quase 2.000 MW mantém mais da metade do país sem luz



A crise energética em Cuba se intensifica, deixando mais da metade do país sem luz. Quebras, falta de combustível e manutenção limitam a geração elétrica. Desde que começou dezembro, o SEN está em números negativos, com impactos próximos a 2.000 MW.

Imagem de referência criada com IA e Vicente de la O Levy, ministro de Energia e MinasFoto © CiberCuba / Sora - Facebook / UNE

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Cuba amanheceu nesta terça-feira mergulhada em mais um dia de apagões massivos, com um déficit elétrico que beirou os 2.000 MW durante a segunda-feira e mantém mais da metade do país sem fornecimento elétrico estável.

Segundo a comunicado oficial emitido esta terça-feira pela União Elétrica (UNE), o serviço foi afetado por 24 horas no dia anterior, atingindo uma máxima de 2.007 MW às 18:40 horas, o que constitui um dos picos mais altos do mês.

Captura de tela Facebook / UNE

A empresa estatal reconheceu que o sistema continua operando no limite, com uma disponibilidade de apenas 1.420 MW frente a uma demanda nacional de 2.350 MW, o que deixa 950 MW fora de serviço, ou seja, quase 40 % do país sem eletricidade desde o amanhecer.

Para o horário do meio-dia, espera-se uma afetacão de 1.100 MW, apesar da contribuição dos 33 parques solares fotovoltaicos com os quais o regime cubano pretende estabilizar o Sistema Elétrico Nacional (SEN) durante as horas de máxima exposição solar.

O sistema elétrico cubano continua enfrentando uma combinação de falhas, manutenção forçada e escassez de combustível que afunda ainda mais a capacidade de geração.

Permanecem fora de serviço devido a avaria a Unidade 5 da CTE Máximo Gómez, a Unidade 5 de Nuevitas, as Unidades 5 e 6 da Antonio Maceo e a Unidade 2 de Felton, enquanto outras quatro unidades — em Mariel, Santa Cruz e Cienfuegos — estão paradas para manutenção programada.

A isso somam-se 398 MW de limitações térmicas e 1.000 MW indisponíveis devido à falta de combustível e lubrificantes, um problema crônico que o governo continua sem resolver, apesar de sua promessa no início do ano de recuperar 400 megawatts de geração distribuída após assinar um acordo com a China.

No total, quase 1.400 MW do parque gerador nacional estão inativos devido a causas técnicas ou logísticas.

Para o horário de pico noturno, a UNE prevê uma disponibilidade de apenas 1.440 MW frente a uma demanda estimada de 3.350 MW, o que implicará um déficit de 1.910 MW e uma afetação de até 1.940 MW, segundo o próprio relatório.

Com esses dados, o SEN cubano acumula já 16 dias consecutivos em “vermelho permanente”, sem que se vislumbre melhora a curto prazo. Cada dia que passa confirma que o país vive a pior crise elétrica do ano, e que a luz em Cuba se tornou um luxo intermitente e desesperador.

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