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O presidente Donald Trump enfrenta um desgaste crescente entre os eleitores latinos que o apoiaram nas últimas eleições.
Segundo novos estudos, um em cada três eleitores hispanos que o apoiaram reconhece ter se arrependido do seu voto, refletindo a desilusão com sua gestão econômica e as promessas não cumpridas.
De acordo com a agência EFE, as pesquisas foram elaboradas pelas organizações civis Somos Votantes e Somos PAC, e apresentadas durante uma conferência de imprensa virtual.
Os resultados mostram que a maioria dos eleitores latinos responsabiliza o Partido Republicano pela frustração econômica que estão enfrentando, em um contexto marcado pelo aumento do custo de vida, o estancamento dos salários e o impacto negativo das tarifas impostas pela Administração Trump.
O estudo detalha que a popularidade do mandatário caiu para -26 pontos no último trimestre, em comparação com -12 registrado no início do ano.
A aprovação geral de sua gestão caiu para -28 pontos e sua avaliação econômica foi reduzida a -30, alcançando os níveis mais baixos desde o início de seu segundo mandato.
A fundadora e presidente de Somos Votantes e Somos PAC, Melissa Morales, afirmou que não se trata de uma queda passageira, mas de um “colapso documentado que já dura um ano e cujo fim não se vislumbra”.
Os analistas que participaram da apresentação apontaram que o desgaste é mais visível entre os homens latinos e os eleitores jovens, dois grupos que foram decisivos para a vitória de Trump em 2024.
Em contraste, os eleitores independentes tornaram-se mais relutantes em apoiá-lo e expressam um crescente descontentamento em relação às políticas econômicas do Partido Republicano.
O relatório também destaca a percepção de desconexão entre o presidente e as prioridades das famílias trabalhadoras.
A metade dos eleitores latinos considera que a inflação e o custo de vida devem ser a principal preocupação do governo, mas apenas 14% acredita que Trump e seu partido estão concentrados em resolver esses problemas.
Além disso, dois em cada três entrevistados opinaram que as tarifas comerciais promovidas pela Casa Branca têm sido prejudiciais ao provocar um aumento geral dos preços.
Sessenta e oito por cento dos hispânicos entrevistados classificaram a situação econômica dos Estados Unidos como "ruim" e sessenta e três por cento acreditam que está piorando.
Este clima de pessimismo pode ter consequências diretas nas eleições legislativas de 2026, nas quais será renovada por completo a Câmara dos Representantes e um terço do Senado.
A agência EFE indicou que a decepção da América Latina com Trump e o Partido Republicano, que atualmente controla ambas as câmaras do Congresso, pode resultar em uma reviravolta política se a tendência se mantiver.
Em paralelo, a organização Americans for Tax Fairness apresentou um relatório que adverte que quase cinco milhões de pessoas — entre elas um milhão de latinos — podem perder seu seguro médico se os subsídios da Lei de Cuidados de Saúde a Preço Acessível forem eliminados, uma das principais reformas aprovadas em 2010 durante a presidência de Barack Obama.
Este conjunto de fatores econômicos e sociais aponta para um cenário de crescente desconfiança entre a população latina, um eleitorado que se tornou decisivo no mapa político dos Estados Unidos e que, segundo os estudos mais recentes, parece estar enviando uma mensagem clara de fadiga diante da falta de resultados do governo republicano.
A crescente distância entre Donald Trump e os eleitores latinos foi claramente refletida em pesquisas recentes. Apenas um em cada quatro adultos hispânicos tem uma avaliação positiva do mandatário, uma queda considerável se comparada ao apoio que recebeu durante as eleições de 2024.
Entre as principais causas dessa mudança estão a economia, a percepção de abandono e a política migratória, temas especialmente sensíveis para esta comunidade.
O desencanto tem tomado conta até mesmo em estados tradicionalmente conservadores como a Flórida, onde o apoio a Trump entre os latinos também começou a se desgastar.
Um dos fatores que alimenta essa insatisfação é o endurecimento das normas migratórias. A recente decisão de reduzir a validade dos permissos de trabalho para imigrantes gerou incerteza e medo entre milhares de pessoas que vivem e trabalham legalmente nos Estados Unidos.
A medida, impulsionada pelo governo de Trump, foi interpretada como um novo golpe contra comunidades já afetadas pela inflação e pela precariedade laboral, especialmente aquelas de origem latino-americana.
Em paralelo, o peso demográfico dos latinos no país continua crescendo. Um em cada cinco americanos se identifica hoje como latino, e os cubanos constituem uma das comunidades mais numerosas dentro deste grupo.
No entanto, o crescimento não se traduziu em uma maior representação política ou em políticas públicas que reflitam seus interesses, o que contribui para o sentimento de desconexão com a atual liderança republicana.
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