O mercado informal de divisas em Cuba abre neste sábado, 13 de dezembro de 2025, com uma nova tendência que confirma a trajetória desigual das três principais moedas estrangeiras que circulam na ilha.
Enquanto o dólar americano (USD) se mantém estável em 440 pesos cubanos (CUP), o euro (EUR) apresenta um comportamento similar e é cotado neste sábado como na véspera, a 485 CUP.
Taxa de câmbio informal em Cuba Sábado, 13 de Dezembro de 2025 - 04:35
- Tasa de câmbio do dólar (USD) para pesos cubanos CUP: 440 CUP
- Tasa de câmbio do euro (EUR) para pesos cubanos CUP: 485 CUP
- Tasa de câmbio do (MLC) para pesos cubanos CUP: 300 CUP
La Moneda Livremente Convertible (MLC), a mais dinâmica das últimas semanas, atinge um novo máximo histórico de 300 CUP, após semanas de ascenso contínuo.
Evolução da taxa de câmbio
O comportamento dos últimos dias reflete uma dinâmica na qual o MLC —moeda eletrônica controlada pelo Estado— se tornou a mais demandada pelos cubanos, impulsionada talvez pelos anúncios do regime cubano de instaurar uma taxa de câmbio oficial e impulsionar a dolarização da economia, decisões que poderiam estar fortalecendo o dinheiro plástico criado pelo regime.
Em apenas um mês, a MLC subiu quase 40%, passando de cerca de 215 CUP no início de novembro para os atuais 300 CUP, de acordo com o registro diário do elTOQUE, meio independente que monitora o mercado cambial não oficial.
Em contraste, o dólar americano manteve-se praticamente inativo durante a segunda semana de dezembro, oscilando entre 435 e 445 CUP, uma estabilidade que não reflete uma real força do peso cubano, mas sim a cautela dos operadores diante do aumento da vigilância e das ameaças do regime contra o comércio informal de divisas.
O euro, por sua vez, continua mostrando fraqueza. Após alcançar 490–500 CUP no final de novembro, perdeu cerca de 15 pesos, situando-se agora em 485 CUP, seu nível mais baixo desde o início do mês.
O aumento do MLC evidencia uma contradição central do modelo econômico cubano: a moeda criada pelo próprio Estado para isolar o consumo da maioria dos cidadãos tornou-se, paradoxalmente, o ativo mais valorizado do mercado paralelo.
Em meio a uma economia em crise, com inflação persistente, escassez de alimentos e energia, e salários que não são suficientes para cobrir o básico, o mercado informal continua sendo o termômetro mais confiável do valor real do peso cubano.
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