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Sandro Castro voltou a ser um tema de conversa nas redes sociais após abrir uma dinâmica de perguntas e respostas em suas histórias do Instagram.
O neto de Fidel Castro, conhecido por sua vida de luxos e sua presença polêmica no âmbito digital, convidou seus seguidores a lhe escreverem com a frase: “Faça-me uma pergunta”.
Uma das perguntas mais interessantes logo chegou: “Como é a relação com seu primo o caranguejo?”
A resposta de Sandro foi breve, mas não passou despercebida.
“AMBIOS NOS RESPEITAMOS, ELE NAS SUAS COISAS, EU NAS MINHAS. NOS DAMOS BEM”, escreveu em letras maiúsculas, numa aparente demonstração de indiferença ou de vontade de evitar controvérsias.
Embora a história tenha sido removida horas depois - assim como outras da mesma rodada - a publicação foi rapidamente capturada e replicada em outras plataformas, reativando o debate sobre a vida opulenta e reservada dos herdeiros do poder em Cuba.
Quem é "o Cangrejo"?
A referência ao “Cangrejo” não requer muitas explicações entre os cubanos familiarizados com a elite castrista.
Se trata de Raúl Guillermo Rodríguez Castro, neto de Raúl Castro e filho de Débora Castro Espín -a filha mais velha do ex-governante - e do falecido Luis Alberto Rodríguez López-Callejas, que foi chefe do poderoso conglomerado empresarial militar GAESA e morreu em 2022.
Apelidado de “el Cangrejo” por razões nunca explicadas publicamente, Raúl Guillermo tem liderado a equipe de segurança pessoal de seu avô e também atuado como conselheiro próximo em questões estratégicas.
É atribuído a ele um papel de alto poder dentro do círculo íntimo de Raúl Castro, e há anos ele se movimenta nas sombras dos aparelhos de segurança do Estado cubano.
Sua figura também tem sido associada ao estilo de vida ostentoso dos descendentes do clã Castro.
Embora mantenha um perfil discreto nas redes sociais e em aparições públicas, relatórios independentes e vazamentos jornalísticos revelaram sua presença em eventos exclusivos, viagens internacionais e acesso a privilégios econômicos muito distantes das condições vividas pela maioria do povo cubano.
Sandro Castro: herança, escândalos e luxos
Por sua parte, Sandro Castro, neto de Fidel Castro e filho de Alexis Castro Soto del Valle, também faz parte dessa cúpula familiar que tem monopolizado o poder e os recursos por mais de seis décadas.
Desde que começou a mostrar sua vida pessoal nas redes sociais, Sandro se tornou um personagem recorrente da crítica pública por expor sem pudor seus privilégios.
Autos esportivos, festas, estadias em hotéis de luxo e viagens ao exterior fazem parte habitual de sua narrativa digital.
Um dos momentos que mais rejeição gerou foi durante a pandemia de COVID-19, quando publicou um vídeo em que se gabava do Mercedes Benz que estava dirigindo. O gesto foi interpretado por muitos como uma demonstração de arrogância e desconexão com a realidade do país.
Diferente do “Cangrejo”, Sandro parece apreciar a visibilidade que as plataformas digitais lhe oferecem, embora frequentemente acabe apagando as histórias mais polêmicas ou sugestivas.
As respostas eliminadas nesta última rodada de perguntas confirmam esse padrão: dizer o justo, provocar um pouco de curiosidade e então apagar as pistas antes que se cumpram as 24 horas regulamentares do Instagram.
Silêncios familiares e lealdades discretas
Embora a resposta de Sandro sobre sua relação com o “Cangrejo” tenha sido diplomática - “nos respeitamos”, “nos damos bem” - isso revela a distância que pode existir entre os diferentes herdeiros do castrismo.
A estrutura familiar dos Castro tem permanecido majoritariamente fora do escrutínio da mídia tradicional, mas suas figuras emergem de vez em quando através de redes ou vazamentos, como sombras que mal se deixam ver, mas que continuam a movimentar fios importantes na ilha.
Ambos, Sandro e o “Cangrejo”, representam o rosto mais visível de uma geração nascida no cume do poder, distante da narrativa revolucionária de sacrifício e austeridade.
Enquanto um se mostra em selfies e dinâmicas do Instagram, o outro mantém seu poder nos bastidores, mas com igual ou maior influência.
Em qualquer caso, a distância entre eles e o restante dos cubanos se torna cada vez mais evidente.
Outra das perguntas que Sandro recebeu durante esta rodada de interação foi se ele pensava em viajar para os Estados Unidos.
Sua resposta, que também foi eliminada antes do limite de 24 horas, foi tão breve quanto sugestiva: “em breve”, acompanhada de um gesto de oração.
Como tantas outras vezes, ele disse sem dizer nada, deixando que a especulação se encarregasse do resto.
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