“Vão nos deixar loucos”: cidadã em Regla explode contra os apagões arbitrários, a falta de medicamentos e a desproteção estatal



Uma cidadã de Regla denuncia os apagões inesperados, a falta de medicamentos e serviços básicos, acusando o Governo cubano de abandono. Critica a justificativa oficial do embargo e convoca à ação.

Uma mãe em Regla expressa o descontentamento com a crise elétrica e o deterioro da vida em Cuba (imagem gerada com IA)Foto © CiberCuba/Gemini

Uma residente do município havano de Regla gravou um vídeo durante uma queda de energia inesperada para denunciar o colapso cotidiano causado pelos cortes elétricos, pela falta de abastecimento e pelos serviços básicos deficientes, e acusou o governo cubano de um abandono sistemático do povo.

A mulher, visivelmente cansada, relatou que a Empresa Elétrica não cumpriu a programação anunciada e cortou o serviço horas antes do horário previsto, deixando a comida e a lavagem pela metade.

Afirmou que essa situação afeta pessoas doentes, crianças que se recuperam de vírus e famílias que já não têm gás para cozinhar, de acordo com a gravação divulgada pelo usuário Hermes Yasell-CubaFace em seu perfil no Facebook.

“Assim não dá para viver neste país”, afirmou a mulher, apontando que os apagões se tornaram imprevisíveis e destrutivos.

Durante seu depoimento, explicou que em Regla ocorreu um contraste que a indignou, pois enquanto a sede do monopólio das telecomunicações ETECSA permanecia iluminada, o policlínico municipal estava completamente apagado.

Calificou esta cena como “um desatino” e símbolo das prioridades distorcidas do Governo.

A vizinha responsabilizou diretamente a direção do país pelo que descreve como um deterioro generalizado, evidenciado no acúmulo de lixo, falta de medicamentos, doenças sem atendimento, precariedade higiênica e um desgaste emocional que, segundo ela, está "acabando com a psique do cubano".

Criticou o líder Miguel Díaz-Canel por justificar a crise com o embargo e acusou as autoridades de governar sem vergonha nem empatia.

A mulher também reprochou o medo que impede muitos cubanos de sair para exigir direitos básicos como eletricidade, água e alimentos, embora tenha ressaltado que o cansaço coletivo está crescendo.

Recordou apagões recentes de até 16 horas e alertou que a escassez ameaça até a pouca comida disponível nos lares.

O vídeo termina com um apelo a compartilhar sua denúncia sem medo e com uma mensagem dirigida àqueles que defendem o sistema.

Para ela, o que o país vive é um abuso contínuo que não deixa à população alternativas para ter uma vida digna.

A metade de outubro, residentes do município de Regla bloquearam uma rua para protestar pela prolongada falta de água, utilizando baldes e garrafas para impedir a passagem e exigir a reativação do serviço.

Poco depois, as autoridades enviaram sete caminhões-tanque de água para tentar acalmar o descontentamento da população.

Um mês atrás, os vizinhos de La Loma de Fumero, no próprio município de Regla, sairam para protestar batendo panelas e gritando palavras de ordem contra a indiferença das autoridades, cansados de um mês sem serviço de água e no meio de outro apagão.

Este sábado, residentes do bairro El Marañón de Yariguá, na província de Las Tunas, saíram para a Carretera Central para protestar contra os prolongados apagões que estão sofrendo há quase uma semana.

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