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Cristina Lage Codorniú, filha mais nova do ex-vice-presidente cubano Carlos Lage Dávila, figura como proprietária —junto com seu esposo Orlando Alain Rodríguez Leyva— do Group Tentacioones SRL, um grupo ligado a vários negócios gastronômicos exclusivos em Havana, segundo um reportagens do jornalista Mario J. Pentón publicada pela Martí Notícias.
De acordo com essa pesquisa, a empresa estaria por trás de restaurantes como Sensacioones, Woow e Nao Habana, além de um serviço de entrega de comida identificado como IFood.
O texto indica que o grupo contaria com mais de 40 funcionários e que a empresa possui um site onde não se identificam os proprietários, embora apresente os estabelecimentos como “o sonho materializado de uma família apaixonada pela hospitalidade e pela rica herança gastronômica de Cuba”.
Nas publicações do Instagram dos restaurantes, está marcada a filha do ex-dirigente.
Pentón afirma que não há informação oficial pública que confirme a titularidade de Lage Codorniú sobre esses negócios e atribui essa falta de dados à "opacidade" do sistema.
O meio afirma, além disso, que Cubanet foi o primeiro a relatar as propriedades da filha do ex-dirigente.
De acordo com o reportagens, Lage Codorniú —formada em Direito e gestora de direitos autorais, conforme suas publicações nas redes— teria ainda um passaporte cubano com um visto americano e faria viagens frequentes para os Estados Unidos e Europa, sempre segundo fontes citadas pela Martí Notícias.
A publicação enquadra essa informação na queda política de Carlos Lage, que foi destituído em março de 2009 por decisão de Raúl Castro, após ser acusado de sucumbir às “mieles do poder”, e contrasta o auge de negócios privados de luxo com a crise econômica que a população enfrenta.
A reportagem descreve menus e preços em dólares nesses estabelecimentos e os compara com as cifras oficiais do salário estatal médio mencionadas no texto, sublinhando a diferença entre o consumo que esses locais oferecem e a realidade da maioria dos cubanos.
Martí Noticias relata que Cristina Lage Codorniú não respondeu a um pedido de comentário para a reportagem.
Também menciona outros familiares de Carlos Lage e suas trajetórias sob o sistema, em um contexto de debate sobre privilégios, poder e o surgimento de uma nova elite empresarial vinculada — segundo a abordagem do texto — a afinidades históricas com o regime.
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