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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o país precisa de imigrantes com alta qualificação profissional que possam ajudar a treinar os trabalhadores locais em indústrias de alta tecnologia, uma postura que gerou debate dentro do seu próprio movimento político.
Durante sua intervenção no Fórum de Investimento Estados Unidos–Arábia Saudita, realizado em Washington ao lado do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, Trump afirmou que trazer imigrantes qualificados “não contradiz os princípios de Make America Great Again (MAGA)”, mas sim os reforça, informou a agência AP.
"Amo meus amigos conservadores, amo a MAGA. Mas isso também é MAGA", disse o mandatário.
“Essas pessoas vão ensinar nossos trabalhadores a fabricar microchips, e em pouco tempo serão nossos próprios trabalhadores quem os produzirão. Depois, eles poderão retornar aos seus países”, ressaltou.
Trump reconheceu que tem sido criticado por essa posição, até mesmo por comentaristas afins, como a jornalista da Fox News Laura Ingraham, que o questionou por abrir a porta à imigração de trabalhadores.
Nesse momento, o presidente respondeu: “Também é preciso trazer talento”.
De acordo com as informações publicadas pela AP, o presidente insistiu que os Estados Unidos não podem depender apenas do desemprego interno para atender à demanda por pessoal em fábricas de tecnologia avançada.
“Não se pode pensar que é possível contratar qualquer um para dirigir uma fábrica de chips ou mísseis”, afirmou.
O mandatário lembrou que, após uma operação de imigração em uma fábrica da Hyundai na Geórgia, centenas de trabalhadores sul-coreanos foram expulsos do país, mas depois alguns foram autorizados a retornar.
“Eu disse: ‘Detenham-no, não sejam estúpidos’. Precisamos deles aqui para ensinar nosso povo”, contou Trump.
O discurso reflete uma mudança pragmática na sua política migratória, tradicionalmente centrada no controle de fronteiras e na restrição de vistos.
Agora, a Casa Branca –aparentemente– promove a entrada de talento estrangeiro como parte de seu plano de reindustrialização e autossuficiência tecnológica.
Embora Donald Trump tenha sido um dos líderes mais rigorosos em questões migratórias, em várias ocasiões ele demonstrou nuances em seu discurso, especialmente quando se trata da utilidade econômica de determinados grupos de imigrantes.
Em abril, o ex-presidente surpreendeu ao sugerir que certos tipos de deportações deveriam ser interrompidas, especialmente aquelas que afetam trabalhadores com habilidades valiosas ou laços comunitários.
Dos meses depois, sua administração estudou uma proposta para criar um passe temporal que permitisse a imigrantes qualificados trabalharem sem um visto permanente, em setores onde há escassez de mão de obra, como a indústria tecnológica, a manufatura avançada ou a infraestrutura crítica.
Incluso já admitiu publicamente que a agricultura americana depende em grande parte do trabalho de imigrantes, insinuando que os campos do país poderiam ficar abandonados se fossem implementadas deportações em massa sem uma política de substituição efetiva.
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