Colapso do sistema elétrico coloca Havana em xeque: O déficit energético em Cuba dispara

A capital cubana voltou a ficar parcialmente às escuras neste sábado, enquanto o déficit de geração em todo o país neste domingo pode superar os 1.700 MW.

A Havana (imagem de referência)Foto © CiberCuba / Sora

Uma nova jornada de cortes elétricos afetou neste sábado Havana e outras regiões do país, devido a um disparo nas linhas 9020-9015, que conectam as subestações Naranjito e Melones. Isso gerou uma explosão na subestação Talla Piedra.

Na capital, o serviço esteve interrompido por mais de oito horas, com uma afetacão máxima de 108 MW às 19:00, conforme informou a Empresa Eléctrica de La Habana (EELH).

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A situação se agravou com a saída imprevista da unidade Felton 1 às 23h40, o que aumentou o déficit para 120 MW. O serviço na cidade não começou a ser restabelecido até a 1h04 da madrugada, e apenas às 3h46 da manhã foi que a situação de déficit foi completamente resolvida.

A empresa elétrica informou que havia planejado afetar os blocos 2, 5, 6 e 1 em horários distintos no sábado, mas assegura que, no final, não foi necessário desconectá-los. No entanto, advertiu que esses cortes dependerão, doravante, do comportamento do Sistema Elétrico Nacional (SEN).

Empresa Elétrica de Havana

A Empresa Elétrica de La Havana e a União Elétrica não compartilharam nenhum novo dado sobre a explosão que ocorreu neste sábado na subestação de Talla Piedra. Nesse sentido, apenas garantem que o serviço foi restabelecido nas áreas afetadas da capital.

A saída da unidade 1 de Felton deve-se a um vazamento na caldeira. Está em processo de resfriamento. A unidade 2 da mesma termoelétrica também está fora de serviço.

Crise nacional: déficit de mais de 1.500 MW

A situação na capital não é isolada. A Unión Eléctrica informou que o SEN mantém níveis críticos em todo o país. Durante o sábado, foi relatada uma interrupção contínua do serviço elétrico nas 24 horas, com um pico máximo de 1.584 MW de déficit às 19:00.

Este domingo, às 6:00 da manhã, a disponibilidade nacional era de apenas 1.480 MW, frente a uma demanda de 2.520 MW, o que deixou 1.029 MW sem cobertura. Para o horário do meio-dia, estima-se um aumento do déficit até os 1.300 MW.

Entre as principais causas do colapso do sistema estão:

  • Averias nas unidades 1 e 2 da CTE Felton, a unidade 8 do Mariel e a unidade 3 de Renté.
  • Mantenimentos programados na unidade 2 de Santa Cruz del Norte e na unidade 4 de Cienfuegos.
  • Limitações térmicas: 422 MW fora de serviço.
  • Problemas com combustível: 47 centrais de geração distribuída estão paralisadas por falta de combustível, afetando 285 MW adicionais. A isso se somam outros 327 MW indisponíveis por falta de lubrificantes. No total, são reportados 612 MW afetados unicamente pela falta de combustível.

Energia solar insuficiente

Apesar de diversificar a matriz energética, a produção dos 32 parques solares fotovoltaicos mal alcançou 2443 MWh no dia, com um pico de potência de 318 MW. Esse volume é claramente insuficiente para cobrir a demanda nacional, que se prevê que alcance os 3.250 MW durante o horário de pico noturno deste domingo.

O governo estima que a entrada em operação da unidade 3 da termoelétrica de Cienfuegos somará apenas 70 MW, por isso se prevê um déficit de 1.680 MW durante o horário de pico e um impacto geral de até 1.750 MW, se as condições não melhorarem.

Apagões que já não surpreendem

Os apagões prolongados e frequentes tornaram-se parte do dia a dia em Cuba. A obsolescência do sistema elétrico, a escassez de combustível, o deterioramento das termoelétricas e a fraca capacidade de geração renovável agravam uma crise que, longe de melhorar, se aprofunda a cada dia.

Enquanto isso, os cidadãos continuam expressando seu descontentamento nas redes sociais diante da falta de respostas efetivas por parte das autoridades.

Perguntas frequentes sobre a crise energética em Cuba

Qual é a situação atual do déficit energético em Cuba?

O déficit energético em Cuba é crítico, com um déficit de mais de 1.500 MW e interrupções contínuas no serviço elétrico em todo o país. Esta situação se agrava devido a falhas em várias unidades termelétricas e à falta de combustível, o que tem causado apagões prolongados e frequentes em diversas regiões, incluindo Havana.

Quais são as principais causas do colapso energético em Cuba?

As principais causas do colapso energético em Cuba incluem falhas em unidades termoelétricas chave, manutenções programadas que não conseguem ser concluídas a tempo, limitações térmicas e uma grave escassez de combustível que mantém inativas muitas centrais de geração distribuída. Além disso, a capacidade de geração renovável é insuficiente para atender à demanda nacional.

Como esta crise energética afeta a vida diária dos cubanos?

A crise energética afeta gravemente a vida cotidiana dos cubanos, pois enfrentam apagões prolongados que dificultam a conservação de alimentos, a gestão das atividades domésticas e o funcionamento de equipamentos médicos em casa. As altas temperaturas do verão agravam ainda mais a situação, gerando descontentamento e frustração entre a população.

Quais medidas o governo cubano tomou para enfrentar a crise energética?

O governo cubano tem tentado diversificar a matriz energética com a instalação de parques solares fotovoltaicos, embora sua contribuição seja insuficiente para cobrir o déficit estrutural. Além disso, têm sido mantidos comunicados sobre estratégias para recuperar o sistema elétrico, mas a falta de ações efetivas e a persistente escassez de combustível limitam a possibilidade de uma solução a curto prazo.

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Equipe Editorial da CiberCuba

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