Pedem ajuda para capturar homem que agrediu jovem em Havana

A moça reagiu com valentia, confrontou o sujeito e o agrediu. Ela até o fotografou com seu celular e agora está divulgando suas fotos para quem puder identificá-lo.

Calle Carlos III, no Centro Havana, onde ocorreu a agressãoFoto © CiberCuba

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Uma estudante universitária identificada nas redes como Nayla Fraga denunciou ter sido vítima de uma agressão sexual à luz do dia nas proximidades da Quinta de los Molinos, no município de Plaza.

Segundo relato em sua conta do Instagram, o ataque ocorreu por volta do meio-dia: um homem se aproximou e, de forma deliberada, tocou um de seus seios. Não foi um esbarrão nem um toque casual, mas sim uma ação consciente e agressiva.

"Não foi um acidente, não foi uma colisão, o cara estendeu a mão conscientemente e me apertou o seio", afirmou.

Foto: Instagram / Nayla Fraga

A jovem reagiu imediatamente e não se intimidou. Com bravura, confrontou o sujeito e lhe desferiu golpes para fazê-lo recuar. Ela até conseguiu fotografá-lo com seu celular.

Foto: Instagram / Nayla Fraga

Em seu testemunho, explicou que, no momento do confronto, temeu por sua vida; disse sentir-se convencida de que, se o agressor quisesse, poderia tê-la golpeado com violência mortal.

Foto: Instagram / Nayla Fraga

"Sentí medo, porque tinha certeza de que se ele quisesse, poderia me dar três golpes e me matar ali, saindo da universidade ao meio-dia. Porque sou mulher e apenas por existir os homens se sentem com direitos sobre o meu corpo", detalhou.

Esse medo -e a constatação da vulnerabilidade que as mulheres cubanas sentem nos espaços públicos- são os eixos da denúncia de Nayla.

Após o incidente, a jovem optou por tornar pública a agressão e compartilhou as fotos do responsável com o objetivo de identificá-lo e "dar-lhe um nome": ela quer que seu círculo saiba o que aconteceu e que a busca seja coletiva até que se possa seguir uma via legal.

Foto: Instagram / Nayla Fraga

Nayla anunciou sua intenção de registrar a denúncia assim que localizar o sujeito e justificou a decisão de expor o caso nas redes sociais pela falta de resposta institucional.

"Neste país, as mulheres não são ouvidas, não existem leis que nos protejam ou previnam essas coisas", criticou.

"Ainda assim, vou tentar por vias legais assim que tiver contato com ele. Compartilho seu rosto para dar um nome ou conhecer qualquer informação que tenham. Preciso que todo o seu entorno saiba que é um agressor sexual", ressaltou.

O caso traz novamente à tona a percepção de impunidade e a sensação de abandono que muitas mulheres relatam na Ilha diante de agressões em espaços públicos.

A denúncia pública desta universitária enfatiza não apenas o episódio pontual, mas uma queixa mais ampla: a ausência de mecanismos efetivos que protejam as mulheres e a sensação de que, quando ocorrem esse tipo de incidentes, a reação oficial é insuficiente, tardia ou, na maioria das vezes, nula.

Em Cuba, o Estado não exige responsabilidade das instituições encarregadas de garantir a segurança e os direitos básicos. Se as vítimas se veem obrigadas a recorrer às redes para buscar identificação e justiça, é porque o aparelho público que deveria prevenir e responder a essas agressões falha.

Na ausência de uma resposta contundente por parte das instituições, essa visibilidade se transforma na principal ferramenta da qual muitas vítimas dispõem hoje para exigir justiça.

Organizações e ativistas têm alertado sobre a necessidade de protocolos claros, medidas preventivas e unidades policiais especializadas que tratem com sensibilidade e eficácia as denúncias de violência sexual.

A publicação de Nayla destaca a urgência de políticas concretas: desde campanhas de prevenção e educação pública até procedimentos policiais que priorizem as vítimas e não as revitimizem.

Sua solicitação é clara: qualquer informação que ajude a localizar o homem que a agrediu deve ser disponibilizada para que possam ser tomadas as medidas necessárias.

Perguntas frequentes sobre agressões e segurança em Cuba

O que aconteceu com Nayla Fraga em Havana?

Nayla Fraga, uma estudante universitária, foi vítima de uma agressão sexual à luz do dia perto da Quinta de los Molinos em Havana. Um homem se aproximou dela e tocou um de seus seios de maneira deliberada. Nayla reagiu confrontando o agressor e decidiu tornar pública a agressão nas redes sociais para identificar o responsável e exigir justiça.

Como Cuba está respondendo à violência de gênero?

Em Cuba, existe uma percepção de impunidade e falta de resposta efetiva por parte das autoridades diante da violência de gênero. Não há uma lei abrangente que proteja as vítimas, e as denúncias públicas nas redes sociais tornaram-se uma ferramenta crucial para visibilizar esses casos. A falta de protocolos claros e a ineficácia institucional são problemas recorrentes enfrentados pelas vítimas.

O que se pode fazer se você for testemunha de uma agressão em Cuba?

Segundo o Código Penal cubano, qualquer pessoa que testemunhe um delito pode e deve denunciá-lo às autoridades, mesmo que não seja a vítima direta. Isso é fundamental para enfrentar a violência de gênero e outros delitos, embora as respostas institucionais sejam frequentemente insuficientes.

Qual é a situação da segurança pública em Cuba?

Cuba enfrenta uma crescente onda de violência nas ruas e uma percepção de insegurança, tanto para os cidadãos quanto para os turistas. A falta de uma resposta policial eficaz e a escassez econômica agravam a situação. Os incidentes de agressões e roubos são cada vez mais comuns, refletindo uma desconexão entre as promessas oficiais e a realidade do dia a dia.

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