Governo informa sobre evolução dos passageiros intoxicados no trem Bayamo-Havana

A comida estragada não afetou apenas os passageiros; três tripulantes também se intoxicaram.

Passageira intoxicada é transferida para o hospitalFoto © Facebook / Henry Omar Pérez

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O ministro dos Transportes, Eduardo Rodríguez Dávila, informou no que nas últimas horas foram atendidos dezenas de passageiros do trem No. 18 Bayamo-Havana após sofrerem uma intoxicação alimentar.

O surto resultou em vômitos e desidratação, obrigando a parar a locomotiva no povoado de Jicotea, município de Ranchuelo (Villa Clara), para atender com urgência os afetados.

Segundo o relatório oficial, 653 passageiros foram examinados e 25 transferidos para hospitais: 20 adultos e cinco crianças.

As crianças foram internadas no hospital pediátrico José Luis Miranda em Santa Clara, enquanto os adultos foram levados para o hospital provincial Arnaldo Milián Castro.

Entre a tripulação, também houve três intoxicados.

Embora não tenham sido reportados casos graves, o fato demonstra o grau de vulnerabilidade ao qual os viajantes estão expostos.

O trem transportava 38 menores, dos quais cinco ficaram doentes.

Também viajavam 485 idosos, dos quais 21 sofreram intoxicação. Havia uma gestante, que não foi afetada, e 159 maiores de 60 anos que também não apresentaram sintomas.

Dos 45 tripulantes, três se intoxicaram.

O ministro assegurou que a "situação está estabilizada" graças à resposta das instituições médicas e à presença de dirigentes do Partido e do Governo, juntamente com representantes da empresa Ferrocarriles de Cuba.

Sem conhecer ainda as causas

Segundo acrescentou Rodríguez Dávila em outro , ao chegar a Havana, o restante dos passageiros foi transferido em ônibus para os seus municípios de residência.

Também disse que várias unidades do SIUM foram mobilizadas na capital, mas que, no final, não foi necessário utilizá-las.

O dirigente questionou a ocorrência de um evento desse tipo, já que - informou - estão sendo realizadas ações para melhorar a alimentação nos trens nacionais de passageiros.

"Profundizaremos com medidas adicionais para evitar que um evento como este se repita e, de maneira geral, para melhorar o serviço", afirmou.

"Ao mesmo tempo, as investigações estão sendo realizadas pelos órgãos especializados para determinar as causas", pontuou.

Captura do Facebook / Eduardo Rodríguez Dávila

Uma viagem marcada pela incerteza, pela desatenção e pelo perigo

O que começou como uma viagem ordinária para a capital terminou em um episódio de alerta sanitário que revelou o deterioro do sistema ferroviário e a negligência das instituições responsáveis.

No entanto, a explicação oficial evita abordar a origem do surto, embora meios de comunicação independentes e usuários nas redes sociais responsabilizem diretamente um lanche contaminado vendido a bordo pela empresa estatal ferroviária.

De acordo com a página do Facebook La Tijera, os primeiros sintomas começaram a se manifestar por volta das 11:00 da manhã do dia seguinte à saída do trem, agravando-se à medida que o trajeto avançava.

Os testemunhos descrevem cenas de angústia e falta de resposta imediata por parte da Empresa Viajero, que, segundo denúncias, não ofereceu soluções para os passageiros retidos nem para transportar os enfermos em ônibus para Havana.

Um usuário resumiu a indignação de muitos ao perguntar: "Estavam esperando que caíssemos de fraqueza?".

Finalmente, foram disponibilizados ônibus para transportar alguns passageiros após a alta, enquanto o trem continuou seu percurso e chegou a Matanzas às 20h30, acompanhado por autoridades locais e pessoal de vigilância sanitária e epidemiologia.

O episódio se soma a uma série de falhas que expõem o colapso da infraestrutura e dos serviços controlados pelo Estado.

O transporte ferroviário, historicamente um pilar da mobilidade nacional, tornou-se um risco para a saúde e a segurança dos cubanos, incapaz de garantir condições mínimas de higiene ou atendimento adequado em caso de emergências.

Enquanto o governo insiste em falar de "resposta rápida", a realidade é que uma viagem de trem por Cuba se tornou uma travessia marcada pela incerteza, pela desídia oficial e pelo risco sanitário.

Perguntas frequentes sobre o incidente de intoxicação no trem Bayamo-Havana

O que causou a intoxicação alimentar no trem Bayamo-Havana?

Presume-se que a causa da intoxicação foi um lanche contaminado vendido a bordo pela empresa estatal ferroviária. Os sintomas de vômitos e diarreias começaram a se manifestar por volta das 11:00 da manhã do dia seguinte à saída do trem, agravando-se ao longo da viagem.

Quantos passageiros foram afetados pela intoxicação no trem?

Em total, 653 passageiros foram pesquisados, dos quais 25 foram transferidos para hospitais: 20 adultos e cinco crianças. Também houve três membros da tripulação que ficaram intoxicados.

Como respondeu o governo cubano diante do surto de intoxicação no trem?

O governo assegurou que a situação estava estabilizada graças à resposta das instituições médicas e à presença de dirigentes do Partido e do Governo junto a representantes da empresa Ferrocarriles de Cuba. No entanto, a situação expôs o deterioro do sistema ferroviário e a negligência das instituições responsáveis.

Quais medidas foram tomadas para os passageiros afetados pela intoxicação?

Os passageiros afetados receberam atendimento médico imediato. Foram disponibilizados ônibus para transportar alguns passageiros assim que alta foi concedida, enquanto o trem continuou sua rota em direção a Matanzas, escoltado por autoridades locais e pessoal de higiene e epidemiologia.

Qual é o estado atual do sistema ferroviário em Cuba?

O sistema ferroviário cubano enfrenta um estado crítico, marcado por um deterioração significativa, falta de manutenção e problemas estruturais. Os frequentes acidentes e negligências evidenciam a urgência de modernizar e fortalecer a rede ferroviária nacional para garantir a segurança dos passageiros.

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